“Burning In Exile” é o terceiro full lenght da banda californiana de Thrash Metal, Infex, que vai chegar de forma independente no próximo dia 13 de agosto. O sucessor do EP “Killing For Jesus”, portanto, vai sair cinco anos após o seu lançamento. O quarteto iniciou suas atividades no ano de 2010 na cidade de Vallejo/CA, tendo como primeiro registro o álbum “Circling the Drain” (2012).
Sonoridade e Line-up
A sonoridade do Infex, pelo menos nesse disco, tem, ao mesmo tempo, tendências old school americanas e teutônicas (em menor grau). O vocalista, que também é guitarrista, Jack Childs, executa um vocal que me agrada bastante, puxando a velha escola oitentista na maior parte do tempo, salvo alguns momentos que ele arrisca guturais e elementos mais modernos.
A dupla de guitarristas, Childs e Adam Weber, por sua vez, dispara riffs simples e pegajosos, além de solos que equilibram agilidade e feeling, fazendo, desse modo, o meu gosto. A cozinha composta pelo baixista R.C. Morton e o baterista Corey Bell, que utiliza muito bem os pedais duplos, é o alicerce seguro do Thrash Metal praticado pela banda.

As composições
Tão logo “Burning In Exile” abre com a rápida e pesada “Blood of the Wicked”, Corey Bell já demonstra na introdução o quão bem utiliza seus pedais duplos, colocando ritmo insano, assim como intensidade na canção. Ou seja, uma abertura impecável para um ótimo álbum. “The Burning”, ainda mais acelerada que a anterior, prossegue com a surra sonora.
Os vocais me remetem a Chuck Billy e o trabalho da dupla de guitarristas é o destaque dessa faixa, tanto nos riffs, quanto nos solos. “Exiled” lembra ainda mais Testament que “The Burning”. Porém, mesmo mantendo o Thrash Metal em 100% do tempo, cada música soa diferente das demais e a banda demonstra sua versatilidade dentro do subgênero.
SINGLE e outras faixas
O single “Acid Reign”, que também foi tema de vídeo clipe, é talvez o Thrash Metal mais moderno praticado pelo Infex no álbum, pois os vocais são completamente diferentes do que se escuta até aqui.
A voz é mais “rasgada”, tendo até gutural em alguns de seus trechos. Aliás, que single de trabalho bem escolhido. Ainda que ele não represente o que o registro é em sua totalidade.
Em seguida, “The Abyss” sustenta a pegada mais moderna, repetindo vocais mais agressivos e guturais, apresentando no instrumental uma mescla dos ingredientes já surgidos no disco. Não acrescenta nada de novo ao contexto, mas não deixa de ser boa.
“Legions Of Hate” já me anima bem mais, já que os vocais resgatam a pegada inicial, a qual é de minha preferida. Em suma, concluo que muito dessa alta vibe da sonoridade do Infex se deve ao trabalho de Bell, o dono das baquetas, que realiza sua função acima de qualquer crítica.
Logo depois, “Ton Apart” me fez lembrar Slayer. Mesmo que discretamente. Ela é uma das faixas mais aceleradas do full lenght e também a de menor duração.
Tankard Time e encerramento
“Beer Run” é momento Tankard da obra, pois remete a banda alemã tanto na temática quanto no Thrash Metal/Crossover praticado pelos teutônicos em seus primórdios, além de ser a preparação para o final do disco. Enfim, a canção “7.62” encerra essa prazerosa audição de Thrash Metal, a qual eu me submeto no dia de hoje. Embora não haja nenhuma novidade, tudo aqui soa ímpar. Impressionante como o Infex pouco se repete nesse excelente registro.
Thrash 2021
Em suma, “Burning In Exile” do Infex e o “Mornia”, que é o debut da banda alemã Performed, são os lançamentos de Thrash Metal que mais fizeram minha cabeça em 2021 até o dia de hoje. Aprovado e indicado, portanto, para fãs de Thrash Metal.
Nota: 8,8
Integrantes:
- Jack Childs (vocal e guitarra)
- R.C. Morton (baixo e vocal)
- Adam Weber (guitarra e vocal)
- Corey Bell (bateria)
Faixas:
- 1.Blood of the Wicked
- 2.The Burning
- 3.Exiled
- 4.Acid Reign
- 5.The Abyss
- 6.Legions Of Hate
- 7.Ton Apart
- 8.Beer Run
- 9.7.62