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Resenha: Hooded Menace – “The Tritonus Bell” (2021)

Três anos após “Ossuarium Silhouettes Unhallowed”, a banda finlandesa de Doom/Death Metal, Hooded Menace, lançou “The Tritonus Bell”, seu sexto full lenght, no dia 27 de agosto, pelo selo Season Of Mist.

A sonoridade, a qual mescla a atmosfera sabbáthica macabra do Doom e intensidade extrema do Death, sempre soa especialmente agradável para mim, mas confesso que Hooded Menace foi além das minhas expectativas com esse estilo e me surpreendeu positivamente.

Há momentos que as introduções das canções me fazem imaginar que estou ouvindo um típico Doom old school, até que entram os guturais de Harri Kuokkanen e eu me lembro na hora que estou pisando em solo mais extremo e sombrio.

Lasse Pyykkö

Portanto, Lasse Pyykkö, responsável pelos riffs e solos de guitarra, baixo e teclado, coloca as composições em um nível altíssimo de qualidade. A produção é impecável, não consigo encontrar pontos negativos. As faixas de maior duração são prazerosas e a riqueza de suas nítidas influências resulta em um som com a marca registrada Hooded Menace.

Doom/Death Metal

Muitos apontam o disco “Severed Survival”, lançado pela banda americana Autopsy em 1989, como o embrião do Doom/Death Metal e embora esse registro não soe assim em toda a sua duração, realmente, não me lembro de nada mais antigo que possa ser apontado como o início do Doom em sua forma mais macabra e extrema.

O Hooded Menace consegue exalar perfeitamente essa aura que nasceu no final da década de oitenta, misturando tendências distintas e chegando ao resultado fabuloso que podemos conferir com a audição de “The Tritonus Bell”.

“Scattered Into Dark”

Vou exemplificar utilizando minha canção favorita para que o caro leitor entenda melhor o que quero dizer. Se fôssemos escutar “Scattered Into Dark”, de forma isolada, teríamos a impressão de que ouviríamos Melodic Doom Metal sueco old school, até que os vocais guturais de Kuokkanen iniciassem a parte cantada e a veia Death Metal se misturasse ao ambiente Doom, formando uma massa sonora homogênea.

Analisando a canção em si, ela é perfeita em todos os sentidos. Seus riffs, seus solos melódicos, os vocais aterrorizantes, ou seja, tudo se encaixa exatamente no que almejo encontrar em uma apreciação de Death/Doom Metal. Seus 9m06s de duração passam imperceptíveis.

“Those Who Absorb The Night”

“Those Who Absorb The Night” foi single e tema de videoclipe. Ao contrário de “Scattered Into Dark”, ela é toda moderna e mescla uma interessante pitada Gothic, que a torna mais “assustadora”.

Portanto, mesmo que muitos neguem tal afirmação, o universo gótico sempre fez parte do Doom, basta lembrarmos os crucifixos utilizados por membros do Black Sabbath e a “batina franciscana” de Messiah Marcolin.

“Chime Diabolicus” inicia com riffs sabbáthicos, os quais vão ganhando variações, tornando-se riffs mais complexos a la Death Metal, executados com pegada Doom.

Conseguiu compreender? Se ainda não, ouvindo ficará bem mais simples assimilar o que eu disse.

“Lançado à desolação / Liberte o feitiço / Um vórtice diabólico / De absurdos grosseiros / Serenatas assombradas / Fuja para o escuro / Fuja para o escuro.”

Os solos de guitarra de Lasse Pyykkö são quase todos completamente rendidos a melodia e ao feeling, sendo as coisas mais técnicas exploradas só em algumas horas.

Em contrapartida, “Blood Ornaments” é diferenciada, pois tem um instrumental que chega a ser Heavy/Doom, sendo discretamente mais acelerada, tornando a audição mais empolgante.

Logo após, “Corpus Asunder” é a “mais rápida” do full lenght, explorando a pegada mais acelerada, mas aquela que faz parte do planeta Doom e claro, também, do Death Metal.

Podemos notar algo similar na parte final da canção “Black Sabbath” ou mesmo “Children Of The Grave”.

Enfim, o encerramento de inéditas fica por conta do lindo tema instrumental “Instruments Of Somber Finality”, o qual tem uma qualidade acima da média e torna a apoteose fantástica.

Sobretudo, o álbum que começou com a faixa instrumental “Ctthonic Exordium” encerrou da mesma forma e tudo com absoluta classe. Ademais, como bônus, uma versão perfeita para a canção “The Torture Never Stops” da banda americana de Hard & Heavy, WASP.

Doom Metal de 2021

Resenhei os melhores discos de Doom Metal de 2021, Wheel, Crownded In Sorrow e Dread Sovereign, pois então posso dizer com propriedade que Hooded Menace é concorrente forte ao pódio anual com seu lançamento, “The Tritonus Bell”.

Em resumo, aprovado e indicado para fãs de Doom, de Death e, principalmente, do híbrido perfeito entre ambos.

Nota: 9,0

Integrantes:

Faixas:

  1. Ctthonic Exordium
  2. Chime Diabolicus
  3. Blood Ornaments
  4. Those Who Absorb the Night
  5. Corpus Asunder
  6. Scattered Into Dark
  7. Instruments Of Somber Finality
  8. The Torture Never Stops (Cover do WASP)

Redigido por Cristiano “Big Head” Ruiz

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