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Resenha: Witches  – “The Fates” (2020)

Há quem diga que as mulheres tomaram o local de assalto recentemente, mas o equívoco acompanha tal informação imprecisa de forma impressionante. Afinal, desde sempre existiram bandas com mulheres no line up ou até mesmo bandas somente de mulheres. Obviamente que a grande maioria das bandas era e continua sendo integrada por homens, já que os mesmos é que propuseram fazer com que o Rock e o Metal pudessem caminhar e construir toda essa jornada até os dias de hoje. E olha que até no Blues tivemos um início com a suprema Rosetta Tharpe (mais conhecida como Sister Rosetta) mostrando como se faz. Ah, mas por que está iniciando essa resenha dessa forma? Por motivo de que o Witches se encaixa muito bem nisso que estou dizendo. Pode não parecer, mas essa banda foi formada em dezembro de 1986 em Antibes, Provence-Alpes-Côte d’Azur. Para os mais econômicos, França. A destemida guerreira Sibylle Colin-Tocquaine comanda todo o exército sonoro, reforçando que as mulheres podem fazer sim e muito bem. Podem bater de frente com qualquer um. Este que vos digita sempre foi favorável à participação das mulheres nas bandas e gosto muito quando não apenas cantam, mas também tocam instrumentos. Poderia haver mais bandas assim e com chance de alcançar uma fatia maior do mercado? Sim, mas aí a história ficaria muito longa para apontar tudo isso. E o mais plausível aqui é destacar a parte boa de uma banda que vive a sua melhor fase desde o seu surgimento.



Divulgação

O Witches é aquele tipo de banda que passou por diversas idas e vindas, pausas e retornos, e que desde 2006 vem se mantendo firme no certame musical. Sua semelhança com a deusa germânica Sabina Classen e seu gigante Holy Moses mostra o quão poderoso pode ser um trabalho desde que a dedicação e o amor ao que se está fazendo se prolifere. Embora a banda tenha a minha idade, acabara de fechar sua primeira trinca de álbuns de estúdio somente agora em 2020. Talvez ou muito por isso não seja das mais conhecidas dentro do Metal extremo mundial. Hoje a banda reside em Paris, Île-de-France, e possui uma formação diferente para os shows com relação aos trabalhos de estúdio. “The Fates” foi lançado dia 5 de julho via Mighty Spell Records, mixado e masterizado por HK no Vacamara Studio. A bela arte da capa foi projetada pelo Headsplit Design. Com os temas envolvendo horror, escuridão e fantasia, o Witches está para animar a festa de seus fãs e também indo à busca de novos adeptos de seu estilo de som.

A formação da banda ao vivo é diferente da banda em estúdio com as linhas de baixo gravadas pelo guitarrista Julien “Lienj” (ex-Kaemorph, Desarticulate, ex-Orgasmic Tears) sendo executadas pelo baixista Fabien. Junto a isso a banda conta com Sibylle Colin-Tocquaine (ex-Imbecilator, ex-Sadist, ex-Hell Bombs, ex-Women In Iron Form) nos vocais e na guitarra; e Jonathan “Sangli” Juré (Hate Beyond, ex-Absinthe, ex-Disaster, ex-Insain, ex-Anevrism) na bateria; Agora vamos ligar os motores e partir para mais uma viagem dentro do universo da “múzga” e ver se de fato o poderio do Witches é tão grande quanto este pergaminho virtual demonstra. Vamos embarcar juntos para ver o poderio dessa máquina movida a Thrash/Death Metal com pequenas doses de Speed.

As cortinas de fumaça abrem caminho para o tanque de guerra desfilar todo o seu arsenal barulhento e explosivo não oferecendo tempo nem sequer para respirar direito. “We Are” inicia a pancadaria sem dar descanso nem ao mais condecorado soldado. Sibylle conduz a máquina destrutiva aterrorizando cada base inimiga por onde passa. Sangli conduz o seu kit, demonstrando toda sua técnica como se estivesse quebrando todo o concreto, enquanto o tanque esmaga cabeça por cabeça. Sem pestanejar temos “Inside” colocando todos os riffs poderosos dentro do seu ouvido, que se não estiver habituado a ouvir o bom da mistura entre o Thrash empoeirado e o Death putrefato poderá sangrar até o fim da audição. As mudanças rítmicas fazem com que o andamento da canção supere quaisquer ideias simples sobre este trabalho. Apesar de ser bastante extremo e triturador de ossos nos moldes mais antigos dessa junção de estilos, sua sonoridade ganha um tom de complexidade graças às linhas desenvolvidas sem que haja aquela emenda forçada e horrenda que muitas bandas acabam cometendo.



Na terceira borda da pizza aparece a super Thrash “Damned Skin Is Mine”. Lienj não economiza em suas linhas de baixo e coloca boas dificuldades de execução ao vivo para Fabien. Não sei se Fabien as cria e envia para Lienj gravar ou se Lienj cuida de tudo. O fato é que são linhas muito precisas que fazem da cozinha do Witches juntamente com Sangli, um dos melhores alicerces que pude ouvir neste ano presente. Em quarto lugar na tabela surge “Black From Sorrow” de forma vagarosa, evidenciando o lado mais Death Metal das inspirações da banda. O caminho é aberto conforme o canhão vai sendo disparado e dizimando todos os inimigos que suplicam por não conseguirem ouvir mais um segundo dessa artilharia amplamente pesada. Breves solos traduzem a tristeza ao terem as cabeças decepadas por tamanha violência sonora.

Official Bandcamp/Divulgação

No quinto escalão da mais pura maldade sonora encontramos “Feared And Adored”, nome bastante pertinente aos exemplos ambulantes que lidamos nos dias de hoje. Poderia destacar mais uma vez as linhas vocais e agressivas de Sibylle, mas também devo falar de sua magia com relação à guitarra, oferecendo todo o suporte necessário para a canção tomar uma forma ainda mais especial. Rápido, visceral, sujo, porém bem limpo de se ouvir. Distorções e colocações de notas muito bem elaboradas. Alguns contratempos magistrais e, pronto! Mais uma grande obra dentro de “The Fates”! O mais interessante é que os solos aparecem como moldes que encorpam e deixam o som mais bonito sem prender em uma mesma chave com apelações longas e entediantes. Aqui é para a bordoada comer solta mesmo e com pouca melodia. Logo à frente vemos outro exército buscando retaliação, mas “Off The Flesh” convida a todos para um banquete especial. Segura a sequência, diria o mais ávido adepto de tal sonoridade. Há momento em que Sibylle sussurra, subindo a voz até ela voltar ao habitual como se estivesse saindo de um sufocamento, representando o sofrimento das forças adversárias perante a resistência que o nosso poderoso tanque atravessa as paredes de defesa.

“Let Stones Fall” traz aquele Thrash cruel com fortes requintes de crueldade e, boas pitadas de Speed, sem descaracterizar o que está sendo feito. Quando o Rambo amarra a faixa vermelha, ninguém mais segura! Os melhores solos estão nessa “múzga”, que decola após sairmos do tanque para embarcamos no helicóptero de guerra para atravessar as montanhas densas de gelo e suas armadilhas. Sendo assim podemos deixar as pedras caírem à vontade, pois já estamos rasgando os céus com nossa aeronave indestrutível. Você pode até gostar mais de um estilo que o outro, mas aqui há uma grande chance de passar a gostar de ambos por igual. “Last Wishes” vem logo grudada no para-choque mantendo a aceleração e o peso na mesma consistência de modo a abrir espaço para diversas variações, o que torna o disco completo por assim dizer. Fechando a obra, “Death In The Middle Ages” traz ilustres convidados. São eles: O japonês Hiroshi “Warzy” Yamashita e o italiano Moreno Grosso (Hate Beyond), e o compatriota francês Dum’s (Pleasure To Kill). Essa é uma canção que encerra de forma magnífica o que já considero como o melhor trabalho realizado pelo Witches. Não há o que discutir e nem lamentar nada, pois ser melhor não retira o histórico importante da banda. Apenas estou reconhecendo a evolução desta que pode lhe trazer grandes frutos daqui adiante.

Mockups Design

Se milhares de mortes ocorridas na Idade Média foram muitas vezes em vão, esse novo álbum não pode passar despercebido jamais. Um belo encerramento com os convidados executando um papel importante e exemplar, dando um tom de festa numa boa casa de shows com esta reunião divina. O poderio que o Witches apresenta precisa ser ainda mais explorado, pois bandas assim precisam de muito mais reconhecimento pelo que oferecem ao público. Se eu fosse resumir diria que se você gosta de Holy Moses, deve imediatamente ouvir esse full length! E principalmente, se gosta dessa junção entre essas duas gloriosas vertentes não perca mais tempo em apreciar essa bolacha “sibylliana”!



Nota: 9,5

Integrantes:

  • Sibylle Colin-Tocquaine (vocal, guitarra)
  • Jonathan “Sangli” Juré (bateria)
  • Julien “Lienj” (guitarra, baixo nas gravações)
  • Fabien (baixo ao vivo)

Faixas:

1. We Are
2. Inside
3. Damned Skin Is Mine
4. Black From Sorrow
5. Feared And Adored
6. Off The Flesh
7. Let Stones Fall
8. Last Wishes
9. Death In The Middle Ages

Redigido por: Stephan Giuliano

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