Em 24 de janeiro de 2025 foi lançado “Higher Ground”, o mais novo trabalho de inéditas do Bonfire. O disco vem 4 anos após o seu antecessor “Roots”, e 2 anos após as regravações dos primeiros discos que a banda promoveu em 2023.
Com uma sonoridade que trás uma atmosfera oitentista e a adição de elementos modernos, o novo trabalho do quinteto alemão apresenta muita identidade e não abri mão da sua tradicional fidelidade ao Hard Rock.
Velozes e furiosos?
“Nostradamus” é a primeira faixa, e trata-se de uma introdução instrumental e atmosférica que culmina na veloz “I Will Rise”. Aqui temos uma canção cheia de peso e com guitarras bastante proeminentes. Os riffs são marcantes e logo no início do disco, podemos notar duetos e solos deveras empolgantes da dupla de guitarristas Ziller e Pané. A letra é sobre a vontade de tomar as rédeas do próprio destino assim como investir nos sonhos.
Em seguida temos a faixa título, “Higher Ground”, que começa muito veloz mas acaba indo para uma direção mais cadenciada. A música é bastante direta e possui um refrão grudento por natureza, sabe aquelas linhas vocais fáceis de acompanhar? É mais ou menos por aí.
Enquanto as 2 primeiras canções possuem uma pegada calcada no Hard N’ Heavy, em “I Died Tonight” entramos de cabeça no Hard Rock. Dessa forma, a canção possui uma estética que lembra os anos 80, sendo uma boa pedida para os fãs de bandas mais antigas. O refrão é excelente e possui um bom uso de backing vocals, deixando tudo ainda mais épico.
“I died all night
I should have seen it in your eyes
I died all night
Promises you did not keep
I died tonight
I should have read between the lines
Only the lonely
Have a heart like mine”
Emoção à flor da pele
A quinta canção é “Lost All Control”, que possui um riff pesado assim como um andamento ao estilo metralhadora. A faixa é diretíssima e possui teclados utilizados em momentos absolutamente precisos, trazendo um ar um pouco mais dramático à tona.
Em seguida temos “When Love Comes Down”, uma balada muito bonita e tocante, na qual o vocalista Dyan Mair se destaca com uma interpretação altamente sentimental. Na parte da guitarra, o solo combina muito com o que a música pede e, desse modo, temos uma passagem de violão no encerramento que ficou nada menos que sensacional. Certamente, isso ajuda a coroar a canção como uma das melhores do material, impossível não cantar junto o refrão:
“When love comes down
Two hearts belong together
It can take us high
On the winds of forever
All this broken road
That leads us to never
When the love comes down
Our hearts belong together”
“Fallin’” é mais uma música que se direciona para o lado mais Hard Rock do Bonfire. Temos aqui uma composição que fala sobre o sentimento de se apaixonar (fallin’, no caso, remete a expressão ‘falling in love’), desse modo, não podemos deixar de mencionar mais um refrão extremamente marcante.
“Come Hell Or High Water” traz consigo um estilo um pouco mais arrastado e com bastante peso, sendo uma música que se destaca no tracklist. A letra é simplória, deixando todo o brilho para as partes instrumentais, com belíssimos riffs e solos com muita pegada. Isso sem mencionar algumas experimentações que servem para abrilhantar a construção musical apresentada.
Jogando na segurança
Chegamos finalmente a “Jealousy”, uma canção mais acelerada e posicionada acertadamente após algumas faixas com direcionamento cadenciado. A construção da música é interessante, pois a música dá a impressão de ir crescendo e se tornando mais dramática durante a sua duração.
“Spinnin’ In The Black” é reta, mas com uma melodia que apesar de simples, apresenta-se bastante funcional. Sua letra é de fácil absorção e muito boa para acompanhar e cantar junto. O refrão é bacana, mas não muito marcante como alguns outros presentes no “Lado A” do álbum, se é que ainda podemos fazer esta separação.
Para encerrar, uma versão atualizada de “Rock’n’Roll Survivors”, originalmente gravada em “Fistful Of Fire” (2020). Aqui temos uma versão com mais efeitos na parte instrumental, enquanto Dyan Mair aproveita para colocar seu próprio estilo vocal em evidência. Embora eu prefira a versão original com Alexx Stahl, esta presente em “Higher Ground” ficou certamente muito competente e é legal ver esse grande hit do grupo ganhando uma nova roupagem.
Cumpriu seu papel
“Higher Ground” é uma excelente pedida para os fãs de Hard N’ Heavy. O álbum chegou se destacando entre os demais lançamentos nos primeiros meses de 2025 e apresenta um tracklist bastante completo, com músicas energéticas, emotivas, baladas e demais elementos que compõe o gênero. A maior parte das canções são devidamente marcantes e vão deixar sua marca no ouvinte, seja com um refrão grudado na cabeça ou aquela vontade de ouvir tudo de novo.
Os destaques ficam por conta dos solos, bastante condizentes com as músicas e que passam muito sentimento; os refrãos que em algumas vezes apostam na simplicidade e outras em uma construção épica; E, é claro, não poderia deixar de mencionar as interpretações competentes do vocalista Dyan Mair, que atende bem ao que as canções pedem e mostram versatilidade conforme a proposta de cada música.
Nota: 8,5
Integrantes:
Dyan Mair (vocal)
Hans Ziller (guitarra)
Frank Pané (guitarra)
Ronnie Parkes (baixo)
Fabio Alessandrini (bateria)
Faixas:
1 – Nostradamus
2 – I Will Rise
3 – Higher Ground
4 – I Died Tonight
5 – Lost All Control
6 – When Love Comes Down
7 – Fallin
8 – Come Hell or High Water
9 – Jealousy
10 – Spinnin’ in the Black
11 – Rock’n’Roll Survivor (Versão 2024)
