Sabaton é uma das bandas em maior ascensão no universo do Power Metal. E muito disso acontece por conta da quebra de paradigmas promovida através de sua música.
Enquanto os grupos mais tradicionais do gênero procuram falar sobre temas fantásticos, fictícios ou apenas se limitar dentro daquele “lugar comum” aconchegante dos assuntos corriqueiros, o quinteto sueco promove verdadeiras aulas de história em suas composições.
O baixista Pär Sundström cedeu entrevista para Lora Vogt, vice-presidente de educação e interpretação do Museu e Memorial Nacional da Primeira Guerra Mundial. Trata-se da principal instituição da América dedicada a lembrar, interpretar e compreender a Grande Guerra e seu impacto duradouro na comunidade global. Nesta conversa, Sundström foi convidado e contar por que ele e seus companheiros de Sabaton se esforçam tanto para promover conscientização e conhecimento sobre história.
A resposta foi o seguinte:
“Eu nunca tive essa ambição no começo. Nunca mesmo. Quero dizer, era como, ‘ok, somos uma banda de Rock’. E antes de tudo, ainda somos uma banda de Rock. Ainda somos uma banda de Heavy Metal. Essa é a nossa essência. É nisso que somos melhores, por assim dizer, mas percebemos que havia muito mais que podemos fazer com realação ao tema que escolhemos.
E é por isso que tem acontecido todas essas extensões do que estamos fazendo com vários vídeos e colaborações e esse tipo de coisa. Como escolhemos o tema da história e focamos na história militar, há muito mais que podemos fazer com a marca e com a banda. Sem dúvida, não importa o que façamos, estamos espalhando a história e, sim, existem várias formas de acessá-la. E alguns acham ótimo. Ouvem uma música e, sim, talvez você não consiga aprender muito sobre algo em três minutos ou algo assim, temos apenas algumas palavras para contar algo. É por isso que há mais detalhes em nosso site.
Há artigos históricos também. E temos o canal de história onde temos documentários feitos sobre todas as músicas e você pode seguir em frente e realmente aprender. E se isso não for suficiente para você, então o mundo está aí para ser descoberto. Não podemos ensinar-lhes a profundidade de um projeto específico. Eles podem nos tocar na superfície.
Reprodução / Sabaton: “estamos espalhando a história e, sim, existem várias formas de acessá-la”
Mas eu acredito que uma pessoa que passe algum tempo com o Sabaton e, digamos, se você passar esse tempo e depois tiver exames escolares sobre Primeira Guerra Mundial, você pode aprender bastante apenas com nosso site e o que você pode obter das nossas músicas, do nosso canal de história e tudo isso. E depois disso, acho que você pode impressionar muito bem o seu professor, se prestar atenção, porque você vai absorver bastante informação. E o mesmo acontece com muitos outros tópicos que abordamos no passado. Então eu acredito que você pode impressionar bastante com o material que criamos em torno de nossas músicas.
E isso é importante? Eu acho que é importante . Acho que para quem não entende de onde viemos, é muito fácil julgar as pessoas ou julgar o mundo. Se você conhece a história e se você tem visto a história, digamos, de um ponto de vista mais objetivo, o que espero que as pessoas consigam fazer em um mundo livre, por assim dizer, então você verá, tipo, ‘ok, isso aconteceu’, e você fica tipo, ‘aha! É por isso que há uma linha no mapa que é assim e não cobre aquela cidade ou é por isso que a linha é desenhada ali. Ok, entendi’. E logo depois vem outra descoberta, ‘aha! Então é por isso que esta cidade se chama assim ou é por isso que estamos atualmente na França, mas todo mundo fala alemão nesta cidade’. E esse tipo de coisa.
E você consegue muito mais se começar a prestar um pouco de atenção à história, e também entenderá coisas como, ‘ah, é por isso que essas pessoas não gostam dessas outras pessoas’ ou ‘essas pessoas realmente gostam disso’. Então, para lhe dar esse tipo de compreensão maior do mundo, não acho que isso possa ser usado contra você. Não vejo isso. Acho que está a seu favor. Portanto, qualquer pessoa que tenha um bom conhecimento sobre história , e acho que terão, esperançosamente e provavelmente, uma abordagem mais humilde para muitas coisas.
Claro, pode haver muito ódio também, isso pode ser verdade. Você também pode definitivamente aumentar esse tipo de coisa. É quando você faz política enquanto fala da história, tentamos evitar isso ao máximo. Tentamos permanecer no âmbito em que ‘história é história’.”
