“I Am The Weapon” é o 15º álbum do Flotsam And Jetsam, veterana banda de Thrash/Heavy do Arizona. O disco saiu nas plataformas digitais no último dia 13 de setembro de 2024. Apesar de já estar há algum tempo na estrada, atualmente, Flotsam And Jetsam se encontrra em um ótimo momento, com os últimos álbuns possuindo uma qualidade excepcional. Desde que lançou o homônimo de 2016, os registros vêm evoluindo e a sonoridade está ficando cada vez melhor.
O novo material do quinteto liderado por Erik A K teve 4 singles lançados: “I Am The Weapon”, “Primal”, “Burned My Bridges”, assim como “A New Kind Of Hero”.
COMEÇANDO COM OS SINGLES
As 4 primeiras faixas do álbum são os singles que foram lançados antes da estreia, então para quem já estava acompanhando (pelo radar de novidades Mundo Metal, por exemplo), o material começa com músicas já estabelecidas e com a energia lá em cima.
Em primeiro lugar vem “A New Kind Of Hero”, que começa calma com alguns acordes espaçados, mas logo chega a bateria em ritmo acelerado e a música entra com tudo. A letra fala da morte do Superman e sobre como um novo heroi tenta tomar seu lugar, um heroi sem vocação e sem noção nenhuma. Além disso, a música possui um clipe muito engraçado, com o frontman Erik A K vivendo esse heroi atrapalhado.
Logo depois, vem a canção “Primal”, que se tornou um clássico instantâneo. A música é agressiva, acelerada e com um solo de arrepiar. Já a faixa título é bastante pesada e possui boas linhas e viradas de bateria que merecem ser destacadas.
Em “Burned My Bridges” temos uma canção um pouco menos acelerada que as anteriores, com uma letra muito atual (que ganhou um Música & Letra aqui no Mundo Metal). Ainda que ela seja mais cadenciada, agressividade e peso não saem de cena, e aqui temos mais um solo de guitarra muito inspirado.
MELÓDICO, CADENCIADO E CHEIO DE PESO
A canção “The Head Of The Snake” possui um refrão que me pegou de jeito e grudou na cabeça por dias. A letra como um todo é muito boa, pois conta como a ganância pode te envenenar como uma picada de serpente.
“The venom flows in endless hate
It’s time to cut the head off the snake
The serpent strikes in endless rage
It’s time to crush the head of the snake
The head of the snake”
Em “Beneath The Shadows”, temos uma canção bastante groovada que nos fisga logo no começo e, desse modo, te leva em um ritmo mais cadenciado e muito interessante. O baixo é bastante marcado e pode ser ouvido nitidamente durante toda a canção.
“Gates Of Hell” é a sétima música do tracklist a possui um dos riffs mais legais do disco e um andamento que se comunica diretamente com a letra, a qual narra a chegada de uma alma maldosa nos portões do inferno, logo após uma vida gerando caos e fazendo maldades.
“The gates of hell
Are closing now to lock your soul away
The gates of hell
Eternally inside this fire you’ll stay”
Após duas músicas um pouco mais cadenciadas, é a vez da direta “Cold Steel Lights”, com a cozinha trazendo, ao mesmo tempo, peso e velocidade absurdos. Temos uma passagem mais lenta durante o andamento, que culmina em mais um ótimo solo deste material. A música tem uma temática meio noir, cairia como uma luva em cenário de investigação e mistérios, recheado de muita ação.
ENCERRANDO SEM DIMINUIR O RITMO
Em “Kings Of The Underworld” temos um vocal rápido e atropelador, que deixa a música com uma cara bem única no disco. O refrão desacelera um pouco e se torna mais melódico, apenas para a parte atropeladora voltar com tudo e te arrepiar novamente.
“Running Through The Fire” é uma grata surpresa neste final de disco, já que é uma das melhores canções do material. Outra canção cheia de peso e com um refrão bastante grudento, uma combinação poderosa que o Flotsam and Jetsam faz com maestria. Eu particularmente gostei muito das linhas de bateria, que são bem complexas e cheias de mudanças de andamento.
“Running through the fire
You will take this poison pill
Run through the fire
Brings about a terror curse that kills
Running through the fire
The rage you spill on yourself
Run through the fire
A certificate of evil on your shelf”
A saideira é a épica “Black Wings”, que exalta a parte mais Power Metal da banda. A canção possui um teclado bastante atmosférico que acompanha algumaspartes, e deixa tudo mais dramático, enquanto a letra narra a dualidade de se envolver em conflitos e tomar decisões. Um baita encerramento para um baita disco.
Concluindo “I Am The Weapon”
Em “I Am The Weapon”, Flotsam and Jetsam continua o ótimo trabalho que vem sendo apresentado nos discos recentes, e ainda eleva isso a níveisestratosféricos. A banda aqui possui elementos de toda sua carreira de uma forma muito bem acertada, dando a impressão que se encontrou na sonoridade e se direcionou muito bem. Nenhuma música do álbum soa como barriga ou formulaico, todas têm andamentos e temáticas bem únicas, tudo isso sem perder a unidade e acabar parecendo uma colcha de retalhos. O quinteto tem um talento especial de alinhar peso, melodia e refrões viciantes, trazendo canções que são garantia de repeat durante o play.
Quem acompanhou os singles já sabia o que esperar, Flotsam & Jetsam entregou tudo que prometeu com maestria e lançou um dos melhores trabalhos de 2024. Para quem tem acompanhado os lançamentos do ano, sabe que isso definitivamente não é pouca coisa.
Nota 10,00
Integrantes:
- Erik A K (vocal)
- Michael Gilbert (guitarra)
- Steve Conley (guitarra)
- Bill Bodily (baixo)
- Ken Mary (bateria)
Faixas:
- 1.A New Kind of Hero
- 2.Primal
- 3.I Am the Weapon
- 4.Burned My Bridges
- 5.The Head of the Snake
- 6.Beneath the Shadows
- 7.Gates of Hell
- 8.Cold Steel Lights
- 9.Kings of the Underworld
- 10.Running Through the Fire
- 11.Black Wings
