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Resenha: Jag Panzer – “The Hallowed” (2023)

“The Hallowed” é o décimo segundo álbum da banda americana de Heavy/Power, Jag Panzer, que chegou ao mundo no último dia 23 de junho, pelo selo Atomic Fire Records, sendo o sucessor de “The Deviant Chord” de 2017.

Não poderíamos deixar de falar sobre esse belo disco, afinal de contas, são 42 anos de história dedicados ao Heavy Metal. A princípio, em 1981, nasceu Tyrant, que no mesmo ano se tornou Jag Panzer e assim persiste até hoje.

O debut, “Ample Destruction”, chegou em 1984 e o segundo disco, “Dissident Alliance”, foi lançado após um hiato de dez anos de duração, tendo o EP “Tyrants” , de 1992, como o único registro desse longo intervalo. Aliás, a periodicidade de lançamentos do Jag Panzer variou entre consecutivos e ou entre largos espaços de tempo, para confirmar isto, basta que se consulte sua discografia.

Line-up

Ao ouvir a voz de Harry Conklin, me lembro de Graham Bonnet (Alcatrazz, ex-Rainbow) em seu auge (final da década de 70 e primeiro metade da década de 80), pois há semelhanças no timbre e também na interpretação, a qual transborda o puro feeling. Todas as canções do disco em questão ficaram sensacionais com o seu vocal, inegavelmente, sem exceção.

A dupla de guitarristas formada pelo veterano Mark Briody, que também é tecladista, e o estreante Ken Rodarte atua com perfeição nos riffs, bends, arranjos e solos, atuando em perfeita conexão com a cozinha do baixista John Tetley e do baterista Rikard Stjernquist. Enfim, temos time competente emanando Heavy de altíssima qualidade.

Jag Panzer – “The Hallowed” line-up / Reprodução

Início do álbum “The Hallowed”

Em primeiro lugar, “Bound as One” entra chutando a porta como deve ser em um disco de Heavy Metal. O instrumental, a melodia, a letra, tudo soa maravilhoso, seria a “Bounded By Blood” do Heavy Metal?

“Somos mais fortes juntos / Existe um vínculo que é muito mais do que confiança / Dependemos um do outro / Para sobreviver custe o que custar”

Em seguida, o riff poderoso de “Prey” anuncia que estamos ouvindo um dos discos mais interessantes de 2023, que demorou seis anos para sair do forno e fez a espera valer cada segundo. Todas as palavras que dedicamos a “Bound As One” continuam fazendo sentido aqui. O saudosismo toma conta da alma em “Ties that Blind”, pois ela me fez lembrar a deliciosa época na qual o Iron Maiden ainda fazia Heavy puramente tradicional, no apagar das luzes da NWOBHM.

“Stranger than You Know”, por sua vez, pisa no acelerador e faz com que o coração pulse mais rápido ao som mais Power Metal do full lenght.

Meio

“Onward The Toil”, um dos singles do disco, tem uma atmofera épica irresistível, a qual domina a mente e a transporta para o mundo fabuloso e imaginário da canção, com direito a um refrão grudento e facilmente assimilável. “Edge of Knife” dá, em sua introdução, a impressão equivocada que teremos um tema mais cadenciado, mas temos mais uma música um tanto quanto acelerada. Fechando a trinca de singles, “Dark Descent” seduz por seu instrumental violento e sua voz plena de melodia e sentimento.

Trinca Final

Em “Weather the Storm”, Conklin varia discretamente sua voz em alguns momentos, característica que faz com que a canção torne-se distinta das demais no que se diz respeito a parte vocal.

“Águas traiçoeiras / Levem-nos à esperança / Camaradas insuspeitados / Nos ajudem a enfrentar a tempestade.”

JAG PANZER / Divulgação / Atomic Fire Records

Antes de mais nada, tenho a obrigação de dizer que todos os solos de guitarra são magníficos e levaria muito tempo elogiar um a um. Todos os solos me agradaram, sem exceção.

Em relação ao clima épico, creio que nenhuma das composições é capaz de superar “Renewed Flame”, sobretudo pela sincronia que trabalham bateria e baixo, a qual dá a impressão que está acontecendo um marcha rumo à batalha decisiva. Encerrando o décimo segundo full lenght do Jag Panzer, “The Hallowed”, temos a canção de quase dez minutos de duração, “Last Rites”, um típico hino US Metal 80’s, que traz as melhores reminiscências com a finalidade de nos transportar aos melhores momentos de nossas vidas.

Em resumo, um dos melhores álbuns de 2023.

Nota 9,2

Integrantes:

Faixas:

Redigido por Cristiano “Big Head” Ruiz

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