“Touchdown” é o décimo oitavo full lenght da carreira solo do vocalista Udo Dirkschneider.
Diferente do que aconteceu em “Game Over”, trabalho anterior lançado em 2021 e que recebeu algumas críticas pontuais, “Touchdown” chegou demonstrando poder de reação e não sofre com um tracklist tão extenso quanto o de antecessor, pois, aqui, o ouvinte não se sentirá cansado e perceberá que o trabalho não possui aquelas faixas que estão ali e não acrescentam muita coisa à audição (as famosas “barrigas”).
Ok, não podemos dizer que 13 faixas constituem um disco de tiro curto e fácil assimilação, mas é nítido que os 53 min de “Touchdown” passam muito rápido se comparados aos quase 70 min e 16 músicas contidas em “Game Over”. Além do novo álbum ser mais dinâmico, ainda soa mais inspirado e é quase como se a banda tivesse rejuvenescido ou encontrado algum tipo de motivo extra para se esforçar mais.

LINE-UP/PRODUÇÃO
Capitaneada por ninguém menos que o vocalista UDO Dirkschneider, ex-vocalista do Accept e, inegavelmente, uma das vozes mais únicas de todo o Heavy Metal, a banda ainda conta com o filho de UDO, Sven Dirkschneider na bateria, a dupla de guitarristas Dee Dammers e o excepcional Andrey Smirnov, além de um velho conhecido no baixo. É claro que estamos falando de Peter Baltes, antigo parceiro de UDO no Accept e o mais novo reforço da banda.
Outro velho conhecido que aparece, mas de forma mais discreta, é Stefan Kaufmann (ex baterista do Accept). Óbvio que não para tocar bateria ou guitarra, mas para masterizar a produção competente de Martin “Mattes” Pfeiffer. O ótimo trabalho da dupla foi realizado no Redhead Studio e no Roxx Studio, ambos na Alemanha.

TOUCHDOWN – TRACKLIST
Falando um pouco da musicalidade do álbum, podemos concluir que UDO focou no que faz de melhor. “Touchdown” possui canções extremamente fortes e com potencial para se tornar novos hinos da banda.
Não vamos detalhar cada uma das 13 composições, mas dentre as velozes e diretas, vale destaque para “Isolation Man” (canção de abertura e detentora de um riff inicial de tirar o fôlego), “The Betrayer” (moderna e pesada, alterna vocais graves e rasgados muito bem), “Fight For The Right” (melhor refrão do disco, feito para cantar junto com os punhos para o alto em um estádio lotado) e “Touchdown” (esta pisa fundo no acelerador e é detentora de um dos melhores solos da carreira do cantor).
Não podemos deixar de fora aquela faceta mais melódica e cadenciada da banda e aqui este lado atende pelos nomes de “The Flood” (você jura que está começando o riff de “Teutonic Terror”, do Accept), “Forever Free” (disparado a minha favorita do álbum) e “The Batle Understood” (outro refrão do tipo hino para cantar em coro em show lotado).

“Touchdown”, o significado
Para quem não sabe, o termo “Touchdown” que batiza o disco é a principal pontuação do futebol americano, que ocorre quando um atleta mantém a posse da bola dentro da endzone defendida pelo adversário e, além disso, um touchdown vale 6 pontos e concede ao time que anotou o direito de chutar a bola entre as traves para ganhar 1 ponto extra ou entrar de novo na endzone para anotar 2 pontos extras.
São inúmeras as histórias fantásticas em que campeonatos foram decididos por um “Touchdown”, pois a jogada é capaz de reverter vantagens impensadas, dar vida a novos heróis e levar a torcida à loucura. Assim sendo, podemos afirmar com extrema satisfação que UDO marcou um “Touchdown” com seu mais novo trabalho de estúdio.
Nota: 8,6
Integrantes:
- Udo Dirkschneider (vocal)
- Andrey Smirnov (guitarra)
- Sven Dirkschneider (bateria)
- Dee Dammers (guitarra)
- Peter Baltes (baixo)
Faixas:
- Isolation Man
- The Flood
- The Double Dealer’s Club
- Fight for the Right
- Forever Free
- Punchline
- Sad Man’s Show
- The Betrayer
- Heroes of Freedom
- Better Start to Run
- The Battle Understood
- Living Hell
- Touchdown
Redigido por Fabio Reis
Gosto de vários discos do Udo, mas desse eu sinceramente não gostei muito. Não era para o Peter Baltes ter saído do Accept de Hoffmann e Tornillo para entrar na banda solo de seu ex-parceiro (que era o vocalista da primeira fase dourada do grupo, nos anos 80). Na minha concepção o atual baixista do Accept entraria fácil na banda do Udo e o Accept também não contaria com um terceiro guitarrista, tal qual o Iron Maiden em sua fase atual desde Brave New World (2000). E quanto ao Touchdown, não consigo entender como esse disquinho tão fraco do Udo está recebendo todo esse reconhecimento, pois tudo o que se ouve aqui já foi feito nos álbuns anteriores desde o primeiro (Animal House, de 1987). Não entendo mesmo! Em suma, afirmo aqui de primeira que o baixinho não acertou no alvo com seu novo disquinho em pleno 2023, e que infelizmente, seu derradeiro grande trabalho foi o Steelfactory, de 2018.