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Resenha: Noldor – The Unknown (2022)

Independente

O projeto Noldor, encabeçado pelo multi-instrumentista Patrick Marçal, lançou no último dia 23 de março, mais um registro, o EP “The Unknown”, mais uma vez, em formato independente. Porém, nesse novo trabalho, há uma novidade fundamental, a inclusão do vocalista Patrick Horrific. Assim sendo, a one-man-band se transformou em um duo.

Divulgação / Facebook / NOLDOR / PATRICK HORRIFIC

Patrick Marçal & Patrick Horrific

Marçal demonstrou a mesma competência em seus riffs, composições, assim como nos solos. Porém, aquele Melodic Death Metal presente em “Banned From The Light” deu lugar a uma sonoridade mais moderna e que busca novos caminhos, algo que remete a Anaal Nathrakh em muitos momentos da audição.

Assim que ouvi o vocal de Horrific pela primeira vez, vi que ele deu muito mais agressividade ao som do Noldor, tendo sido uma inclusão positiva ao projeto. Inclusive, a produção independente até superou a do quinto disco completo, que já era ótima.

“The Scientist”

“The Scientist” é uma das quatro faixas do EP, a qual introduz com teclado, mas não demora a ganhar peso e velocidade. Horrific demonstra sua capacidade de variar sua voz. Sem surpresa, o solo de Marçal equilibra técnica e feeling. Como resultado, tudo isso é uma desgraceira pra lá de boa. Contudo, somente para os ouvidos preparados. Destaque também para os riffs da última parte da canção.

“Senhoras e senhores em todo o mundo
Temos uma linda noite hoje
sem estrelas, sem lua e sem luz
Prepare suas famílias para uma tragédia
Isso não é tão bonito quanto parece
Quando você não consegue ver nenhum tipo de luz no céu
é porque somos engolidos pela escuridão”

“Creatures From The Unknown” soa ainda mais complexa e trabalhada que a sua antecessora, possuindo ainda mais variações rítmicas. Patrick Marçal, ao contrário do álbum anterior, usa no meio das canções alguns riffs mais simples e que dão as músicas ainda mais peso. Inclusive, a ouvi várias vezes para poder capturar todos os seus detalhes. O teclado é sempre adequadamente encaixado e funciona bem demais na sonoridade. Há nítido uso de elementos de música eletrônica, no entanto, eles combinam com a brutalidade das composições dessa nova fase do Noldor. A parte lírica é, conceitualmente, épica.

“Chame o presidente, precisamos de reforços
Tente destruir isso com nossa explosão nuclear
Se nossas armas não machucam esse demônio, precisamos tentar
nossa melhor opção agora é destruir tudo”

“Rising Hope”, minha favorita, é também a mais intensa. Patrick Horrific mostra um gutural mais poderoso do que nas demais composições. O solo de Marçal é o melhor do disco, sendo notável que ele evoluiu muito de um registro para o outro. Nenhuma outra faixa do “The Unknown” merece tanto a chancela de Metal extremo do que essa. Vale a pena ouvir no modo REPEAT, sem moderação.

“Sem a presença do diabo à luz do dia
Há um novo desafio para a humanidade
As tropas e o governo estão agora à procura de outra resposta
Com uma corrida contra o tempo, precisamos saber mais sobre!”

Divulgação / Facebook / NOLDOR / PATRICK MARÇAL

O julgamento final

“The Final Judgment”, a qual finaliza a obra, me lembrou a banda sueca The Crown em seu primeiro minuto, talvez essa referência seja pelo timbre vocal. O solo de guitarra foge um pouco do estilo de Marçal, o que fez a diferença no resultado final da canção. Em suma, a clausura do trabalho oferece mais um grande momento ao ouvinte.

“Então este é o nosso fim
eles tentaram roubar e escravizar as criaturas
e agora, esta é a nossa resposta
humanos apenas fazendo seu trabalho e pagando por isso.”

Escrever essa resenha me deixou bastante contente. Patrick Marçal soube dar um up grade a seu projeto musical e a presença de Patrick Horrific somou muito a qualidade do mesmo. Quatro canções bem compostas, bem produzidas, excelentemente bem tocadas e com letras bem escritas. Ansioso para receber um full lenght dessa nova dupla.

Aprovado e indicado, portanto, para fãs de música extrema e bem feita, sem frescuras!

Nota 9,0

Integrantes:

Faixas:

Redigido por Cristiano “Big Head” Ruiz

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