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Resenha: Iron Curtain – “Savage Dawn” (2024)

O Iron Curtain é uma das ótimas bandas de Speed/Heavy Metal da nova safra a lançar álbum novo em 2024.



Digamos que os “inteligentérrimos” do Metal estejam com a razão e que seus comentários, postagens, vídeos e entrevistas por aí afora sejam coisas bastante coesas, concisas e concretas. O Rock e o Heavy Metal estariam oficialmente mortos, certo? Sim, pode concordar. Ao menos por enquanto.

O que diabos estaríamos fazendo aqui se não fosse divulgar o que de fato é real com relação ao Rock e ao Metal? Ou seja, nós sempre navegamos contra a maré e contra as mazelas divulgadas por mentes infantis e sem propósito de vida na ala virtual da coisa. Quer dizer que o novo álbum dos hispânicos do Iron Curtain é uma mentira? A banda nem sequer existe? A chamada NWOTHM, em alusão à clássica NWOBHM, é só um apelidinho criado por algum Enzo por aí? Bem, não é nada do que enxergamos, musicalmente falando.

Você pode até não compactuar com absolutamente nada do que vem sendo feito atualmente, mas jamais poderá bradar aos quatro cantos que o estilo de música a qual amamos (ao menos eu amo) está definitivamente no fim. Muito pelo contrário! Deposite o seu traseiro em seu assento, ajeite-se confortavelmente e vamos acompanhar mais esse relato sonoro, dessa vez com o novo lançamento do Iron Curtain chamado “Savage Dawn”.



Colocando os pingos nos is através do novo álbum do Iron Curtain

Diretamente da cidade de Murcia, região da capital com o mesmo nome, o Iron Curtain não é uma banda tão nova assim. A banda surgiu no mesmo ano em que eu mesmo ainda tinha banda (se chamava Ruptura) e fazia meus barulhos desenfreados e amorosos por aí. O ano era 2007 e a partir de então, a banda espanhola foi construindo sua trajetória dentro do certame metálico. Já contando com “Savage Dawn”, que lembra Savage Grace (orgulho dos headbangers oitentistas de plantão), a banda contabiliza ao todo cinco álbuns de estúdio. Vamos aos nomes e anos de lançamento:

  • “Road to Hell” (2012)
  • “Jaguar Spirit” (2013)
  • “Guilty as Charged” (2016)
  • “Danger Zone” (2019)

Além disso, o Iron Curtain também possui três EPs, três demos e três split albums. Portanto, é uma banda com um currículo muito respeitável, além de ser bastante qualificado.

Sobre o Iron Curtain e seu novo trabalho, “Savage Dawn”

Os espanhóis sempre navegaram nas ondas dos mares do metal tradicional e do rock veloz, a qual apelidei o sagrado possante Speed Metal. Hora mais Speed e outra hora mais Heavy, o Iron Curtain costuma trazer muita qualidade perante essa junção. Embora não seja todo dia que vemos uma banda transformar esses dois subgêneros em algo completo e com direção, a banda se mostra muito versátil ao lidar com esta situação.

Via Dying Victims Productions, o novo full length foi lançado no dia 23 de fevereiro e segue abrangendo e saudando toda a década de 80, em se tratando de Heavy Metal. A rispidez, as melodias, os solos, as viradas e as camadas mais densas estão intrínsecas nessa nova jornada musical dos caras. Quem nasce em Murcia eu não sei como é chamado (talvez Mucilon…? Não ria!), mas podemos desvendar a sonoridade através da icônica capa de “Savage Dawn”. O construtor da arte e também o detentor dos cliques para as fotografias atende por Goab, mas também pode ser chamado de Daniel Rabadán, que por sua vez também é vocalista da banda de Black Metal intitulada Intemperator.



Javi Félez cuidou da mixagem, enquanto Jaime Gomez Arellano foi o responsável pela masterização do disco. Por fim, Sergio Albert Aviles também fez parte da linha de fotógrafos do Iron Curtain.

Créditos: Sergio Albert

Iron Curtain: the spanish metal maniacs!

É exatamente assim que a banda se apresenta e não é por menos, pois sempre fizeram jus a essa alcunha carinhosa. E isso remete ao fato de que o próprio álbum já constrói a ideia de te avisar que virá coisa boa. Mas, será que é isso mesmo? Perguntaria o puritano de plantão. Vamos lá para vermos bem de perto e eu olhar sua cara de surpresa! Eu estou confiante, então aproveite essa minha confiança para não se arrepender depois.

“Savage Dawn” abre o caminho musical com a faixa introdutória nomeada por “The Aftermath”. Ela é breve e faz o devido chamado para o combate. O mistério logo toma conta da sua mente e te coloca próximo às profundezas de um castelo. O clima é denso com a sensação de invasão submundana, enquanto os violões dão o ar da graça, aveludados por um pano de fundo com o clima na medida certa. Por fim, os sussurros servem de alerta para avisar que alguém está te observando desde o prenúncio da jornada…

O diabo à espreita aos olhos do Iron Curtain

Os olhos observadores e desconfiados pertencem à “Devil’s Eyes”, que possui aquela intro charmosa e pronta para pegar a sua mão e bailar por todo o solo gelado e repleto de armadilhas. O duelo de pedal duplo com os riffs dançarinos do Speed Metal somam forças forças com o pulsar da nave mais conhecida como contrabaixo.



Depois de uma virada categórica, há um respiro para os viajantes observarem as margens do outro lado do rio pantanoso e o brilho das chamas do inferno. É o espaço predileto para um solo magistral de categoria ímpar e que emenda nos tradicionais riffs da canção. Sua base é forte e incandescente como a própria luxúria inserida por seus demônios, provocando explosões e desmoronamentos por onde passa, até que a virada de bateria categórica e acompanhada por toda a conjuntura musical retoma o seu posto e entrega a chave para abrir a porta do próximo caminho.

O olhar demoníaco está à espreita e esperando mais um deslize seu. Ele sabe dos seus desejos e da sua luxúria e através das chamas negras infernais, a vitória virá diante do Juízo Final. Você sabe que quando o trovão de metal ruge, ninguém mais sobrevive aos olhos do diabo.

Os nômades do Rock

O Rock e o Metal não possuem donos. Você pode ter nascido na Galileia do Sul do Noroeste de Gotemburgo, próximo ao litoral da Nicarágua, vizinha do Tocantins do leste, que poderá curtir o bom e velho Rock ‘N’ Roll, e também formar a sua banda. Basta uma virada inicial de bateria para que a tropa esteja convocada para mais essa viagem. Após atravessar uma região abissal, você se vê cortando cidade por cidade contornada pela iluminação dos postes, comércios e residências por onde trafega. Não existe sinal vermelho para guitarras enfurecidas e fortalecidas pela noite escura e iluminada pelas chamas demoníacas. Até Deus ligou o motor da sua super moto e está junto conosco nessa!

Os solos cortam o asfalto e incendeiam bairro a bairro deixando um rastro de dedilhados insanos, sustentações de notas agudas, alavancas endiabradas, efeitos violentos e ímpeto quanto às notas mais graves. Tudo isso resulta em um trocar de marchas para a velocidade ser cada vez maior e o vento bater na sua fuça com mais força. Na verdade ele te contorna e te corrompe para que se torne um cavaleiro do asfalto e um forasteiro da boa “múzga”. Ao badalar da meia-noite você sonha com aquele Speed/Heavy da saudosa década de oitenta e festeja durante toda a viagem infernal. Somos todos ciganos nessa estrada do Rock!



Nightriders

Os ciganos do Rock são simplesmente os motociclistas do anoitecer e quando eles passam por você, o seu amor é roubado ao som do quebrar de correntes. Os caçadores da meia-noite estão na área e aceleram suas motocicletas horizonte adentro sem deixar rastros de sobreviventes que não compactuem com tal premissa. Caso não seja adepto dessa aventura nostálgica, é melhor você correr, mais rápido que a velocidade da luz. Afinal, eles estão com fome e vão tirar sua vida!

Contudo, você pode se tranquilizar. Pois…

“Baby, I’m a Gypsy Rocker”



O lupino de cada ser

As primeiras notas recebem seu comando através do uivo de um lobo e todas as turbinas são ligadas em sequência, tudo isso logo após usarem aquele efeito de “decolagem de avião” nas guitarras. A protuberância do rock veloz entra em vigor e exala seu aroma visceral repleto de acordes implacáveis. Além disso, temos um jogo de notas bem equilibrado no que tange a formação das linhas estruturais da quarta marcha de ódio e repúdio à “desmusicalidade” nefasta que vemos por aí.

O puro creme do Heavy/Speed (sim, aqui a ordem é essa mesmo!) é despejado logo de cara e sem pestanejar. Não temos ninguém acorrentado e, portanto, vale atingir toda a velocidade logo de início. Porém, temos percalços durante a jornada e o melhor e mudar o caminho, trazendo novas notas e funcionalidades dentro da trama sonora, antecedendo os solos breves e velozes, que funcionam como um limpar de para-brisa e abram caminho para um desfecho surpreendente.

Por fim, temos um uivo agudo do vocalista e guitarrista base Mike Leprosy, e em seguida, temos a receita do bolo do Massacration. Traduzindo, temos aquela voz com efeito, só que dessa vez dando uma risada densa e maligna e com a parceria de um corvo. Bem, é uma voz esganiçada que apelidei de corvo. O cine trash agradece.

Caçador condenado e o cheiro do medo

Já ouviu falar na expressão “o homem é lobo do homem”? Com toda a certeza que sim, creio eu. Isso tem bastante a ver com os versos contados em “Thy Wolf”. Toda a simbologia voltada para o que conhecemos por lobisomem está inserida nessa pequena e divertida história sonora. A marca da besta e a lua cheia são fatores sempre presentes e também fazem parte desta trama. Portanto, você pode orar para quem desejar e mesmo assim estará correndo risco ao se deparar com a criatura, mesmo ainda em seu estado humano. Não haverá escapatória. Nessa, o lobo já te possuiu e transformou a sua alma.



Quase todas as histórias de lobisomem possuem ao menos um caçador e, dessa vez, é ele quem narra a história. “Eu” sinto o cheiro do seu medo, da sua paixão, do seu coração, sou um caçador em disfarce. Mas, se engana caso deduza que o caçador seja um humano indo de encontro à criatura. Afinal, estamos diante da própria criatura e todos os sentimentos citados são nossos. Nós somos a sua presa. Através da neblina ele surge. Portanto, este é o sinal do lobo.

Dying Victims Productions

Russian Heavy Metal – AK-47

“Калашников 47” é o nome original da quinta faixa dos espanhóis do Iron Curtain. E você não está sendo enganado (a). Muito pelo contrário, pois também iremos saber do que se trata. Mas, antes vamos ouvir mais uma introdução do disco e ainda mais recheada de violões. Cada tilintar de corda durante os arranjos torna o mistério maior e não liga tão bem com o nome da canção que saberemos mais adiante, assim sendo, com muitas lembranças do Aria (do original, Ария) junto ao álbum “2000 и одна ночь” (2000 e uma noites), de 1999. A valsa das notas acústicas prossegue e começa a reduzir o seu volume, com o intuito de causar impressão de pular para outra faixa, mas se trata da mesma.

Russian Heavy Metal – arma barata do Exército Vermelho

O baterista Moroco entende tão bem a temática e começa metralhando o exército inimigo com seu kit impetuoso e voraz. Somado a isso temos guitarras incendiárias de prédios públicos e contrabaixo explosivo contornando as alamedas do território invadido pelas tropas do leste europeu. Os dedilhados funcionam como um código para libertar os demônios da guerra sob o comando dos vocais de Mike Leprosy, que também comanda as bases afiadíssimas de guitarra. Em sua companhia está o guitarrista solo Juanma Fernández, que condena a todos do front junto aos seus dedilhados incineradores de almas.

“Death! Death! Death! Metal and death
Red army cheap weapon well known
Kalashnikov”



Uma pausa ocorre para que haja a sustentação da nota até que a bateria indique uma nova direção e o abate ainda mais violento de soldados das tropas adversárias. Os riffs cada vez mais cavalares funcionam como tanques passando por cima de tudo e de todos, assim como ocorre nas músicas mais velozes do próprio Aria. Além dos solos de guitarra bombardeando o território ao rasgar os céus com a aeronave em forma de guitarra.

É uma verdadeira festa de sangue regada a muito ouro e prata dos nossos senhores, aqueles cuzões a qual protegemos sem receber absolutamente nada em troca. Ao invadir territórios mais altos as guitarras fazem alusão aos tanques subindo mais lentamente até retomarem a dianteira. Mais adiante, temos a retoma da posição do exército do Heavy Metal em busca de sobreviventes. A estrutura da base e da tônica retomam o seu posto e exibem suas insígnias de conduta exemplar durante o andamento da canção.

Rock, rock, rock, soldiers of rock
Get ready, I’m back for more!
Kalashnikov”



Após o refrão acima, todos os ouvintes automaticamente cantam em coro o famoso “oh, oh, oh!” sem soar datado, pois se trata de uma celebração de um novo hino dos hispânicos com toque especial eslavo.

Russian Heavy Metal – Kalashnikov

Após os últimos toques das guitarras, vem a sustentação da nota. Enquanto isso, temos baixo e bateria cavando o final da parte elétrica e percussiva da música. Novamente, estão presentes os violões do início da trama para fazer companhia a quem sobreviveu a essa batalha. E, para homenagear a quem nos deixou ao nos proteger da velha tirania obsoleta e nefasta.

São citadas em obra a Guerra Fria, Nicarágua, e Viet Cong. Nomes bem conhecidos dos canhões, lançadores de torpedos e mísseis. Somos sobreviventes e nosso fogo ainda queima. Essa chama que nunca se apaga e aumenta cada vez que vejo uma vítima cair do meu lado. Hoje não foi a minha vez de partir e por isso devo prosseguir. O objetivo é incendiar a outra bandeira para o bem do meu líder com seu charuto de primeira qualidade na boca que fala merda e fuma o tempo todo, e suas mãos sujas de sangue. Eu sou a revolução. Eu quem? Nós somos? Ou “ele” é? Quem dá a canetada é quem ativa os mísseis e ogivas e não quem simplesmente dispara a sua Kalashnikov 47.



Se eu sou o chefe, então sou a própria guerra e estou sempre coberto de prata e ouro, além de várias insígnias conquistadas junto a muito derramamento de sangue inocente.

A víbora Deliah

Em sexto lugar temos mais um embate entre a tradição do Heavy e a onda incisiva do Speed. “Rattlesnake” possui o início regado a baixo e bateria. Você logo se lembrará de bandas seminais com baixistas e bateristas fenomenais. Vou deixar por sua conta, comparação e gosto musical para escolher as bandas que podemos lembrar através dessa magnífica e crua introdução. Vale e muito citar novamente os nomes do baterista Moroco e do baixista Joserra. Logo na emenda da costura temos o surgimento de guitarras impositivas e energéticas, bem típicas das bandas de Speed/Heavy do passado ao usarem os acordes “dançantes” necessários para a execução do estilo em seu formato original e, por vezes, primitivo.

Os solos de Juanma Fernández elevam a potência da canção, enquanto as bases e os versos proferidos por Mike Leprosy complementam toda a trama e a fazem ganhar mais cores e mais qualidade. Contudo, podemos retratar como uma das melhores faixas de “Savage Dawn” com toda a certeza! Talvez não de forma completa por não ter a melhor trama em versos, mas musicalmente, é decerto que sim. E além disso, são dois solos que ela possui.

Morde e eletrocuta

É uma amiga de Lúcifer, uma verdadeira força diabólica, uma tremenda cascavel e seu veneno é cruel. Veneno esse inserido durante o fincar das presas no pescoço da vítima. Uma mordida que causa envenenamento elétrico.



Será que poderia transformar em um Pokémon do tipo elétrico? Bem, aqui não temos nenhuma justificativa, mas entende-se que há uma semelhança com certas atitudes de outros demônios mais famosos, tais quais como Lilith, Íncubos e Súcubos. Entretanto, estamos falando de Deliah, Assim sendo, é o diabo de salto alto e sua língua de víbora a transforma em couro e aço. E de couro e aço transcende o Heavy Metal, trajado em Speed Metal.

A velocidade do tigre

Quatro patas velozes com garras verdadeiramente afiadas formam a aura e a alma desta que atende por “Tyger Speed”. Você quer mais velocidade nesse Rock dançante? Então, é hora de se esquivar das garras dos poderosos riffs do felino mais poderoso da natureza! A todo vapor, guitarras, baixo e bateria atacam e fecham a porta para possíveis contra-ataques. Veloz como o ataque de um tigre, voraz como o seu apetite e impetuoso como um verdadeiro predador! Esse é o espírito que permeia a canção.

A aula de rock veloz começa e você logo aprende a lidar com a velocidade de cada instrumento musical. As guitarras apresentam em seus riffs aquele molde maravilhoso de acordes curtos e velozes, porém bastante rítmicos e com objetividade clara. O baixo galopante acompanha bem de perto e amplifica todo o espaço ocupado pela linha sonora. Enquanto a bateria mantém o compasso veloz e aumenta isso nos momentos propícios através dos pedais duplos e tons.

Ataques velozes com garras afiadas

A segunda guitarra se desprende da linha de base para clarear ainda mais o horizonte e semear o puro creme do Rock novamente. Todavia, você percebe um disparo ainda maior da bateria ao entrar em modo de virada para algo diferente do que já foi visto. Tais mudanças ocorrem sem chance de você se defender, assim como funciona ao receber o ataque de um felino grande e rajado.



As guitarras sustentam os acordes principais enquanto os outros instrumentos carregam a armação dos andaimes. Assim, os solos ocorrem de maneira adequada ao momento e incendeiam os inimigos dessa força esplêndida. A nota aguda recebe a sustentação enquanto novamente baixo e bateria seguram a onda, mas dessa vez com mais ênfase, te fazendo ouvir o tempo utilizado por ambos com total clareza.

É lindo de ouvir a bateria sozinha também. Logo em seguida, toda a banda retorna com o refrão poderoso e termina com um solo junto ao mesmo.

Uma das forças da natureza

O tigre é sem sombra de dúvida uma das criaturas mais magníficas desse planeta e seus ataques se assemelham com a música ríspida, suja e voraz. Nesse caso, a sujeira pode se assemelhar ao terreno percorrido pelo felino em busca de mais alimento.

“Because, we play… Fast!
Tyger Speed”



A maldade impera nesse lugar especial

Sem ocultar nada, temos “Evil is Everywhere” como a próxima escalada rumo ao topo do sul do céu. A marca da besta começa a aparecer junto à introdução maléfica, que transmite mensagens de puro amor do submundo. O contrabaixo de Joserra pulsa e comanda as primeiras notas, sendo escoltado por seu parceiro de cozinha musical, o baterista Moroco.

Após uma virada de bateria curta, porém categórica, as guitarras surgem para acompanhar os versos cantados por Mike. Logo de cara, temos um solo bem na linha em que mistura Heavy Metal com Hard Rock. E sim, essa canção faz alusão ao período em que as bandas de Heavy Metal ousaram em acrescentar ao seu som características do Hard Rock e também os famosos sintetizadores. Os efeitos soam muito bem e a música é agraciada por sua própria competência, embora seja a mais “diferentona” do álbum. E o mais hilário é que uma das músicas com maior malevolência de todo a obra.

A junção entre baixo e bateria tomam conta do cenário, mas dessa vez acompanhada das guitarras em modo mais contido, sendo que Juanma esbanja técnica e feeling ao fazer o maior solo de todo o álbum, tanto que a canção termina e o mesmo continua a solar, assim como acontece na clássica “Mr. Crowley”, eternizada na voz do Madman, Ozzy Osbourne.



7even

Isso me lembrou de quando passaram a escrever Brasil com 7 no lugar do S, ou seja, Bra7il. Isso traz uma alegria sem tamanho. Que possa acontecer outras vezes. Hahahaha! Mas, o “7even” em questão é um retrato ao antro da maldade proferido em verso e prosa por Mike. Uma curiosidade é que no refrão, enquanto a palavra evil é destacada com bastante ênfase, o restante do nome da música é dito de forma sussurrada, dando um ar de mistério e despojo. Além de tudo isso, a parte em sussurro não é mais dita durante a parte apoteótica da canção.

Tudo é resumido em sete acontecimentos, ou melhor dizendo, “7ete”. Tudo se resume em um nome: destruição. A lua de sangue, a marca da besta, o canto do bode, o Armagedom, a libertação, enfim… Vários tópicos tomados como exemplo da força extrema e blasfêmica, assim como um desejo sombrio, um sacrifício virgem, o fogo do dragão, veneno, tentação…

O número sete na música do Iron Curtain é retratado da seguinte forma:

“7even gates of hell, 7even deadly sins,
7even seals of God
7even horns and eyes, 7even plagues to die
7even Angels
7even”



É aqui que se vê um grande apostador. Seria o 7 um número realmente da sorte?

Stuka, o bombardeiro alemão

O som alto simula uma sirene meio com forma de trombeta e ganha o apoio da guitarra. Ambos os instrumentos se adequam ao chamado e se unem para trazerem acordes de Heavy Metal, agora com o Speed em segundo plano. O ataque às cordas ocorre de maneira exemplar e obriga toda a horda a contemplar esse momento. Bateria galopante, baixo marcante e riffs cortantes com dedilhados brilhantes. Antes da chegada dos solos, temos breves mudanças nos termos sonoros, pois a receita nunca é retilínea, conforme aparenta em determinados momentos.

Enfim, é chegada a hora do solo e este torna ainda mais brilhante o trabalho. O refrão possui um coro sequencial muito empolgante, do jeito que o headbanger tradicional gosta. E isso é regado a ótimos dedilhados da segunda guitarra, cativando ainda mais o ouvinte. E eu te disse que você não se arrependeria. Não deveria ter duvidado. Eu sei que não duvidou e te agradeço por isso. Você leitor e você leitora são a força motriz de tudo isso aqui. O nanquim virtual só funcionam por conta da perseverança e confiança de todos vocês com o nosso trabalho. E quando o disco está alinhado ao que planejamos apresentar, tudo fica mais fácil.



Como já foi dito muita coisa, posso dizer que em segundo lugar, temos aqui um dos melhores dedilhados em prol de uma sequência matadora no melhor dos sentidos! Vale ressaltar que Stuka parece açúcar quando se escuta de repente. Pode rir à vontade.

A trombeta do caro Jericho

“Jericho Trumpet (Stuka)” é o nome original da penúltima canção, e que também pode ser chamada de última. Você descobrirá o motivo logo a seguir. Ao entender que o Stuka é realmente aquele bombardeiro alemão da Luftwaffe. Outro tema de guerra inserido no roteiro musical dos espanhóis. Decerto, a trombeta de Jericho (ou Jericó, para os amantes da nossa língua) é uma alusão à sirene da guerra. Aquele som maldito que avisava que a população daquele local estava com os dias contados. Talvez houvesse tempo para fugir, mas certamente não seria o tempo hábil para todos partirem do local a ser bombardeado.

“Milhares de mortos, vistos do céu
Londres, Balcãs, Guernica…. Stuka! Ainda estamos vivos!”



Mais locais atingidos pela guerra são citados e isso soa como um relato de sobreviventes da chacina global. A blitzkrieg também é citada, pois fazia parte da estratégia tomada junto aos caças Stuka. Em resumo, não importava e não importa qual tipo de arma ou veículo de guerra a ser utilizado. Pois, o grande impacto seria causado por esse ou aquele equipamento e famílias inteiras choraram e continuam a chorar por suas perdas. Dizem que a guerra é inevitável, mas quem costuma dizer isso ou é quem está no comando, ou está protegido dela. Nunca será dito por alguém do front

Apoteose com a faixa-título

“Savage Dawn” vem para finalizar o novo trabalho do Iron Curtain, porém trata-se de mais uma faixa instrumental, combinando com o início do enredo. Confesso que não achei tão agradável, pois poderia ter acabado na “Stuka” mesmo. Afinal, ela é uma faixa ríspida e também emocionante. Os violões recobram suas posições e o pano de fundo complementa os dedilhados acústicos e seu fim é breve.

Créditos: Daniel Rabandan

Bombardeios conclusivos e curiosidades vorazes

Bem, podemos dizer juntos que o novo álbum do Iron Curtain é uma completa verdade, por assim dizer. Ele possui todas as características de quem aprecia um Speed/Heavy, Heavy/Speed de qualidade. E até mesmo os vocais levemente rasgados trazem a lembrança daquele Rock sujo de boteco com o balcão grudando por conta das inúmeras cervejas que ali foram derramadas.

Os quatro asseclas que compõem a banda espanhola conseguiram lançar um de seus melhores trabalhos e um dos melhores álbuns do ano vigente. Entretanto, quase colocaram tudo a perder por conta das introduções. Foram duas externas e duas dentro de uma única composição. Contudo, isso não desabona. E que o Iron Curtain possa vir ao Brasil em breve!



  • Kalashnikov – O AK-47, ou AK como é oficialmente conhecida (russo: Автома́т Кала́шникова, tr. Avtomát Kaláshnikova), também conhecida como Kalashnikov, é um fuzil de assalto de calibre 7,62x39mm criado em 1947 por Mikhail Kalashnikov e produzido na União Soviética pela indústria estatal IZH.
  • Stuka – O caça alemão Stuka foi considerado um dos bombardeiros de mergulho da Luftwaffe mais representativo da chamada blitzkrieg (termo alemão para guerra-relâmpago). – Possuía o motor Jumo 211 D de 1200 cv. e na cabine havia dois assentos: Um para o piloto e outro para o artilheiro.

“We shoot to kill, a blaze in the sky,
ignition, combustion, wildfire… Stuka! Honour and Blood!”

nota: 9,1

Integrantes:

  • Mike Leprosy (vocal, guitarra rítmica)
  • Joserra (baixo)
  • Moroco (bateria)
  • Juanma Fernández (guitarra)

Faixas:

1. The Aftermath (Intro)
2. Devil’s Eyes
3. Gypsy Rocker
4. Thy Wolf
5. Калашников 47
6. Rattlesnake
7. Tyger Speed
8. Evil is Everywhere
9. Jericho Trumpet (Stuka)
10. Savage Dawn

Redigido por Stephan Giuliano



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