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Resenha: Bólido – Against The World (2021)

“Against The World” é o terceiro disco da banda chilena de Heavy Metal, Bólido, lançado no dia 15 de junho, pelo selo Figther Records. Ele é sucessor do álbum “Heavy Bombers” de 2017. O Power Trio da cidade de Puente Algo/Santiago iniciou suas atividades em 2010, tendo como seu debut, o full lenght “We Are Rock”, o qual foi lançado em 2014.

Não restam dúvidas de que o Metal chileno vem acrescentando muito aos fãs nos últimos anos. Porém, me surpreendi demais com a sonoridade do Bólido e acrescento que nenhuma banda pertencente ao NWOTHM me agradou tanto no que se diz respeito à América do Sul.

Heavy Metal da América do Sul

Johnny Triviño é o vocalista/guitarrista do trio e, sinceramente, difícil determinar qual dessas duas funções ele desempenha melhor. Como cantor, sua voz sofre claras influências de Rob Halford, principalmente dos anos 70.

Como guitarrista, ele pratica riffs variados e solos baseados em feeling e melodia. Triviño é certamente um dos principais pilares da sonoridade do Bólido.

Vic Deimos

O baixista Vic Deimos possui uma técnica fabulosa e em alguns momentos sai de sua posição de “marcador” e passa a ser o solista das composições.

Juntamente com a guitarra, desenvolvendo ritmos que vão do Heavy mais tradicional a bases com mais swing, como ocorre na faixa “Time To Be Yourself”, por exemplo.

Enquanto isso, Chris von Däniken estrutura toda essa variação rítmica com a qualidade de seus arranjos de bateria.

BOLIDO / Divulgação / Facebook

“Against The World”

Em primeiro lugar, o álbum abre com a faixa título. “Against The World”, que também está entre as minhas favoritas do registro, soa como uma mistura de influências no já citado Judas Priest, em Accept e Manowar, todas essas inspirações soam de modo homogêneo e agradável.

Ademais, seu refrão é fortíssimo e grudento. Considero o single “MIG Alley” um tutorial de Heavy Metal tradicional.

Triviño e Deimos

Uma canção que exala peso e poder. Destaco o avassalador duelo de solos entre Triviño e Deimos. “Time To Be Yourself” chega para quebrar o clima de Heavy tradicional com swing e contratempos rítmicos. Seu solo é um primor.

“Angel In Black & White”

Em seguida, vem outro single, “Angel In Black & White”, resgata o tradicionalismo das duas primeiras canções, porém sem abrir, totalmente, mão da ginga da faixa anterior.

Há ainda um ritmo de blues adicionado na hora do solo. A melodia de voz e o refrão são estupendos. “BHWF” é uma composição totalmente “quebrada” em termos de ritmo.

Tem um padrão técnico superior ao apresentado até aqui, porém sem deixar de lado os elementos que já compõe a sonoridade.

Logo após, a introdução de baixo e voz em “In Dreams” já apresenta uma música excêntrica e diferenciada do restante da obra.

Johnny dá uma aula

Aliás, são mais de oito minutos, nos quais minha mente viaja para a saudosa década de setenta. Johnny dá uma aula de melodia, feeling, interpretação e colocação de voz.

O título “Turbo” tem cheiro de Heavy tradicional. Pois, é exatamente o que essa acelerada canção apresenta.

Assim que é uma sacola com um arsenal de riffs matadores é aberta e os mesmos são espalhados por todos os “lados” da minha audição.

Além disso, Chris von Däniken também se sobressai com sua bateria nessa oportunidade.

“Heartbreaker”

Porém, os riffs de Blues Rock são o cartão de visitas de “Heartbreaker”. O Hard Rock 80’s chega ao disco e é muito bem recebido pelos meus tímpanos atentos.

A voz de Triviño não deixa a desejar em relação a dos cantores mais importantes de Hard Rock. Ela reúne afinação, feeling, técnica e interpretação, além disso, ele possui um timbre indiscutivelmente prazeroso.

Enfim, o álbum encerra com a enorme “White Hell”, a qual começa recheada de riffs pesados e quebrados, soando tal qual uma pegada de Prog Metal, na qual alterna para Heavy em certos momentos.

Encerramento sobre a 2GM

Apesar de seus 21m13s de duração, ela não soa cansativa em instante algum. Sua letra fala sobre a 2GM.

Bólido me provou que faz Metal de gente grande e pode servir de exemplo e referência. Ouvi esse álbum sem pretensões de gostar tanto como gostei. Estou de queixo caído.

BOLIDO / Reprodução / Facebook

NWOTHM trouxe de volta um gigante que havia ficado no passado. O Heavy Metal voltou a apresentar um material relevante com bandas que merecem muito mais espaço do que têm. Bólido faz parte desse time mencionado por mim. Full lenght aprovado e indicado, com louvor, para fãs de Heavy tradicional.

Nota: 9,0

Integrantes:

Faixas:

Redigido por Cristiano “Big Head” Ruiz

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