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Resenha: Kyndra – “Visions And Voices” (2022)

Sete anos após a sua formação, a banda de Power Metal de Juiz de Fora/MG, Kyndra, lança o seu primeiro full lenght, “Visions And Voices”, em formato independente, no último dia 11 de novembro/2022.

Graças a bandas como Viper, Angra, Shaman, o Power Metal nacional tem tradição de grandes registros. Porém, terá o sexteto Kyndra feito jus a essa gloriosa história desse subgênero em nossa cena tupiniquim?

Logo após a pequena introdução “Murmure de Angelorum”, a canção que intitula o debut dá boas vindas ao ouvinte em uma excelente abertura. “Visions And Voices”, sozinha, já é capaz de demonstrar toda a competência dos músicos participantes do time Kyndra.

Line-up

O vocalista, Zeh Dominato, cuja voz me lembra, discretamente, a de Roy Khan (ex-Kamelot, Conception), dá conta do recado com técnica e feeling, enquanto a dupla de guitarristas, formada por Mike Martins e Pablo Martins, manda bem nos riffs e solos. A cozinha composta pelo baixista Carlos Gouvêa e pelo baterista Rich Rodrigues é precisa.

KYNDRA / Power Metal / Divulgação / Facebook

Power Metal a brasileira

“My Dreams” segue quase que a mesma fórmula de sua antecessora, salvo pela dinâmica rítmica mais variada. O refrão dela é tão certeiro quanto ao da faixa título e seu solo de guitarra se destaca. Além disso, o teclado de William Tassi completa o trabalho do trio de cordas no que diz respeito à harmonia.

Logo depois, “Angel Of War” acelera o andamento do disco, dando destaque para o solo de teclado de Tassi e o trabalho melódico das guitarras em seus arranjos. Em seguida, o teclado comanda as ações na introdução de “Revelations (Secret Of A Life Time)”. Essa canção soa especial no momento, pois é como se ela mesclasse todos os elementos das anteriores em um modo mais avançado e flertando com uma pegada Progressiva. Os solos, ao mesmo tempo, de guitarra e teclado, soam muito bem.

“Seven Sins” pisa mais uma vez no acelerador. O flerte com a veia Prog acontece, novamente, só que de forma ainda mais discreta. Há vocais guturais, ou quase, nessa faixa e não consigo saber se são executados pelo próprio Dominato ou se por algum vocal convidado.

“Fight All My Fears”, em seu início, cruza os riffs pesados com a voz mais amena de Zeh e isso funciona muito bem, porém, ele sobe sua tonalidade adiante, todavia, esse começo fez com que a canção soasse ímpar.

Chega a hora de curtir uma balada. “Bright Eyes” vem no momento certo, suaviza a atmosfera do álbum, ao passo que lhe dá um clima diferenciado.

Parte final de “Visions And Voices”

Já estava sentindo a falta de alguma coisa mais AOR, influência presente em muitos registros de Power Metal, e no “Visions And Voices”, essa veia Arena Rock encaixou com perfeição. “Rejoin Your Faith” resgata a pegada das músicas anteriores. Destaco o trabalho de pedais duplos de Rich Rodrigues, pois eles dão um peso a mais a sonoridade do Kyndra. O solo de guitarra é mais técnico nessa canção, pois há instantes que eu imagino que ela vai partir para o Prog Metal, pode ser coisa da minha cabeça, mas é fato em minha análise. Um riff nervoso acompanhado de uma bateria repicada traz “Fear Of Tomorrow” à luz. Talvez, eu esteja diante da canção mais pesada do disco e isso me agrada bastante. A música do Kyndra não pode ser definida como Melodic Power Metal ou Heavy/Power, pois, creio que essas duas tendências se revezam no decorrer do track list.

KYNDRA / Reprodução / Facebook

Inicialmente com um belíssimo riff e velocidade, a canção “Why” fecha o primeiro álbum completo do Kyndra. Minha impressão geral é muito boa e quiçá os vindouros lançamentos superem o debut em qualidade, pois, deu para perceber que ainda há muito potencial a ser explorado e esse time pode muito mais junto. Em suma, parabéns pelo ótimo início, Kyndra.

Nota 8,6

Integrantes:

Faixas:

Redigido por Cristiano “Big Head” Ruiz

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