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Resenha: Tygers Of Pan Tang – “Bloodlines” (2023)

Quatro anos após o lançamento do elogiado “Ritual”, a banda britânica Tygers Of Pan Tang lançou, enfim, no último dia 5 de maio, pelo selo Might Music, seu décimo segundo full lenght, “Bloodlines”.

Antes de começar a escrever sobre “Bloodlines”, tive o cuidado de revisitar a minha resenha do seu antecessor, “Ritual”, a fim de ter um parâmetro mais seguro de comparação.

Line-up e sonoridade de “Bloodlines”

Iacopo Meille, vocalista italiano que está na banda há quase 20 anos, tendo gravado os cinco últimos discos, repetiu sua excelente performance. O peso de seu talento na sonoridade do TOPT é indiscutível A dupla de guitarristas, formada pelo membro fundador Robb Weir e o italiano Francisco Marras, que está no line-up desde 2020, está funcionando excelentemente bem, executando solos e riffs com perfeição. O baterista Craig Ellis, que por sua vez, está lançando seu sétimo full lenght com o grupo, constrói a cozinha com o baixista novato, Huw Holding, o qual faz o seu registro de estreia.

TYGERS OF PAN TANG / Divulgação / Facebook

A pegada Hard & Heavy está pendendo mais para o Heavy Metal que no disco anterior, ainda que o Hard Rock seja predominante. No entanto, a personalidade do Tygers Of Pan Tang segue intacta, o que é razão de aplausos para uma banda com tantas mudanças de line-up durante a sua carreira, principalmente de vocalistas.

Antecedendo a análise das canções, já digo que senti falta de um hit com o peso de “Destiny”, presente no “Ritual”, porém essa ausência não pode ser considerada como algo que deponha contra o resultado final da obra.

Vamos as músicas?

O início


A canção que abre o disco também foi o seu primeiro single e ganhou sua versão em videoclipe. Ela passeia, ao mesmo tempo, entre o Heavy e o Hard e tem solos de guitarras fantásticos.

Logo depois, temos “In My Blood”, faixa que soa puramente Hard Rock, tendo um refrão pegajoso e de letra reflexiva forte:

“In my blood – Lies the answer
In my blood – You will find your way
In my blood – You can kill the cancer
Stay true! It’s an act of faith!

I’m living a lie
I can’t be saved
I’m longing for that day
When I can wash troubles away”

“Fire On The Horizon” é mais acelerada que sua antecessora e uma das minhas favoritas do disco, a qual ambém foi single que ganhou versão em lyric vídeo. Nela, destaco a bateria de Ellis, assim como a dupla de guitarras.

Craig Ellis está mesmo em um momento iluminado, tanto que introduz “Light Of Hope” divinamente. O vocal de Meille puxa uma veia AOR, a qual eu não havia notado no disco passado. Em suma, ótima composição.

TYGERS OF PAN TANG / Divulgação / Facebook

Hard Rock a la 80’s, “Back For Good” foi o último single liberado antes do lançamento do full e também ganhou uma versão em videoclipe. Essa canção pode ser definida com o “hit” do disco, porém, não tem a mesma intensidade de “Destiny”, que incendeia o “Ritual”.

Momento balada

Eis uma balada perfeita, “Taste Of Love” é uma daquelas canções que te faz dançar coladinho, já que Jack Meille encarna David Coverdale e é como se Whitesnake fizesse “uma participação especial” no momento romântico do álbum.

O Hard Rock segue dominando o jogo

“Kiss The Sky” é um Hard Rock que mescla tendências 70’s e 80’s com a conhecida assinatura do Tygers Of Pan Tang. Boa para escutar dirigindo, enquanto se observa as paisagens.

Robb Weir / TYGERS OF PAN TANG / Reprodução

“Believe”, por sua vez, já soa totalmente setentista. Inclusive, lembra a sonoridade do Whitesnake daquela época com uma discreta pitada de Rainbow! Aliás, como esse tal de Iacopo Meille canta! Mama Mia!

As guitarras voltam a ser o centro das atenções em “A New Heartbeat”, porém a dividem com a beleza presente na canção como um todo. Francesco Marras faz vocal de apoio e, juntamente com Meille, forma uma dupla de vozes italianas em uma banda vinda da NWOBHM. Como esse mundo do Heavy/Rock é completamente doido, não?!

Sabe aquele tipo de música que foi criada para encerrar discos? “Making All The Rules” faz parte desse grupo, pois funcionou muito bem para finalizar “Bloodlines” e no meio do track list talvez iria quebrar o seu ritmo. Dessa forma, ela ficou no lugar ideal que deveria e inclusive faz o conceito final da obra crescer!

Parabéns, mais uma vez, Tygers Of Pan Tang, nossos tigres da NWOBHM!

Nota: 8,8

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