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Resenha: Bonfire – “Fistful Of Fire” (2020)

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“Fistful Of Fire” é o décimo e nono full-lenght da carreira da veterana banda alemã de Hard Rock, Bonfire, o qual sucede o álbum “Legends” de 2018. O primeiro disco do Bonfire, “Don’t Touch The Light”, foi lançado no ano de 1986.

O bonito tema instrumental “The Joker” dá início ao álbum. A faixa “Gotta Geet Away” desperta o definitivo interesse na audição, pois tem a legítima veia Hard Rock 80’s, recheada de muita energia, altas vibrações e um ritmo que contagia a alma.

“The Devil Made Me Do It”

A voz de Alexx Stahl atinge tons médio-altos, demonstrando ser um vocalista no auge de sua forma. “The Devil Made Me Do It” intensifica a atmosfera de sua antecessora somada a um refrão que gruda na mente instantaneamente. “Ride The Blade” tem o perfume dos anos 80, que é exalado pelos seus riffs imponentes, fechando dessa forma a primeira terça parte do disco.

BONFIRE / Divulgação / Facebook

Um lindo solo de guitarra revela a canção que chega em seguida. A balada “When And Old Man Cries” é capaz de despertar a paixão até em corações endurecidos feito gelo. Já que baladas servem de cartão de visita para as maiores bandas de Hard Rock da história e o Bonfire mostra que também sabe fazê-las, abusando do sentimento e musicalidade que elas demandam.

“Rock’N’Roll Survivors”

Mudando de balada para Hard Rock clássico, “Rock’N’Roll Survivors” retorna a pegada inicial com riffs soberanos e refrãos pegajosos que convidam quem está ouvindo a cantar junto. O solo de guitarra dessa canção está entre os melhores do disco.

Em seguida, “Fire And Ice” evidencia uma certeza, esses hard rockers alemães merecem muito mais reconhecimento do que têm. Ao mesmo tempo que os vocais de Alexx demonstram o arsenal de recursos que sua capacidade técnica proporciona.

A fim de encerrar a segunda terça parte do trabalho, “Warrior” remete à canção de Bon Jovi, “Livin’ On A Prayer”. Porém de forma alguma estou afirmando que é uma cópia, mas somente que me lembra esse grande sucesso dos anos oitenta.

BONFIRE / Divulgação / Facebook

“Fire Etude”

Antes de iniciar a terça parte final do full-lenght, o solo de guitarra a la Van Halen, “Fire Etude”, aquece os ouvidos. Logo após esse breve e intenso aquecimento, “Breaking Out” põe a casa abaixo novamente, tendo o solo de guitarra mais arrasador do álbum.

“A Fistful Of Fire”

Apesar de alemã, Bonfire soa como uma legítima banda norte-americana, pelo menos nesse álbum. A faixa que por um artigo não intitula o álbum, “A Fistful Of Fire”, é um show à parte dos guitarristas Frank Pané e Hans Ziller, acompanhados pela cozinha precisa do baixista Ronnie Parkes e do baterista André Hilgers com variações rítmicas que a tornam bastante especial dentro do álbum.

“Glory Land”

O pequeno tema instrumental “The Surge” serve como introdução para a faixa mais pesada do disco, “Glory Land”. Essa música mescla Heavy Metal com Hard Rock, o que é mais conhecido por Hard’N’Heavy.

Enquanto isso, Alexx Stahl abusa do feeling e técnica do seu vocal, disparando os seus afinadíssimos agudos. Bonfire entrou em um jogo, deixando desse modo a sua carta mais forte para o golpe final.

Já deu para notar que “Glory Land” é a minha favorita, então não é necessário que eu o diga. Além disso, “Fistful Of Fire” ainda tem em seu encerramento uma versão acústica da linda balada “When And Old Man Cries”.

Passion, Black Swan e H.E.A.T

Desde que comecei a escrever para essa página, esse é o melhor ano do Hard Rock. Pois, inclusive, eu já havia resenhado ótimos álbuns, Passion, Black Swan e H.E.A.T, fechando agora uma quadra perfeita com essa masterpiece do Bonfire. Aprovado e indicado aos amantes do Hard Rock 80’s e de boa música em geral.

Nota 8,9

Integrantes:

  • Hans Ziller (guitarra e vocal)
  • Alexx Stahl (vocal)
  • Ronnie Parkes (baixo e vocal)
  • Frank Pané (guitarra e vocal)
  • André Hilgers (bateria)

Faixas:

  • 1.The Joker
  • 2.Gotta Get Away
  • 3.The Devil Made Me Do It
  • 4.Ride The Blade
  • 5.When And Old Man Cries
  • 6.Rock’N’Roll Survivors
  • 7.Fire And Ice
  • 8.Warrior
  • 9.Fire Utude
  • 10.Breaking Out
  • 11.Fistful Of Fire
  • 12.The Surge
  • 13.Glory Land
  • 14.When And Old Man Cries ( Acoustic Version)

Redigido por Cristiano “Big Head” Ruiz

Lançamento: Stallion – “Slaves Of Time” (2020)

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Gravadora: High Roller Records

O Heavy Metal tradicional vem se destacando nos últimos tempos graças a enxurrada de bandas que vem aparecendo ano após ano como resultado do movimento denominado NWOTHM (para os leigos, uma menção ao movimento inglês NWOBHM, mas agora, fazendo referência a nova onda do Heavy tradicional retrô). Este novo movimento tem uma premissa simples e funcional, que é resgatar aquela sonoridade mais pura que nos remete ao início dos anos 80. Com isso, tivemos uma nova geração inteira de bandas, soando como os nossos heróis do passado e isso deveria ser motivo para uma alegria sem fim, mas alguns questionamentos são capazes de nos preocupar (leia-se tirar o sono). Vamos a eles:

  1. Estes novos nomes conseguirão fazer frente a geração pioneira que praticamente criou todos os grandes pilares musicais do estilo?
  2. A NWOTHM conseguirá nos dar mais do que um simples revival de uma época mágica?
  3. Stallion, Enforcer, Ambush, Skull Fist, Metal Inquisitor, RAM, Night Demon e tantos outros, são apenas clones ou, realmente, tem potencial para levar o Heavy Metal a outro nível jamais imaginado?
  4. Sem uma grande exposição na grande mídia mainstream, como essa galera poderá garantir uma longa e proveitosa carreira?
  5. Caso consigam isso, como farão sem entrar em um looping infinito de repetição de fórmulas?

Vamos tentar responder a alguns destes questionamentos nesta análise e, ao final, o caro amigo leitor poderá tirar as suas conclusões.

Primeiro, devo fazer uma explicação prévia, escolhi este novo trabalho do Stallion para abordar este tema por um único motivo: “Slaves Of Time” conseguirá elucidar, basicamente, todas as perguntas realizadas anteriormente. Esta será uma resenha diferente.

1. Produção

Em um passado próximo, o Stallion não admitiu interferência externa em seus álbuns. Os integrantes da banda produziram e mixaram o debut “Rise And Ride” e o ótimo “From The Dead”, gerando algumas críticas implacáveis a respeito de como a musicalidade de ambos os registros poderia ser melhor. Em “Slaves Of Time”, buscaram um profissional do ramo, trata-se do engenheiro de som Marco Brinkmann, que deu um polimento diferenciado as músicas e deixou a produção mais ajustada.

2. Evolução musical

Recomendo “Slaves Of Time”, principalmente, aos que ouviram os trabalhos anteriores e torceram o nariz. A banda demonstrou ser resiliente e, de forma natural, começa a apresentar um estilo próprio ao tocar um gênero já bastante datado e sem muitas opções de inovação. Conforme os anos estão passando, os integrantes vão, nitidamente, dominando melhor os seus instrumentos, se aprimorando tecnicamente e, com isso, ganham segurança para se arriscar por terrenos ainda não explorados (sem abandonar as suas principais características, só pra deixar claro).

A musicalidade deste disco é muito abrangente, trazendo desde canções bem tradicionais como “Meltdown” e a faixa de abertura “Wake Up The Demons”, esta segunda, com uma introdução belíssima, riffs cortantes e um refrão pra lá de pegajoso, até porradas Speed Metal de primeira linhagem como nas devastadoras “Kill The Beast” e “Dynamiter”. Ainda há espaço para uma viagem Hard ‘N’ Heavy a lá AC/DC com a grudenta “Time To Reload” (uma das melhores músicas da banda) e coisas que beiram o Thrash Metal, caso de “No Mercy” e “Merchants Of Fear”.

3. Identidade

Somente estas músicas já garantiriam uma boa nota a “Slaves Of Time”, mas é aí que entram três sons um tanto diferentes e tudo fica bem mais interessante. “All In” e “Brain Dead” trazem um conceito parecido entre si, mas é evidente que nessas composições, a banda está encontrando algo novo dentro de sua própria identidade. Ambas possuem algumas variações, mudanças bruscas de andamento e viradas inesperadas, além de criar uma experiência única que te faz viajar entre os estilos mais tradicionais. Vou exemplificar usando sonoridades de bandas manjadas e você vai pescar a idéia, em “Brain Dead” começa com um Overkill em ritmo frenético e vocais rasgados, de repente, tudo muda e você já está ouvindo King Diamond, depois entra um solo totalmente Judas Priest… Deu pra entender? É importante ressaltar que essas mudanças bruscas ocorrem com muita naturalidade e caso você não esteja com todas as atenções voltadas a audição, provavelmente, nem vai notar. Um adendo importante, mesmo citando nomes clássicos, o Stallion tem sua própria abordagem e jamais soa como um uma mera cópia.

4. Diferencial

Bem, se você chegou até aqui, já percebeu que estamos diante de um álbum diferenciado e, em todo álbum diferenciado, existe uma música diferenciada. “Slaves Of Time” não foge a regra e nos apresenta a grandiosa “Die With Me”. As grandes bandas dos anos 80, vez ou outra, nos agraciavam com power-balads majestosas, podemos citar aqui “Beyond The Realms Of Death” (Judas Priest), “The Eagle Has Landed” (Saxon), “Remember Tomorrow” (Iron Maiden) e tantas outras, é fato que esta nova geração, com pouquíssimas exceções (talvez “Ode To Death”, no último do Enforcer, e “Ravnfell”, no último do RAM), ainda não tinha conseguido reproduzir muito bem estes tipos peculiares de power-balads, ao menos até agora. “Die With Me” é um deleite e há muito tempo eu não ouvia algo tão mágico. Começa como uma poderosa balada, vai crescendo, encorpando e culmina em um som pulsante e repleto de passagens memoráveis. Um clássico dos novos tempos!

5. Respondendo aos questionamentos

Nos anos 80, os estilos estavam sendo criados enquanto as bandas lançavam seus discos. Era algo como um assustador “tudo ao mesmo tempo agora” e, talvez por isso, muitas bandas não conseguiram desenvolver todo seu potencial. Alguns poucos nomes se tornavam gigantes colossais e aqueles que permaneciam no underground, eram fadados ao esquecimento. O número de grupos promissores que não passaram do debut ou do segundo disco foi estratosférico. Era tudo muito dinâmico, nos primeiros anos da década de 80 tínhamos o Heavy clássico em alta, em seguida surgiu o Speed, o Thrash, na sequência o Power, o Death, o embrião do Black e, simplesmente, não havia tempo. As pessoas iam se interessando pelas novas sonoridades e, muitas vezes, iam deixando as antigas de lado, como músico, você seguia a onda ou ela te levava. Eram tempos desbravadores e somente os mais cascas-grossas ou aqueles agraciados pelo poder das gravadoras sobreviveram. Hoje não é mais assim.

As bandas pertencentes a esta nova geração não vão ser grandes ou integrar o mainstream como os heróis do passado conseguiram, afinal, a grande mídia não está mais interessada no Heavy Metal (pelo menos por enquanto), por outro lado, as novas bandas não dependem mais das megacorporações para que sua música chegue aos seus fãs, não precisam compor canções comerciais para tocar nas rádios, não precisam “vender suas almas” e, tão pouco, conviver com a pressão de ter que vender milhares de cópias para continuar existindo. Vivemos em um mundo globalizado e digital, onde você acessa uma página como esta em uma rede social e tem acesso imediato a informação necessária para escutar aquela banda que pode vir a ser sua paixão

Talvez, esta nova safra não consiga fazer frente aos pioneiros, mas terá algo que eles jamais tiveram: tempo para se desenvolver de maneira adequada. Errar, acertar, evoluir, criar identidade, amadurecer…

Talvez, esta nova safra tenha aparecido não para emular ou promover um revival de uma época que não voltará mais, mas para dar a estes jovens músicos, todas as condições que muitos de nossos heróis (famosos e anônimos) não tiveram para que o Heavy tradicional evolua e chegue a um novo patamar jamais pensado.

Talvez, este seja apenas um devaneio romântico, mas caso você resolva dar play em “Slaves Of Time” ou em algum outro grande disco lançado por esta nova geração e, ao fazer isso, você sinta aquela sensação indescritível tomando conta, aquele arrepio que sentimos todas as vezes em que paramos pra ouvir o nosso gênero musical predileto, talvez, você vai concordar comigo.

Nota: 9,5

Integrantes:

  • Aaron (bateria)
  • Äxxl (guitarra)
  • Pauly (vocal)
  • Stämpfe (baixo)
  • Clode (guitarra)

Faixas:

  1. Waking the Demons
  2. No Mercy
  3. Time to Reload
  4. All In
  5. Brain Dead
  6. Die with Me
  7. Merchants of Fear
  8. Dynamiter
  9. Kill the Beast
  10. Meltdown

Redigido por Fabio Reis

Lançamento: Crystal Skull – “Ancient Tales” (2020)

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“Ancient Tales” é o debut do projeto de Power Metal, Crystal Skull, o qual é executado pelo músico italiano Cláudio “The Reaper” Livera, que é baixista da banda de Heavy Metal, Sacro Ordine dei Cavalieri di Parsifal. assim como baixista da banda de Doom/Black Metal, Akroterion.

Claudio Livera

Antes de mais nada, Claudio Livera tem uma maneira ímpar de fazer Power Metal, sendo esse o seu principal adjetivo. A narrada faixa “The Book”, a qual abre o álbum, já eleva ao máximo o meu nível de curiosidade para todo o restante da obra, pois dá a ideia de que o disco é conceitual. Em seguida, a rápida canção “Land Of The Dead” revela os talentos de Livera, os seus riffs energéticos e seus arranjos vocais que liberam uma atmosfera, completamente, épica.

“No começo eu procurei por esse esquecido manuscrito / desde os corredores do tempo até as obscuras câmaras desta poderosa fortaleza / E agora, o livro das crônicas perdidas está na minha trêmula mão / Hoje, tentei traduzir essas páginas esgotadas, escritas em uma linguagem, contando a primeira origem do nosso mundo / Na capa consumida, apenas duas palavras: ‘Contos Antigos’”.

Claudio Livera / Reprodução / Facebook

“Stormaxe”

A batalha continua na faixa “Stormaxe”, que embora seja discretamente mais cadenciada que a anterior, é ainda mais poderosa. Além disso, o solo de guitarra está entre os mais lindos do disco. Podemos afirmar que, esse álbum não foi composto, ele foi, literalmente, forjado, ao mesmo tempo, no aço, no sangue e na fúria. Metal espadinha? De jeito nenhum! Mas sim Metal aço inox dilacerante.

“Lá em cima no céu seu grande machado da tempestade / Chama os poderes dos trovões / Roda no mal seu grande machado da tempestade / Destrua seus inimigos com seu poder”.

“Crystal Legions”

O equilíbrio entre a melodia e a intensidade que as canções do álbum transmitem me impressiona e, dessa forma, “Crystal Legions” mantém o alto patamar do full lenght. Além disso, o nível do trabalho vocal de Livera se intensifica a cada minuto da audição.

”Nós, nós somos a luz / Nós, nós somos a maré / Contra este mentiroso”.

“Tears Of The Night”

Apesar da maior influência desse projeto ser o Power/Speed alemão, nota-se uma interessante pitada de Manilla Road no contexto. Já “Tears Of The Night” não permite com que a temperatura da audição reduza, aliás, essa redução não ocorre durante toda a duração do disco, sendo ele muito envolvente do primeiro ao último acorde.

“Olhe através das estrelas no céu / Lágrimas da noite / Sentindo o toque da noite”.

Claudio Livera / Divulgação / Facebook

“The Eyes”

“The Eyes” é a mais pesada do disco. Tanto o riff de guitarra, quanto os arranjos vocais são mais agressivos nessa canção. A letra também demonstra essa mudança.

“Olhando as chamas do ódio / Aos olhos dos condenados / Deixe seus sonhos de liberdade / Aos olhos dos mortos”.

“Die By My Axe”

O ser humano em toda a sua história vive tentando se livrar das opressões que o aprisionam, sacando suas liberdades. “Die By My Axe” afunda o pé do acelerador até arrebentar o cabo. A faixa não é tão pesada quanto sua antecessora, porém se ambienta na mesmíssima atmosfera.

“Morrer pelo meu machado / Esta é a hora do seu inferno / Siga o caminho do carrasco / Sobre a escuridão sob esta bandeira / Siga o caminho dos imortais”.

“The Last King

Em “The Last King”, Claudio “The Reaper” Livera mostra, definitivamente, toda a técnica e feeling do seu vocal, sua afinação impecável, assim como sua interpretação marcante. Só essa canção já teria feito o trabalho todo valer à pena, porém ela é só a melhor entre todas as ótimas peças desse quebra-cabeça.

“Esta é a história do herói desta terra / Fogo perdido queimando no fundo de seu coração / Sorria para o céu e lembre-se de minhas palavras / O brilho das estrelas iluminará seu tempo”

Claudio Livera / Facebook – Reprodução

A derradeira canção desse excelente álbum, “Lake Of Dreams”, soa, realmente, como uma despedida, porém com a esperança de um retorno ainda mais triunfal. O solo de guitarra transborda feeling e a musicalidade de Livera conquista o seu espaço definitivo em minhas melhores lembranças. Um disco dessa magnitude, não poderia encerrar com outro nível que não fosse com esse gigantesco.

Já elogio o trabalho das One-Man-Bands há bastante tempo. Acho corajoso dar conta de todos os instrumentos e da voz na gravação de uma obra. Nos últimos anos tem sido comum surgirem trabalhos One-Man-Band de alta qualidade, porém esse ano ele se sobressaíram.

Aprovado e indicado para os fãs de Power Metal e de boa música.

Nota 9,1

Integrantes:

  • Claudio “The Reaper” Livera (vocal, guitarra, baixo)

Faixas:

  • 1. The Book
  • 2. Land Of The Dead
  • 3. Stormaxe
  • 4. Crystal Legions
  • 5. Tears Of The Night
  • 6. The Eyes
  • 7. Die By My Axe
  • 8. The Last King
  • 9. Lake Of Dreams

Redigido por Cristiano “Big Head” Ruiz

Resenha: MAD MAX – “Stormchild Rising” (2020)

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“Stormchild Rising” é o décimo disco do MAD MAX.

No último dia 21 de agosto, a veterana banda alemã de Heavy/Hard Rock, Mad Max, lançou o décimo e quarto full lenght de sua carreira, “Stormchild Rising”, o qual sucede o álbum “35” de 2018.

Para os desentendidos, o que é Mad Max?

Não tem absolutamente a ver com a Tina Turner e nem o Mel Gibson, portanto, não se enganem.

Porém, eu posso explicar Mad Max, usando uma única sentença, porém vou fazê-lo, utilizando uma receita de bolo especial.

Pegue um liquidificador musical e adicione:

  • Duas porções de Scorpions
  • Duas colheres de Def Leppard
  • Mais uma pitada de Foreigner

Modo de preparar: em seguida, bata tudo junto até ficar, completamente, homogêneo e leve ao forno por 39 anos de existência.

Logo após retirar do forno, adicione a todos esses ingredientes prontos uma cobertura de legítimo Heavy/Hard Rock teutônico. O resultado final não poderia ser melhor.

Michael Voss

Sobretudo, Michael Voss, através do timbre agradável de sua voz e suas técnicas vocais, torna a audição do disco puro deleite.

Ele mantém uma tonalidade média e alta, utilizando agudos em alguns momentos, porém, sem exageros na utilização de tal recurso.

Embora algumas canções do disco puxem mais para a pegada do Heavy Metal na parte instrumental, a forma com a qual canta Voss deixa sempre tudo parecido com Hard Rock anos oitenta em seus melhores momentos. Nenhuma surpresa, afinal de contas a banda nasceu dentro desse período.

Jürgen Breforth

Enquanto isso, Jürgen Breforth desenvolve riffs marcantes, imponentes e que pegam na veia.

Seus solos, tanto na guitarra elétrica, quanto no violão, transbordam feeling e técnica apurada. O conjunto de todo o seu trabalho é um dos pontos mais fortes da música do Mad Max.

Thomas “Hutch” Bauer & Axel Kruse

Entretanto, a cozinha, que é composta pelo baixista Thomas “Hutch” Bauer, membro mais recente da banda, e pelo baterista Axel Kruse, é a base precisa dessas canções, as quais mantêm a audição em alta vibe da primeira até a última faixa.

Não há críticas a fazer a essa quase quarentona banda alemã da cidade de Münster.

Singles

Vamos analisar, em primeiro lugar, os singles disponibilizados por Mad Max na ordem que estão distribuídos no disco.

“Hurricaned”, que foi tema de lyric video, tem uma linda alma Hard/Heavy, sendo destacada pelo maravilhoso solo de guitarra de Breforth.

“Talk To The Moon”, faixa seguinte, foi lançada como official audio pelo selo Steamhammer e é sensivelmente mais Hard Rock que sua antecessora, sendo outra bela música.

Assim que destaco os lindos arranjos do baixista Thomas Bauer.

“The Blues Ain’t No Stranger”, que também recebeu uma versão lyric vídeo, é um intenso Hard’N’Blues, que remete, discretamente, a sonoridade comum à segunda metade da década de 70.

Aliás, destaco novamente o solo de guitarra de Jürgen Breforth que mostra que também é fera quando o assunto está voltado ao tema Blues.

“Eyes Of Love”

A minha favorita do disco é a canção “Eyes Of Love”, que é Hard Rock com 100% de pureza, sendo capaz de reverter qualquer fagulha de mau humor que esteja presente na atmosfera da audição.

Pois, ela é tudo que eu espero numa música de Hard Rock, que é um dos meus gêneros preferidos de Rock/Metal.

Como me alonguei demais em minha análise do álbum, não vou poder analisar todas as ótimas faixas, mas gostaria de destacar também a maravilhosa balada “Ladies And Gentlemen”, tema de vídeo clipe, que recebeu duas versões diferentes, na quarta e na derradeira canção do “Stormchild Rising”.

Enfim, o solo de violão é simplesmente de arrasar.

Nota: 8,8

  • Integrantes:
  • Michael Voss (vocal)
  • Axel Kruse (bateria)
  • Thomas “Hutch” Bauer (baixo)
  • Jürgen Breforth (guitarra
  • Faixas:
  • 1. Hurricaned
  • 2. Talk To The Moon
  • 3. Eyes Of Love
  • 4. Ladies And Gentlemen
  • 5. Mindhunter
  • 6. Rain Rain
  • 7. Gemini
  • 8. Kingdom Fall
  • 9. The Blues Ain’t No Stranger
  • 10. Take Her (Rough Cult cover)
  • 11. Busted
  • 12. Ladies And Gentlemen (single edit)

Redigido por Cristiano “Big Head” Ruiz

Quem é Mundo Metal?

Mundo Metal nasceu em 2013, através de uma reunião de amigos amantes do Rock e Metal. Com o objetivo de garimpar, informar e compartilhar todos os bons lançamentos, artistas promissores e tudo de melhor que acontece no mundo da música pesada.

Despretenciosamente, veio o grupo e depois a página no Facebook, aos poucos passamos a utilizar outras redes como Instagram e Youtube e, posteriormente, nosso site oficial veio a luz. Apesar de todas as dificuldades da vida cotidiana, nunca desistimos de nossos objetivos e, hoje, nosso site está em franca expansão.

Sejam muito bem-vindos a nossa casa e desejamos de coração que voltem sempre.

Lançamento: Voorhees – “Chapter Two” (2020)

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Gravadora:
Great Dane Records

Só de reparar no nome e no logo dessa banda, já se pode chegar a um denominador comum. Não é mesmo?! Simplesmente um dos maiores (se não o maior) ícones dos filmes de terror de todos os tempos, o glorioso e persistente Jason Voorhees com seu arsenal de vítimas em suas jornadas no universo de “Sexta-Feira 13”. Porém, como é o habitual por aqui, não irei me aprofundar tanto nesse tema, até por que se trata de um personagem mundialmente conhecido e acabaria virando um texto sobre o mesmo, ao invés de uma resenha do disco de estreia destes franceses, que buscaram inspiração através dessa fortaleza de máscara de hóquei e facão ultra afiado. E haja história sobre esse enredo magnífico todo…

Metz, Grand Est. Este é o local de nascimento deste flagelo aterrorizante que lançou “Chapter Two” com o intuito de buscar o seu espaço entre os grandes do Metal da morte. Como ainda é cedo para dizer se esse disco é bastante sangrento a ponto de assustar os mais desavisados ou não, vamos à apresentação deste material e quem são os encarregados de acordar o Jason em pleno ano de 2020. “Chapter Two” foi lançado no dia 13 de março via Great Dane Records. Tal data não poderia ser melhor para lançarem seu debut. Os fãs mais fervorosos tanto dos filmes de “Sexta-Feira 13” quanto de Death Metal deverão curtir em dobro essa curiosidade. O line-up francês é composto por: Will (Nosphares, ex-Visceral Hate, ex-Nihilism, ex-Funeral Holocaust, ex-Disquiet), o patrono da bagaça, baterista e backing vocal; Fred Ace Death (Dehumanize, ex-Lake of Oblivion, Screaming Worms) no baixo; Rémy (ex-Cantar, ex-Corpses, ex-Deterrent, ex-Insane, Metal Militia, ex-Dehumanize) na voz principal e na guitarra; E Seb (ex-Dungortheb) na guitarra e também o encarregado dos solos.

Preparado para correr do seu assassino impiedoso, pequeno gafanhoto? Cuidado para não ser uma pessoa de muita sorte… A “última” noite se dá início com “The Lucky Ones Die First”, que após o primeiro berro do gato te faz correr pelas vielas do quarteirão próximo de sua moradia. Um cheiro de enxofre com ferrugem é espalhado no ar, dando aquele toque avermelhado para essa longa noite de perseguição sonora. Os bumbos, tons e pedais tremulam o seu bairro conforme a lâmina velha e super afiada corta as portas, que você abre e fecha como se fossem de papel. Sem descanso, o inimigo persegue sua vítima sempre com aquele ar soberano de que você é só mais um número para ele. Enquanto você não se torna mais um monte de carne morta putrefante, pode notar nuances da escola sueca de Death Metal. Eu disse que pode respirar? Não! Segura a bronca aí que “My Horror Event” acaba de chegar para te aterrorizar um pouco mais… Não se desespere, pois estamos apenas no início dessa jornada soturna e maquiavélica. E… Ops! Mas, já caiu?! Na segunda cena de ação?! Agora com o joelho ralado e o tornozelo torcido será preciso de um pouco mais de força de vontade se quiser sobreviver a esse rito de sacrifício.

A terceira etapa das quinhentas milhas de Indianapolis (só que não!) conta com a bela canção “Evil To Come”. O mal já começou e pode continuar fugindo, pois o Jason sempre te encontrará em uma próxima tomada. Os passos vagarosos são simbolizados em trechos da canção até que está sofre um abalo sísmico capaz de acelerar e destruir tudo o que vê pela frente. Tente ligar a caminhonete que está logo adiante. O motor não quer pegar e a adrenalina só aumenta quando surge um pouco ao longe a silhueta de seu perseguidor. Não faça como a Jill Valentine do “Resident Evil 3 Remake” e fuja logo antes que… Venha a quarta faixa com um ar mais cadavérico e rastejante, até lembrando um pouco do que o Kreator tem feito em seus últimos trabalhos. Não, não alcança o Thrash e muito menos os alemães alcançam o Death. São passagens que acabam ficando literalmente em um meio termo. O assassino te deu um pouco de trégua e você consegue escapar do veículo velho sem sofrer danos. Por enquanto os seus danos são do capote que tu levaste na segunda tomada de ação. “The Will To Kill” apresenta-se como o diferencial, até tornando o som do Voorhess mais encorpado do que aquele Death Metal “seco” e opaco costumeiro de muitas bandas por aí afora.

“I’m The Man Who Became God” inicia após um breve anúncio, exaltando a forma pela qual este ser pode se colocar como um deus, uma espécie de entidade que pune impiedosamente quem atravessar o seu caminho. Com uma veia mais extrema a sua fuga volta a ser o destaque conforme os riffs e linhas de guitarra e baixo ameaçam botar tudo abaixo. Aquela ferrugem citada acima toma conta de todo o certame, te fazendo ter dificuldades para respirar. Não sei se você está de máscara, mas se estiver, é bom que ela seja à prova de pó de ferro e sangue. Muito sangue… Tomate não! Sangue… Se não bastasse um, imagine ser perseguido por mais um Voorhees? Calma, que o jogo não deu ‘bug’! O mesmo perseguidor te ataca novamente e arremessa seu facão, buscando dividir sua cabeça entre direita e esquerda para que morra no centro da lâmina tão afiada que reflete o brilho da lua vermelha. “Voorhees II” mantém o fogo-fátuo aceso em meio ao pântano, que você acabou adentrando sem ao menos perceber.

A penúltima parte entrega aos adeptos “Reanimated” e já posso concordar, que além de você ser um bravo e destemido apreciador de aventuras como esta, também é capaz de enfrentar alguém tão poderoso quanto o ‘homenageado’ em questão. A dança de cadáveres rola solta com o avanço dos melhores solos deste debut até aqui. Certeza que até o Jason iria para o mosh com um som desse naipe. E para fechar o livro sobre a arte da morte causada por um mascarado nada como esse fim ser marcado por uma passagem inicial de bateria feita com maestria por Will, acompanhada pelo baixo certeiro de Fred Ace Death para apresentar o fechamento de um dos grandes trabalhos lançados esse ano. Chris e Seb fazem uma dupla de gigantes nas guitarras e tornam a equipe ainda mais forte. Eu disse fechar? Espere! Ainda tem mais uma “múzga”, nobre leitor! “Into Darkness” chega para despejar mais uma alta dose do bom e velho Death Metal, além de mostrar para os desavisados (são muitos!) que na França tem Metal extremo do “bão” sim, senhor! Porém, a caçada continua mesmo com sua escapatória. Hoje você conseguiu e está de parabéns. Agora pode beber bastante água e aguardar por um futuro trabalho do Voorhess para que a corrida pela sobrevivência prossiga.

Se você realmente gosta de Death Metal como um todo, este disco é perfeito para você seguir, ouvindo diversas vezes ao dia. E fique tranquilo. O Jason não vai te pegar… Ou será que vai?…

“The lucky Ones Die First…”

Nota: 9,0

  • Integrantes:
  • Willy “Will” Lang (bateria, vocal de apoio)
  • Frédéric “Fred Ace Death“ Clément (baixo)
  • Christophe “Chris” Rémy (vocal, guitarra)
  • Sébastien “Seb” Valbrecq (guitarra solo)
  • Faixas:
  • 1. The Lucky Ones Die First
  • 2. My Horror Event
  • 3. Evil To Come
  • 4. The Will To Kill
  • 5. I’m The Man Who Became God
  • 6. Voorhees II
  • 7. Reanimated
  • 8. Into Darkness
  • Redigido por: Stephan Giuliano

Lançamento: Tokyo Blade – “Dark Revolution” (2020)

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Gravadora: Dissonance Productions

Retornos de bandas clássicas geralmente geram comoção ente os headbangers e, quando o Tokyo Blade anunciou a sua volta no início de 2018, a expectativa dos mais saudosistas foi lá em cima. Ainda mais por se tratar de uma reunião de formação original, inclusive, com Alan Marsh nos vocais e uma promessa de volta às raízes. Logo, o quinteto original de Salisbury, Inglaterra, tratou de lançar o seu novo álbum, “Unbroken”, e tudo parecia caminhar para uma volta extremamente ovacionada, mas não foi bem assim que as coisas aconteceram. “Unbroken” possuía alguns “deslizes” e acabou não sendo “aquele” álbum que todos esperavam. Devo mencionar que ele tem seus bons momentos e, em especial, uma música que poderia estar tranquilamente no tracklist de qualquer um dos dois primeiros (e clássicos) registros dos caras, trata-se da fantástica “My Kind Of Heaven”. Só que neste exato momento você deve estar pensando o mesmo que muitos fãs pensaram, apenas uma música inesquecível e um punhado de outras que soam apenas “ok” não é lá grande coisa. “Dark Revolution” foi lançado em maio deste ano e chegou com a missão de sanar tais problemas e, mesmo que não consiga ser 100% eficaz em sua proposta, ele consegue fazer o que se propõe em quase todo o tempo.

Primeiro, gostaria de explicar o por que de ter esperado todos esses meses para fazer a análise. Logo que escutei “Dark Revolution”, percebi uma acentuada melhora em relação à “Unbroken”, porém, ainda senti que havia algo que incomodava. Resolvi fazer diversas audições ao longo do tempo para entender o trabalho como um todo e, somente escrever, quando pudesse apresentar uma crítica mais aguçada sobre os pontos que travam o disco. Pois bem, este momento chegou. Vamos ao que interessa!

Basicamente, os problemas mais graves de “Unbroken” são relacionados a quantidade de músicas e o tempo total de audição. 57 minutos, 11 músicas e apenas uma delas sendo realmente empolgante. A audição se torna maçante e desinteressante na medida que as faixas vão avançando e se apresentam ineficazes em cativar o ouvinte. Já em “Dark Revolution”, temos as mesmas 11 faixas e pouco mais de 55 minutos (basicamente o mesmo tempo), porém, temos músicas muito melhores que no registro anterior. Você deve estar se questionando, “sendo assim, então todos os problemas estão resolvidos?”. Calma, jovem padawan, nem tudo são flores. Mesmo com composições melhores, mais energéticas e mais empolgantes, o disco ainda cai em uma armadilha auto imposta. As faixas, apesar de diferentes, não possuem muitas variações rítmicas e acabam se tornando mais do mesmo. É som atrás de som e aquele mesmo ritmo se repetindo, sempre o mesmo andamento de bateria e quase nunca isso varia. Isso atrapalha a audição a ponto do álbum receber uma nota baixa? Não. Mas evita que ele receba uma avaliação mais alta. Creio que tanto em “Unbroken” quanto em “Dark Revolution”, o Tokyo Blade peca pelo excesso e 11 músicas me parece algo deveras excessivo. Além disso, com menos canções evitariam um pouco essas repetições rítmicas, que no começo da audição soa ok, mas quando chegamos ali por volta da nona, décima faixa, já começa a irritar e você quer que o trabalho acabe logo.

Se o Tokyo Blade manter a qualidade de “Dark Revolution”, porém diminuir o número de composições em seu próximo trabalho, nada muito traumático, apenas de 11 para 8, e colocar ao menos 2 faixas com andamento um pouco mais acelerado ou até mesmo uma balada no meio do tracklist, creio que, aí sim, terão resolvido todos os problemas e terei o maior prazer em dar uma nota tão alta quanto eu gostaria.

Os destaques do álbum são as ótimas “Story Of A Nobody” (refrão matador!), “Burning Rain” (bom trabalho de guitarras), “Dark Revolution” (pesada e com uma pegada um pouco diferente de tudo que a banda já fez no passado), “Crack In The Glass” (melhor trabalho de bateria do disco e outro belo refrão), “See You Down In Hell” (a melhor do álbum fácil, um pouco mais veloz que as outras e lembra um pouco a fase clássica) e, por fim, “Voices Of The Damned” (com um belo riff e transições interessantes). Das outras cinco, você pode eliminar três delas aleatoriamente que não vai fazer falta alguma. Não posso deixar de mencionar que o vocalista Alan Marsh está cantando muito bem, diria que até acima do esperado e, caso a banda resolva estes pequenos “deslizes”, certamente, tem totais condições de lançar registros capazes de nos surpreender positivamente. Enquanto isso não acontece, sou obrigado a dar a nota que este álbum merece, gostaria que fosse uma nota muito melhor, mas não tem como fechar os olhos para problemas tão evidentes. Ainda vejo com bons olhos este retorno do Tokyo Blade e acredito que os caras ainda vão honrar o legado desta que é uma das maiores lendas da NWOBHM. Tomara!

Nota: 7,0

Ouça o álbum na íntegra:

  • Integrantes:
  • Steve Pierce (bateria)
  • Andy Boulton (guitarra)
  • Alan Marsh (vocal)
  • John Wiggins (guitarra)
  • Andy Wrighton (baixo)
  • Faixas:
  • 1. Story of a Nobody
  • 2. Burning Rain
  • 3. Dark Revolution
  • 4. The Fastest Gun in Town
  • 5. Truth Is a Hunter
  • 6. Crack in the Glass
  • 7. Perfect Enemy
  • 8. See You Down in Hell
  • 9. The Lights of Soho
  • 10. Not Lay Down and Die
  • 11. Voices of the Damned
  • Redigido por Fabio Reis

Resenha: Sinister – “Deformation Of The Holy Realm” (2020)

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“Deformation Of The Holy Realm” é o décimo quarto full-lenght da veterana banda de Death Metal holandesa, Sinister, que é sucessor do álbum “Syncretism” de 2017.

Um amigo me disse hoje: “Sinister nunca decepciona” e logo depois da audição do disco, eu concluo que não decepciona mesmo.

Introdução – “Deformation Of The Holy Realm”

A sombria intro instrumental “The Funeral March” serve, somente, de aviso para o que vem em seguida. A faixa título “Deformation Of The Holy Realm” espalha uma multidão de demônios por todas as faces do planeta Terra.

Uma sonoridade Death Metal old school com aparência de Brutal Death Metal penetra os ouvidos, invadindo os meus tímpanos. Inegavelmente, um inicio dilacerante.

“Apostles Of The Weak”“Unbounded Sacrilege”

Logo depois, “Apostles Of The Weak” supera a interior em peso, velocidade e brutalidade. Pois, Sinister não brinca em serviço. Enquanto isso, o baterista Toep Duin, como um ciclone, derruba tudo com sua agressividade rítmica. Não tão veloz, mas igualmente pesada e brutal, “Unbounded Sacrilege” dá continuidade ao massacre dos ouvidos sensíveis.

Apesar do tipo de gutural de Aad Kloosterwaard não estar entre os meus favoritos, na música do Sinister, ele encaixa feito uma luva.

Sinister / Divulgação / Facebook

“Unique Death Experience” / “Scourged By Demons”

“Unique Death Experience”, a visceral velocidade das primeiras músicas volta a imperar. Impressionante a precisão e técnica com a qual o guitarrista Michal Grall, o baixista Ghislain van der Stel e o baterista Toep executam juntos as canções.

A princípio com sons de sinos de igreja, “Scourged By Demons” tem uma introdução diferenciada do restante das canções do álbum, porém ela se converte na mesma atmosfera cataclísmica alguns segundos depois.

“Suffering From Immortal Death”

Sons macabros de orquestra anunciam o próximo capítulo dessa história. Dessa forma, pode-se dizer que em “Suffering From Immortal Death” o instrumental tenha maneirado um pouco e chegue a soar Melodic Death Metal, porém o vocal permanece na mesma vibe que mantém desde a primeira canção.


“Oasis Of Peace (Blood From The Chalice)” é o prenuncio da finalização do full-lenght. Além disso, sons de corais de canto gregoriano dão a faixa uma maldita atmosfera gótica.

Os riffs dessa canção são os melhores e mais trabalhados do disco, sendo também meus favoritos. Pois, a banda se superou nessa faixa e por isso a elejo como minha preferida do álbum, o qual eu resenho nesse momento.

“The Ominous Truth”

A música de encerramento “The Ominous Truth”, assim como várias faixas no disco, tem uma introdução com efeitos sonoros diferenciados. No entanto, ele segue a receita bem sucedida do full-lenght, velocidade, brutalidade e peso. “Entering The Underworld” é apenas um pequeno tema instrumental que fecha os portais do décimo quarto capítulo da história desse ícone do Death Metal da Holanda chamado Sinister.

Death Metal em 2020

Há muitos lançamentos de qualidade no subgênero Death Metal em 2020, o que me faz acreditar que a disputa pelo Top 10 em dezembro será acirrada. “Deformation Of The Holy Realm” é aprovado e indicado, portanto, aos adictos do Metal extremo, principalmente o old school.

Nota 8,7

Clique no link abaixo, a fim de ouvir o single “Deformation Of The Holy Realm”:

Integrantes:

  • Michal Grall (guitarra)
  • Aad Kloosterwaard (vocal)
  • Ghislain van der Stel (baixo)
  • Toep Duin (bateria)

Faixas:

  • 1. The Funeram March
  • 2. Deformation Of The Holy Realm
  • 3. Apostles Of The Weak
  • 4. Unbounded Sacrilege
  • 5. Unique Death Experience
  • 6. Scourged By Demons
  • 7. Suffering From Immortal Death
  • 8. Oasis Of Peace (Blood From The Chalice)
  • 9. The Ominous Truth
  • 10. Entering The Underworld

Redigido por Cristiano “Big Head” Ruiz

Resenha: Poltergeist – “Feather Of Truth” (2020)

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“Feather Of Truth” é o quinto full lenght da veterana banda de Thrash Metal da Suíça, Poltergeist, o qual sucedeu o álbum “Back To Haunt”, que foi lançado em 2016.

Eles iniciaram sua história na cidade de Liestal no ano de 1985, em plenos anos 80, a década de surgimento do Thrash Metal, tendo lançado o seu debut, “Depression”, no ano de 1989.

A escola suíça de Thrash Metal nos ofereceu dois excelentes lançamentos em 2020: “Holodox”, terceiro álbum da banda Comaniac, o qual nós resenhamos aqui recentemente e “Feather Of Truth”, quinto trabalho do Poltergeit, sobre o qual falaremos hoje.

André Grieder

O vocalista André Grieder tem um dos timbres de vocal que mais me agradam em Thrash Metal, pois o canta quase como Heavy Metal tradicional na maior parte do tempo.

Uma voz mais limpa, afinada e cheia de energia. Muitos fãs do subgênero “torcem o nariz” pra a utilização desse tipo de voz no Thrash, porém eu o acho tão incrível quanto os demais tipos de vocais que são, normalmente, mais utilizados.

Grieder varia esse seu estilo em alguns momentos de algumas faixas, porém as características supracitadas são a tônica de grande parte de sua performance nesse trabalho.

V.O. Pulver e Chasper Wanner

Os guitarristas V.O. Pulver e Chasper Wanner fazem uma dupla perfeita, além disso, seus riffs remetem aos utilizados no Thrash Metal americano da Bay Area.

Os solos são rápidos, técnicos e, concomitantemente, cheios de feeling, utilizando bends, perfeitamente, executados.

Os timbres escolhidos para a produção são de extremo bom gosto, além de limpos, nítidos, sem abrirem mão de serem pesados em momento algum.

Reto Crola

Quanto à bateria, os elogios continuam sendo merecidos. O baterista Reto Crola trabalha muito bem, utilizando os pedais duplos com precisão.

Contudo, seus repiques insanos são aplicados nos momentos adequados e suas variações rítmicas dão a sonoridade do Poltergeist uma dinâmica sensacional, a qual faz totalmente a diferença para o resultado final da produção.

Ralf W. Garcia

Em conclusão, digo que as linhas de baixo, de Ralf W. Garcia, tornam a “cozinha”, baixo e bateria, o alicerce seguro para a execução do bom Thrash Metal dos suíços de Liestal.

Além disso, Garcia também arrisca solos devastadores em alguns trechos.

Thrash Metal Bay é a referência sonora

Embora eu já tenha mencionado o Thrash Metal Bay Area como referencial para os sons de guitarra do Poltergeist, devo salientar que a sonoridade da banda, como um todo, pois tem uma personalidade própria muito marcante.

Assim que, suas canções têm mais a cara de Poltergeist do que de qualquer outra referência de Thrash Metal que se possa notar.

A saber, o ano do Thrash Metal está fabuloso. Assim sendo, nós, do Mundo Metal, teremos que quebrar a cabeça para elegermos o TOP 10 desse subgênero no final do ano.

Enfim, “Feather Of Truth” do Poltergeist é aprovado e indicado para os fãs de Thrash Metal, que não sejam os “Troozaums” bitolados do Thrash “podrão” (risos).

Nota 8,7

  • Integrantes:
  • André Grieder (vocal)
  • V.O. Pulver (guitarra)
  • Chasper Wanner (guitarra)
  • Ralf W. Garcia (baixo)
  • Reto Crola (bateria)
  • Faixas:
  • 1. Time At Hand
  • 2. Saturday Night’s Allright For Rockin’
  • 3. Feather Of Truth
  • 4. The Attention Trap
  • 5. Phantom Army
  • 6. The Godz Of The Seven Rays
  • 7. The Culling
  • 8. Megalomaniac
  • 9. Ambush
  • 10. Thin Blue Line

Redigido por Cristiano “Big Head” Ruiz

Quem é Mundo Metal?

Mundo Metal nasceu em 2013, através de uma reunião de amigos amantes do Rock e Metal. Com o objetivo de garimpar, informar e compartilhar todos os bons lançamentos, artistas promissores e tudo de melhor que acontece no mundo da música pesada.

Despretenciosamente, veio o grupo e depois a página no Facebook, aos poucos passamos a utilizar outras redes como Instagram e Youtube e, posteriormente, nosso site oficial veio a luz. Apesar de todas as dificuldades da vida cotidiana, nunca desistimos de nossos objetivos e, hoje, nosso site está em franca expansão.

Sejam muito bem-vindos a nossa casa e desejamos de coração que voltem sempre.

Resenha: Passion – “Passion” (2020)

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A novidade britânica de Hard Rock, Passion, lançou o seu debut homônimo no dia 24 de janeiro desse ano pelo selo Frontiers Records SLR.

Eis uma banda que começou muito bem. Sua sonoridade tem influências dos principais nomes do Hard Rock/Hard’N’Heavy/AOR das décadas de setenta, oitenta e noventa.

Passion é uma criação de Daniel Rossall, que é ex-vocalista de outra banda britânica, Night By Night. No álbum ”Passion”, Rossall, que, atualmente, adota o nome de Lion Ravarez, gravou o baixo, guitarra, bateria e vocal, além de ser o compositor de todas as faixas.

“Intensity

A canção de abertura do disco, “Intensity”, remete a sonoridade do Kiss em sua fase sem maquiagem dos 80’s.

Ela é pesada e possui alta vibração energética, tendo sido, acertadamente, escolhida para ser a primeira.

“Trespass On Love”

Em seguida, vem a música que é a razão da banda existir.

“Trespass On Love” foi a inicial e despretensiosa composição de Ravarez pela qual nasceu o Passion, ademais ela é single e possui uma versão em formato de vídeo clipe já com os atuais membros da banda citados abaixo.

Assim que, “Trespass On Love” tem uma veia AOR, a qual lembra os melhores artistas da história do estilo. Pois, ela nasceu para ser hit, sendo a melhor música de Hard Rock de 2020 até o momento.

Outro single, “Too Bad For Baby”, vem posteriormente, trazendo de volta o Hardão britânico old school 80’s, que gruda na cabeça e lá permanece.

“Lost In The Dark”

“Lost In The Dark” possui uma atmosfera entre Rainbow (Lynn Turner Years) e Whitesnake( 80’s).

Aliás é impressionante a qualidade musical que Lion demonstra em seu vocal e na execução de todos os instrumentos.

“Back”

“Back”, que também foi single, tem uma pegada diferente das anteriores, remetendo a sonoridade do Aerosmith tanto setentista, quanto oitentista, algo que foge um pouco do puro sangue britânico apresentado até aqui.

A saber, o solo de guitarra dessa canção está entre os melhores do disco.

“Victims Of Desire”

Com riffs simples e diretos, que são característicos desse trabalho, “Victims Of Desire” se apresenta à audição.

Mais uma vez, o vocal de Lion lembra todos os melhores cantores do AOR.

“We Do What We Want”

“We Do What We Want” tem uma nítida influência em Van Halen (Sammy Hagar Era), parecendo uma daquelas belas músicas lado B dessa fase da banda.

“Built To Please” é uma música intensa, recheada de Blues/Rock em sua estrutura, me fazendo pensar em Aerosmith novamente.

“She Bites Hard”

É a vez da influência em Ac/Dc dar as caras em “She Bites Hard”, inclusive com os vocais de Lion se assemelhando demais com os de Brian Johnson.

Pois, essa variação de influências foi outro ponto forte do disco. “Big Game” encerra esse ótimo full-lenght de estreia do Passion, projeto de Daniel Rossall que espero que possa nos trazer muito mais esse tipo de Hard Rock de alta qualidade.

Daniel Rossall, ou Lion Ravarez, se mostrou um exímio cantor, instrumentista e compositor.

Hard Rock

Enfim, ele compôs uma verdadeira aula de conhecimento de Hard Rock, passando por quase todos as diferenciações desse subgênero do Rock’N’Roll e pai do Heavy Metal.

Seu projeto, certamente, tem potencial para nos oferecer muito mais que já oferece nesse álbum. Aprovado e indicado a todos os amantes de Hard Rock, principalmente AOR.

Nota 9,1

Portanto, veja o vídeo oficial de “Trespass On Love”:

  • Integrantes:
  • Lion Ravarez (vocal)
  • Chance Vanderlain (guitarra)
  • Weston James (baixo)
  • Bobby Laker (bateria)
  • Faixas:
  • 1. Intensity
  • 2. Trespass On Love
  • 3. Too Bad For Baby
  • 4. Lost In The Dark
  • 5. Back
  • 6. Victims Of Desire
  • 7. We Do What We Want
  • 8. Built To Please
  • 9. She Bites Hard
  • 10. Big Game

Redigido por Cristiano “Big Head” Ruiz

Quem é Mundo Metal?

Mundo Metal nasceu em 2013, através de uma reunião de amigos amantes do Rock e Metal. Com o objetivo de garimpar, informar e compartilhar todos os bons lançamentos, artistas promissores e tudo de melhor que acontece no mundo da música pesada.

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Lançamento: Demons & Wizards – “III” (2020)

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Gravadora: Century Media Records

Quinze anos se passaram desde o último registro de estúdio do poderoso projeto, Demons & Wizards, liderado por Hansi Kürsch (Blind Guardian) e Jon Schaffer (Iced Earth). Ambos passaram por fases conturbadas em suas respectivas bandas nesse meio tempo. Não sou aficionado por ambas, porém, através de projetos como esse, revejo certos conceitos. O terceiro full-lenght, lançado em fevereiro deste ano, marca o retorno da junção musical demoníaca de Schaffer e a feitiçaria do Sr.Kürsch, uma dicotomia fantástica!

“Diabolic” inicia com uma típica atmosfera “Metal Espadinha”, uma orquestra, um coro angelical e logo em seguida, riff! Desde primeiro momento que a guitarra do Sr. Schaffer se revela, até o último minuto desse tema épico, eu já previa o que viria no decorrer da audição, que esse álbum seria impregnado de Iced Earth. Eu cheguei perto de acertar!

“Invincible” causa certo estranhamento, um som que eu descreveria como um Heavy Traditional muito acessível. É simples, porém o clima épico permanece nos arranjos vocais, o ritmo engana o ouvinte até aqui.

Em “Wolves in Winter”, somos lembrados novamente de quem esta na linha de frente, os riffs característicos do Sr. Schaffer reaparecem, uma palhetada consistente e firme, dita o ritmo desse som, assim dando espaço pro Sr. Hansi mostrar seu potencial, cantando de maneira surreal.

“Final Warning” mantém o nível de sua antecessora, a convergência sonora continua, porém a partir daqui, uma coisa precisa ser dita, Jon Schaffer vem repetindo seu estilo próprio de tocar faz anos, então muita coisa soa demasiado familiar e repetitivo, apesar de seu eficiente desempenho, ele nada é mais que um exímio guitarrista tocando o que mais convém. Para aqueles que apreciam a simplicidade instrumental do som mais tradicional, talvez esse aspecto sequer seja notado.

Agora vamos entrar de vez no lado Blind Guardian da audição, “Timeless Spirits” é uma fantástica balada épica digna dos anos áureos do Power Metal, e eu não poderia deixar de citar que nesse álbum, quem reina absoluto é o Sr. Kürsch, faixa após faixa, é impressionante sua versatilidade e potência vocal.

Em “Dark Side of Her Majesty”, voltamos a nos deparar com a dualidade magistral desse projeto. A mixagem dos timbres das guitarras é um dos pontos fortes desse disco. Dito isso, Schaffer brinca bastante com sua especialidade no instrumento! Novamente um riff cavalgado e incessante cria terreno para um épico orquestrado pelos deuses com um coral assombroso de fundo. É um momento revigorante.

Mas, é em “Midas Disease” que eu queria chegar caros leitores. Eu me surpreendi. Não sei se era por não esperar algo assim ou novamente por conta do fator Kürsch, que eu tanto perseverei em louvar no decorrer da jornada! Essa inusitada pedrada é Hard Rock puro, o riff que dá início é inspiradíssimo em AC/DC, uma ótima confluência de Malcolm Young e Rudolf Schenker, aliás, a cozinha só reforça a influência presente aqui. Minha favorita do álbum.

“New Dawn” e “Universal Truth” não apresentam nada de novo relacionado ao inicio do registro, soam muito repetidas entre si, tendo um ótimo desempenho instrumental, ótimos arranjos rítmicos, porém são musicas que mais ocupam espaço, do que realmente agregam algo na audição! Pra não dizer que não falei das flores, “New Dawn” tem momentos que fixam na cabeça, e não desgrudam, mas são bem específicos.

“Split” poderia facilmente figurar em qualquer álbum do Iced Earth 90´s, em especifico no “Burnt Offerings” de 1995. Aqui temos Mr. Schaffer alternando entre palhetadas afiadas e riffs “sabbaticos” cavernosos, todo o instrumental cria um clima sinistro que permeia do inicio ao fim.

Chegando ao fim dessa jornada de altos e baixos, encerrar o álbum com “Children of Cain” foi decisão de mestre. Apesar do que foi dito anteriormente, referente às repetitivas harmonias, aqui temos um instrumental mais trabalhado, que alterna muito bem, entre momentos mais melódicos e acústicos, e outros com levadas mais rápidas e pesadas. Essa é a melhor composição lírica do álbum, quase um conto antigo, que vai elevando conforme o clamor por redenção se intensifica, pelo título, já se sabe ao que faz referência essa fantástica letra.

Pode-se dizer que o saldo final é muito mais positivo aqui, mas depois de 15 anos do último registro, eu honestamente esperava algo mais forte e contundente por parte do Sr. Schaffer, algo mais memorável, mas foi muito competente dada a proposta do projeto. Porém, como citado lá no inicio, esse registro pertence ao Sr. Hansi Kürsch, não tem jeito, o melhor desempenho é o dele! O terceiro full-lenght mantém o nível de seu antecessor ”Touched By The Crinson King” de (2005). Ambos vivem na sombra do todo poderoso debut homônimo, lançado no longínquo ano de 2000.

Nota – 8,3

  • Formação:
  • Hansi Kürsch (vocal)
  • Jon Schaffer (guitarra, violão)
  • Jake Dreyer (guitarras adicionais)
  • Ruben Drake (baixo)
  • Brent Smedley (bateria)
  • Faixas:
  • 1. Diabolic
  • 2. Invincible
  • 3. Wolves In Winter
  • 4. Final Warning
  • 5. Timeless Spirit
  • 6. Dark Side Of Her Majesty
  • 7. Midas Disease
  • 8. New Dawn
  • 9. Universal Truth
  • 10. Split
  • 11. Children Of Cain
  • Redigido por Giovanne Vaz
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