“Megalomanium” é o nono full lenght da história da banda sueca de Hard Rock, Eclipse.
E o Eclipse, banda de Hard/Melodic Hard Rock da Suécia, berço dos grupos de alta qualidade musical, acaba de lançar mais um disco de inéditas.
Intitulado “Megalomanium”, o novo registro do quarteto capitaneado pelo incansável Erik Martensson (vocais, guitarra), Magnus Henriksson (guitarras), Vicke Crusner (baixo) e Philip Crusner (bateria) apresenta onze novos temas, distribuídos em pouco menos de 40 minutos de duração.
O novo trabalho (9º de sua discografia) chega às lojas dois anos após o excelente “Wired”, lançado anteriormente, em outubro de 2021.
Antes de adentrarmos as melodias musicais de “Megalomanium”, é preciso ressaltar que a banda vem de uma sequência de discos que repetem a mesma fórmula musical, e que graças a ela, o quarteto creseu tornando-se um dos grandes nomes da chamada “nova geração de bandas”, represententando, inegavelmente, muito bem, sua terra natal.
ECLIPSE / Reprodução / Facebook Oficial / “Megalomanium”
Mas afinal, o novo registro marca alguma mudança na sonoridade da banda?
sem rodeios posso dizer de cara que sim! Há mudanças “sutis” por aqui, porém nada que tenha descaracterizado e/ou mexido na fórmula original dos rapazes, haja visto que apesar de soar mais “Rock” as partes mais melódicas, características usuais em suas canções ainda estão lá, infiltradas principalmente nos backing vocals.
Enfim, hora de conferir o que esses suecos nos oferecem em seu novo capítulo musical.
Logo em“The Hardest Part Is Losing You”,faixa de abertura e também um dos singles extraídos, é possível notar uma certa referência aos dinamarqueses do D.A.D, em especial a canção “Sleeping My Day Away” do álbum “No Fuel Left The Pilgrims”. Estas referências que também estão presentes na canção “Viva La Victoria” do álbum “Paradigm” (2019) estão latentes, principalmente, nas guitarras, embora a sonoridade entre as bandas (leia-se, melodias) seja distinta.
Dessa forma, já temos um refrão a ser cantado junto!
“…You know, the hardest part is losing you/I don’t ever wanna live without you/I don’t ever wanna feel the pain, the guilt, the fear/You know, the hardest part is losing you/Soon the hurt can never reach yo/You don’t ever have to feel the pain, the guilt, the fear/You know the hardest part is losing…Hardest part is losing…”
Em seguida, é a vez de “Got It”, mais um single com suas guitarras iniciais lembrando “Never Look Back” do álbum “Monumentum” (2017) e seu refrão grudento. Um convite para se cantar junto.
“….’Cause, I don’t wanna stop, I don’t wanna go (got it)/Gotta get away but Iwanna stay (I got it!)/Out you, I don’t wanna live without you/But I cannot live with../I don’t wanna stop, I don’t wanna go (got it)/Gotta get away but I wanna stay (I got it!)/Out you, I don’t wanna live without you/But I cannot live with../I don’t wanna stop, I don’t wanna go (no!)..”
Em seus segundos iniciais, “Anthem” nos remete a “Sea Of Roses”, dos ingleses do Dare, porém estas impressões logo voltam ao próprio Eclipse das canções “Saturday Night (Hallellujah)” e “The Masquerade” dos álbuns “Wired” (2021) e o supracitado “Paradigm”, ao mesmo tempo, é possível lembrarmos de “Freedom Finder” dos noruegueses do Ammunition, banda a qual Erik Martensson também integra.
“Anthem”, um hino Hard
Mantendo o foco e a linha de grandes canções, “Anthem” é dona daquelas doses cavalares de melodias, principalmente nos backing vocals e seu refrão, mais um daqueles onde outra vez somos convidados a cantar junto. Temos aqui mais um single.
“… I hear drums they’re beating far away/Carry on, carry on, on forever/Letting go of all resistance in our lonely hearts/Carry on, on this road together/Oh, forever we carry on …”
Sabe aquelas mudanças “sutis” as quais falei no início do texto?
Pois é, elas aparecem pela primeira vez em “Children Of The Night”, canção que faz um excelente contraponto entre o Hard Rock e o Heavy Metal, já que suas linhas de guitarras e contrabaixo soam mais pesadas que suas antecessoras.
Uma mistura entre “Roses On Your Grave” e “Dying Breed” do já mencionado “Wired”. É assim que classifico “Hearts Collide”, mais um tema, mais um excelente single que nos prende ao disco, e mais uma música para estufar o peito e cantar seu refrão.
“…When two hearts/When two hearts collide/When two hearts (sometimes they fall apart)/When two hearts collide/And nothing’s ever gonna be the same/We’ve only got ourselves to blame/When two hearts/When two hearts collide..Oh yeah…”
“I Don’t Get It” é mais um momento Hard’n Heavy do disco, embora o lado Hard esteja mais latente, é possível notar uma dose de peso nos trabalhos excepcionais da dupla Vicke Crusner (baixo) e Magnus Henriksson (guitarras), coroando mais um grande momento do disco.
Dona de um solo belíssimo e backing vocals no estilo Def Leppard,“The Broken” faz parte daquela lista de “prediletas” as quais costumamos classificar em um disco. Que solo meus amigos!
“…Cause we’ve got nothing to lose/We are the broken/We’ve got nothing to fear from you/Got everything to win and nothing to lose/We are the broken/We are the broken…”
Mais Hard’n Heavy na veia
Ainda em terreno Hard’n Heavy,“So Long, Farewell, Goodbye” nos brinda com suas melodias e vocais que nos remete aos trabalhos do chileno Ronnie Romero (Lords Of Black, Rainbow, Elegant Weapons, The Ferrymen, etc), embora estas comparações em seu estado normal seja sempre o contrário, haja visto o tempo de estrada entre Martenson e Romero.
Em síntese, mais um grande momento dos suecos.
ECLIPSE / Reprodução / Facebook Oficial / “Megalomanium”
Hard soando Heavy ou Heavy soando Hard?
Esta é a pergunta que me faço aos ouvir os instrumentais pesados da grandiosa “High Road”?
Além de figurar como uma de minhas canções prediletas em todo o disco, eu apostaria minhas fichas para que ela integrasse a lista de próximo single/videoclipe lançado.
Destaques para o excelente trabalho de bateria à cargo de Philip Crusner, e evidentemente, os vocais imponente de Martenson (Erik).
Rumo ao final de nossa jornada musical, “One Step Close To You” consegue manter o disco em alto nível musical não sendo apenas tapa buraco.
Aliás, em toda sua tracklist , não há sequer uma música fraca e/ou enfadonha. Ao contrário, o nível musical apresentado aqui é no mínimo impecável.
Encerrando com “Forgiven”
Cruzando a reta final sob os acordes de “Forgiven”, faixa que fecha mais um trabalho espetacular em clima de alegria, haja visto suas melodias apresentam uma vibe divertida e festeira, encerrando em alto estilo um disco simples, direto, coeso, extremamente bem produzido cuja duração deveria ser um exemplo para muitas bandas.
Na estrada desde 1999, Eclipse é um exemplo perfeito do quanto uma banda consegue chegar ao topo, escrevendo seu nome na cena do Hard Rock mundial, se transformando em influência e referência para novos grupos do estilo. Ou seja, a banda segue firme e forte com sua sonoridade quase intacta com Erik Martensson usando e abusando de suas composições geniais. No entanto, é preciso deixar claro tratar-se de uma banda onde todos os músicos, sem exceção, são excepcionais em suas respectivas funções.
ECLIPSE / Divulgação / Facebook Oficial / “Megalomanium”
Em mais um disco excepcional, tecnicamente, Eclipse continua nos brindando com obras musicais essenciais/relevantes, e isso já tornou-se uma constância.
Longa vida ao ECLIPSE!
Nota: 9,9
Recentemente, eles foram confirmados como uma das atrações da segunda edição do Summer Breeze, festival que acontece em São Paulo, no Memorial da América Latina, nos dias dias 26, 27 e 28 de abril de 2024.