O álbum “DEATHinitive Love AtmosFEAR”, segundo full lenght da banda fluminense de Symphonic Death/Black Metal, Tellus Terroz, saiu no dia 29/1/2024, enfim, quase dez anos após o seu disco de estreia. A fundação do Tellus Terror aconteceu na cidade de Niterói/RJ, no ano de 2012, ao passo que o lançamento de seu primeiro full lenght, “EZ Life DV8”, conforme mencionamos na frase anterior, foi no ano de 2014.

Tellus Terror, sonoridade e letra de “DEATHinitive Love AtmosFEAR”
Assim como aconteceu no debut, a sonoridade do atual álbum do Tellus Terror mescla ingredientes, tanto tradicionais, quanto mais modernos, dentro do Metal extremo. Já em relação a temática lírica, inclusive de acordo com a própria banda, a mesma é diferente do que costumeiramente se adota em música mais extrema. O próprio título do atual registro, por si só, fornece as chaves necessárias para que se codifique o conceito da obra.
Quarteto N.1
A introdução de “Amborella’s Child” acontece através do som macabro do teclado, ganhando, logo em seguida, a companhia dos guturais de Felipe Borges, único membro fundador remanescente. Além disso, nessa ótima canção de abertura, devemos destacar o lindo solo de baixo de Marcelo Val, o qual leva melodia e delicadeza a toda essa desgraceira sonora. Já Rafael Lobato, membro que da mesma forma que Borges, esteve presente na gravação do debut, demonstra toda sua habilidade na bateria, mas sem jamais deixar a musicalidade em segundo plano.
Em seus primeiros segundos, “Absolute Zero” soa como Black Metal old school, ganhando elementos distintos pouco tempo depois, tornando-se, dessa maneira, mais incríveil que a sua antecessora. Não podemos deixar de salientar os seus lindos solos de guitarra, além do trabalho, como um todo, da dupla de guitarristas. Impressionante, como os guturais de Felipe Borges variam, deliciosamente, entre o grotesco e o infernal, contudo com foco total no que a música demanda.
Já “Darkest Rubicon”, por sua vez, viaja mais pelos caminhos do Blackened Death Metal, ao mesmo tempo visitando elementos mais experimentais, os quais deixam alguns “troozaums” bem contrariados. É justamente por conta disso que gostamos ainda mais dessa música (rs). A fim de encerrar esse primeiro quarteto do álbum atual, temos “Psyclone Darxide”. Ela é mais um das canções que serviram de single, recheada de variações e exalando criatividade.
Quarteto N.2
“Cry Me a River” talvez seja a faixa que mais soou moderna até esse momento da audição, ainda assim não há razões para reclamação, visto que ela vai muito bem durante a audição. Na sequência, “Shattered Murano Heart”, embora ligeiramente menos moderna que sua antecessora, ainda passeia pelo planeta Deathcore, sem deixar de lado, obviamente, a veia extrema mais tradicional.
No começo, “Abyssphere” parece que vai descambar para alguma veia mais acelerada, como Thrash, Death ou Speed, no entanto, a fórmula do disco volta a assumir o comando das ações menos de um minuto depois. Em alguns instantes durante a audição, parece que estamos ouvindo algum tipo de Metal extremo que faz parte de alguma civilização extraterrestre, com uma pegada épica e sensacional fazendo com que tudo valha à pena.

Encerrando o segundo quarteto do disco, “Brain Technology, Pt.2 (…and Humanity Have Feelings No More…)”, da mesma forma, nos dá a impressão que não se trata de música que venha da terceira dimensão. Ou seja, talvez estejamos lidando com Metal extremo hipercúbico. Gostaríamos de destacar a participação especial da vocalista Bertha Maria, dessa forma, dando um toque feminino, tornando ainda melhor o que já é bom.
Quarteto final de “DEATHinitive Love AtmosFEAR”
Riffs de guitarras avassaladores trazem “Sickroom Bed”, não apenas isso, mas também fazem com que venha à tona a nossa canção favorita do segundo disco do Tellus Terror. Eis uma música que reúne tudo o que é necessário dentro do gênero Metal. Isso mesmo, ela tem criatividade, técnica e feeling, sendo aquele tipo de composição que merece ínumeras audições repetidas, pois gruda na mente no mesmo intante que a escutamos pela primeira vez.
A faixa título, “Deathinitive Love Atmosfear”, primordialmente, espalha uma atmosfera plena de corações rebeldes pela nossa, as vezes, insignificante existência, pulsantes de ódio por essa razão. Logo após, mais uma vez contando com a participação da vocalista Bertha Maria, vem a canção “Lone Sky Universum”, um momento ímpar no disco, um clima de Symphonic Metal que faz a diferença no contexto geral, mostrando que Tellus Terror busca ir além de seus limites.
Fechando o segundo full lenght da discografia do Tellus Terror, temos a canção “Empty Nails”, mais uma vez, unindo o sinfônico e o extremo, o delicado e o bruto, assim como contraponto o amor, o medo e a morte, sentimentos e momentos da existência humana.
O segundo álbum completo do Tellus Terror nos deixou impressionados, inegavelmente. Salvo por questões subjetivas menores, não há importantes ressalvas que necessitamos expor nessa resenha, a não ser o fato de torcer para que a banda não tarde tanto em lançar o seu terceiro disco. Em suma, parabéns Tellus Terror!
Nota 8,8
Integrantes:
- Felipe Borges (vocal)
- Rafael Lobato (bateria)
- Maurício Belmonte (guitarra)
- Marcelo Val (baixo)
- Lucas Bittencourt (guitarra) *logo após o lançamento do álbum, Victor Magalhães o substituiu
Faixas:
- 1.Amborella’s Child
- 2.Absolute Zero
- 3.Darkest Rubicon
- 4.Psyclone Darxide
- 5.Cry Me a River
- 6.Shattered Murano Heart
- 7.Abyssphere
- 8.Brain Technology, Pt.2 (…and Humanity Have Feelings No More…)
- 9.Sickroom Bed
- 10.Deathinitive Love Atmosfear
- 11.Lone Sky Universum
- 12.Empty Nails