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Resenha: Opeth – In Cauda Venenum (2019)

“In Cauda Venenum” é o décimo e terceiro full-lenght da banda sueca Opeth, o quarto após eles terem decidido abandonar definitivamente sua veia Death Metal, o que ocorreu quando estavam produzindo o sucessor do álbum “Watershed” de 2008. O disco conta com duas versões, uma em sueco e outra em inglês.

O registro abre com a canção instrumental “Garden Of Earthly Delights”, a qual possui uma sonoridade totalmente voltada ao Progressivo psicodélico dos anos 70, lembrando inclusive os efeitos utilizados pelo Pink Floyd no consagrado álbum “The Dark Side Of The Moon”.

“Dignity”

A faixa “Dignity” da continuidade a tendência Prog Rock 70’s. Mikael Åkerfeldt desenvolve cada vez mais suas habilidades vocais, interpretando cada música de maneira magistral.

“Heart In Hand”

“Heart In Hand” é fenomenal. Minha faixa favorita nesse álbum segue outra linha progressiva bem distinta das duas anteriores.

Uma canção que esbanja técnica, musicalidade e criatividade, pois, Opeth sempre surpreende seus fãs, mesmo com suas mudanças radicais.

“Next Of Kin”

“Next Of Kin” já é mais parecida com o som da banda antes de sua mudança, posso imaginar os vocais guturais de Mikael invadindo a música a qualquer momento, mas infelizmente isso não acontece.

Divulgação / Facebook / OPETH

“Loverlorn Crime”

As influências na década de setenta voltam a ficar evidentes em “Loverlorn Crime”. Åkerfeldt dá um show de interpretação e feeling. Sua voz lembra vagamente a de David Gilmour em alguns momentos, porém ele possui uma característica própria forte, a qual faz dele único.

Os solos de guitarra não são menos elogiáveis que os vocais. Porém, o solo dessa canção em especial é o mais lindo do disco.

“Charlatan”

“Charlatan” é pura técnica. Ao mesmo tempo, o teclado de Joakim Svalberg e a bateria de Martin Axenrot são os destaques da faixa. Tocar no Opeth não é para qualquer criança, além disso, o virtuosismo é perfeitamente equilibrado com a musicalidade intensa.

Photo By: Caroline Traitler Photography

“Universal Truth”

“Universal Truth” usa uma fórmula semelhante a “Loverlorn Crime”, pois, Mikael explora alguns falsetes que são incomuns em suas performances.

Impressionante observar a sua evolução. É uma pena ele ter abandonado o uso de guturais, pois se ele os agregasse em uma ou duas canções pelo menos, a obra cresceria ainda mais como um todo, se tornando mais completa do que é.

“The Garroter” tem uma atmosfera mais sombria e um toque de Jazz/Blues, o qual a torna singular. Uma introdução de bateria inicia “Continuum”. Dessa forma, temos uma canção com um ar de suspense que ganha bastante peso e intensidade em seu decorrer.

Impressionante a energia positiva que a atmosfera dessa música proporciona na audição, preparando o ouvinte para a faixa de clausura. Há quem reclame da extensão das músicas do Opeth, porém nem noto o tempo passar enquanto as estou ouvindo.

“All Things Will Pass” encerra o melhor álbum da banda desde que abandonaram o uso de guturais. Uma canção que faz a mente viajar, utilizando um pouco de todos os ingredientes contidos nessa grandiosa obra musical.

Photo By: Caroline Traitler Photography

Opeth nunca teve mede de riscos e ignorou os rótulos. Ou seja, eles ousaram mudar e o fizeram com maestria. No entanto, sua variação sonora não significou queda na qualidade e tampouco apelo comercial.

Embora eu continue a torcer pela volta dos guturais, tenho que tirar o meu chapéu para essa banda que permaneceu brilhante, mesmo alterando sua sonoridade. O Progressivo sempre esteve presente em sua proposta, mas agora essa tendência está completamente consolidada. Indico esse disco àqueles que colocam a musicalidade acima das definições de subgêneros.

Full-lenght impecável.

Nota 9,2

Integrantes:

Faixas:

Redigido por Cristiano “Big Head” Ruiz

Clique nos links abaixo, a fim de ler a resenha dos dois maiores clássicos do Opeth:

Blackwater Park (2001)

Ghost Reveries (2005)

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