“Cakes & Coffins” é o quarto álbum da banda norueguesa, Magick Touch.
Desde que ouvi e resenhei “Heads Have Got to Rock’n’Roll”, no ano de 2020, o power trio norueguês, Magick Touch, da cidade de Bergen, me deixou ansioso por seu quarto full lenght. Quase três anos completos se passaram e, na próxima sexta-feira, 19/5/2023, finalmente, chegará “Cakes & Coffins”, pelo selo Edge Circle Productions, o qual fez a gentileza de nos enviar o material antecipado para audição.
Fundado no ano de 2015, Magick Touch sempre esteve com o mesmo line-up, Christer Ottesen no vocal e baixo, HK Rein no vocal e guitarra e Bård Nordvik na bateria e vocal. Esse pode ter sido um dos fatores que colaboraram para o crescimento de sua sonoridade álbum após álbum. Mas em qual estágio dessa evolução se encontra “Cakes & Coffins”?
“Apollyon”
Essa pergunta será respondida na conclusão do texto. Mas, primeiro, vamos falar das faixas? Na abertura, temos “Apollyon”, que foi um dos três singles já adiantados e ganhou uma versão em fantástico videoclipe. Eis uma composição que reúne Hard Rock, Heavy Metal, intensidade e melodia, além de uma temática viajante. Na primeira vez que a ouvi, repeti pelo menos três vezes. *Apollyon é o equivalente grego a Abaddon, que é o anjo do abismo e da destruição!
“Teias de aranha de diamante
Almofadas cheias de cobras
Seduzindo porcos no salão de baile
Vaidade clandestina
Insanidade pródiga
Sujando o traje do imperador
Levei meu cavalo para beber nas fontes
639 votos para ninguém
Minha mãe, a prostituta da Babilônia
Meu pai escolheu o mar
Minha irmã aos pés de Apollyon
Você não precisa se preocupar comigo
Os bobos vão defender
A valsa da decadência
Então traga
O cálice venenoso
Nós não faremos as pazes parisienses ateus
Tiranos arrastados do palácio
Eu levei meu cavalo para beber das fontes
639 votos para ninguém
Minha mãe, a prostituta da Babilônia
Meu pai escolheu o mar
Minha irmã aos pés de Apollyon
Você não precisa se preocupar comigo”
The Judas Cross
Na sequência, mais um single, é a vez de “The Judas Cross”. A pegada Hard & Heavy permanece nessa canção, que também ganhou uma versão em videoclipe, mais simples que sua antecessora, na verdade, porém fomenta uma deslumbrante atmosfera Rock’N’Roll.
As vozes de Christer Ottesen e HK Rein funcionam juntas com perfeição. Ottesen como baixista e Rein como guitarrista são igualmente competentes. Todos esses mesmos elogios podem ser direcionados a bateria de Bård Nordvik. Que absurdo de trio Hard & Heavy fora produzido na Noruega, que provou que não é feita só de Metal extremo, A-HA e bacalhau. (rs)
O terceiro e, até agora último single, “When Eating a Wolf”,que está disponível somente em versão de áudio, é mais cadenciado que os dois primeiros, porém é tão intenso e profundo quanto ambos.
Aquelas mesmas referências citadas na resenha do “Heads Have Got to Rock’n’Roll” permanecem, Kiss, Alice Cooper, Thin Lizzy, Black Sabbath, mas a banda intensificou sua personalidade e tudo já soa mais Magick Touch do que qualquer outra influência que possa estar presente.
Sabe como podemos saber que um disco é candidato a masterpiece? Quando acabam os singles e cada faixa é melhor que a outra e isso é o que acontece de agora em diante.
“M.I.N.A”
“M.I.N.A” está entre as minhas favoritas, pois o vocal fica com o timbre parecidíssimo com Kevin Heybourne, vocalista e guitarrista da banda da NWOBHM, Angel Witch, porém variando entre o Heavy e o Hard de uma maneira que jamais seria ouvida em qualquer música do trio inglês.
“Babylon, Baby” tem uma sequência de riffs capaz de fazer acelerar a frequência cardíaca, um refrão grudento e solos de guitarra que tocam a alma do ouvinte. “Guillotine Dreams” destaca o trabalho competente do baterista Nordvik, que desenvolve repiques incríveis na introdução e em alternados momentos da composição.
Os solos de guitarra de Rein vão se tornando mais belos a cada nova audição. “Boots” é mais um dos momentos que soam Hard Rock americano da década de 70.
A influência nessa escola musical é explícita em quase todo o registro, contudo, sem jamais deixar a identidade Magick Touch em segundo plano.
“RAVEN”
A trinca final abre com “Raven”, a qual pode ser definida como uma balada agradável, porém, sem sombra de dúvidas, o seu ponto forte são os solos lisérgicos de guitarra, divinamente, executados por HK Rein. A canção soa relaxante e uma preparação para as duas finais, as quais serão conhecidas a seguir, mas antes disso, cada solo deve ser aproveitado em sua íntegra.
“Demons & Rust” soa como Kiss “cantado por Gene Simmons”, “ajudado por Paul Stanley no refrão”, só que com muito mais feeling e alto nível de musicalidade.
Um disco desse nível não poderia encerrar com uma canção que não fosse excelente e “World Is Coming Down” atende com mérito essa exigência. Assim sendo, não houve uma única faixa que eu não tenha curtido muito entre essas dez do track list.
Respondendo a pergunta proposta no início da resenha, “Cakes & Coffins” me soa como o auge evolutivo do Magick Touch, dentro da proposta sonora que o power trio se propõe a entregar aos ouvintes. Se o quinto full lenght vier ainda melhor, verdadeiramente, vai me deixar boquiaberto, já que o atual registro que será conhecido do público, brevemente, superou todas as minhas boas expectativas.
Gratulerer, Magick Touch, for den utmerkede “Cakes & Coffins”
Nota: 9,7
Integrantes:
- Christer Ottesen (vocal, baixo)
- HK Rein (vocal, guitarra)
- Bård Nordvik (bateria)
Faixas:
- 1.Apollyon
- 2.The Judas Cross
- 3.When Eating a Wolf
- 4.M.I.N.A
- 5.Babylon, Baby!
- 6.Guillotine Dreams
- 7.Boots
- 8.Raven
- 9.Demons & Rust
- 10.World Is Coming Down
Redigido por Cristiano “Big Head” Ruiz
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