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Resenha: Hatriot – “The Vale of Shadows” (2022)

A banda californiana de Thrash Metal, Hatriot, lança seu quarto full lenght, “The Vale Of Shadows“, dois anos após o lançamento deFrom Days Unto Darkness

O registro saiu no último dia 22 de julho, pelo selo Massacre Records, sendo o segundo depois da saída do vocalista original, Steve Zetro Souza, que se juntou novamente ao Exodus em 2014, substituindo o então frontman Rob Dukes. Zetro formara a banda em 2010 com seus filhos, Cody e Nick, tendo lançado com eles, “Heroes Of Origin” (2013) e “Dawn of the New Centurion” (2014).

Quem apostou que os garotos não seguiriam bem sem o pai se enganou redondamente, já que os irmãos Souza gravaram um ótimo registro em 2019 e o atual tampouco deixou a desejar.

Era pós Zetro

É necessário repetir algo que eu já disse na resenha do disco anterior, pois a voz de Cody Souza seria facilmente confundida com a do seu pai, não fossem os guturais que ele intercala e são exatamente eles que o tornam diferenciado de Zetro. Estamos falando de uma sonoridade altamente agressiva, a qual traduz um Thrash Metal atual que pouco flerta com a velha escola americana do subgênero.

Kosta Varvatakis & Kevin Paterson

A dupla de guitarristas formada por Kosta Varvatakis, responsável pelos solos, e Kevin Paterson, proporciona um instrumental de altíssimo nível, o qual é alicerçado pelos irmãos Souza, Cody no baixo e Nick na bateria.

Sabemos que Zetro soube transmitir aos seus filhos o seu legado no Thrash e o fez de maneira muito eficiente. A pancadaria sonora foi transmitida geneticamente.

HATRIOT / Divulgação / Facebook

A primeiro trinca infernal

As canções do atual registro, em relação ao seu antecessor, são mais curtas, porém, mantém a mesma pegada brutal.

A primeira trinca, “Horns & Halos”, “The Hate Inside” e “Forceful Balance”, dura um pouco mais que a faixa de abertura do “From Days Unto Darkness”, que é “One Less Hell”, e talvez por essa razão, há um sabor de quero muito mais, pois temos três músicas aceleradas, recheadas de riffs matadores e lindos solos que só aguçam o desejo de qualquer thrasher apaixonado.

Segunda trinca

“Verminious And Vile”, “Clemency Denied” e “The Twenty Fifth Hour” compõe uma segunda trinca um pouco mais duradoura e ainda mais estupenda.

Destaco “Clemency Denied”, que tem uma curta introdução acústica e é mais cadenciada, porém não perde no quesito peso.

As guitarras dão um show à parte. O quarteto tem um impecável nível instrumental. As variações vocais de Cody chegam a dar pitadas de Death Metal na sonoridade, fato que torna o resultado ainda mais sensacional, porém é bom deixar claro que, de maneira geral, o Thrash não sai de cena.

“Only Red Remains” flerta com o Groove Metal

“Only Red Remains” inicia com uma narração e acelera na sequência, paquerando o Groove Metal. É a vez de mencionar as dinâmicas rítmicas de Nick, que soam criativas e muito bem executadas.

“Mark Of The Tyrant”

A bateria segue fazendo a diferença na próxima faixa, “Mark Of The Tyrant”, trabalhando harmonicamente com o baixo e as guitarras, em uma formidável precisão.

Talvez o único ponto negativo a ser citado por mim é o exagero da alternância drive vocal/gutural, no registro anterior isso ocorria com menos frequência e parecia soar melhor, porém, claro, é pura análise subjetiva.

A canção-título soa perfeita, mesmo utilizando a mesma receita do restante da obra. Ela serve como resumo do que se pode encontrar em todas as músicas.

HATRIOT / Photo By: Harald Oimoen

“Murderous Tranquility” & “Hymn For The Wicked”

O tema instrumental “Murderous Tranquility” prepara o fechamento da track list, em seguida. Os guitarristas só confirmam o alto nível que, anteriormente, já havíamos notado sobre eles.

Tema muito bonito e bem feito, porém sem maiores surpresas. “Hymn For The Wicked”, canção do encerramento, é talvez o único tema mais próximo de ser old school que é encontrado aqui, mas, ainda assim, a banda impõe a sua pegada característica.

São apenas dois minutos e cinco segundo que lembram a velha escola? Talvez sim, mas não é algo explícito e esse compromisso do Hatriot em manter o próprio estilo é louvável. Todos os músicos do quarteto estão de parabéns, no entanto, Nick e Cody merecem congratulações especiais por terem cortado o “cordão umbilical” e mantido, em pé e firme, a banda da família Souza.

Nota 8,7

Integrantes:

Faixas:

Redigido por Cristiano “Big Head” Ruiz

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