Ícone do site Mundo Metal

Savatage: sobre o que esperar dos shows da banda, Jeff Plate dispara, “somos melhores músicos agora do que nunca”

Reprodução/Divulgação

O Savatage está apenas há alguns dias de fazer a sua reestreia ao vivo após mais de 20 anos. Durante todo este período, o grupo se reuniu apenas para uma única apresentação em 2015, no Wacken Open Air, da Alemanha. Para esta nova etapa que está se iniciando, o Brasil foi escolhido para acolher os primeiros shows dos norte americanos. O grupo é uma das atrações do Monsters Of Rock que acontecerá no próximo sábado, 19 de abril, no Allianz Parque, em São Paulo, mas também fará uma apresentação solo no Espaço Unimed, segunda feira, dia 21 de abril.

Sem a presença de Jon Oliva (vocalista, tecladista, compositor e membro fundador) se recuperando de problemas de saúde, o Savatage irá chegar ao Brasil basicamente com o mesmo lineup que gravou os álbuns “Dead Winter Dead” (1995) e “Wage Of Magellan” (1997). Zak Stevens será mais uma vez o vocalista, Johnny Lee Middleton (baixo) e Jeff Plate (bateria) comandam a parte rítmica, além de Al Pitrelli e Chris Caffery, que compõe a dupla de guitarristas.

Jeff Plate reflete sobre o que esperar do Savatage em 2025

Em uma nova entrevista concedida a Clay Marshall do Blabbermouth, o baterista Jeff Plate explicou sobre a química existente entre esta formação atual. Ele ainda lembrou que mesmo não tendo gravado tantos álbuns com o Savatage, todos os músicos continuaram trabalhando juntos no Trans-Siberian Orquestra. Veja o que disse Jeff:

“Há algo especial quando esse grupo de caras se reúne para tocar. Ao longo dos anos as formações mudaram, mas Johnny e Jon têm sido os pilares desde que entrei na banda. Como seção rítmica, Johnny e eu nos dávamos bem em qualquer cenário, seja no Savatage ou até mesmo no Trans-Siberian Orquestra. Simplesmente faz sentido e soa bem sempre que tocamos. Para mim, pessoalmente, quando entrei no Savatage, foi tipo, ‘Uau, encontrei um lar. Meu estilo de tocar se encaixa muito bem aqui’, e é por isso que estou nisso há 31 anos.

E agora estou aqui novamente, todos esses anos depois, voltando para a sala e estamos tocando juntos de novo — mesmo que estejamos reaprendendo e reconstruindo muitas dessas músicas, há algo especial ali, e sempre foi assim com essa formação que gravou ‘Dead Winter Dead’: eu, Johnny , Caffery e Al. Obviamente, Jon também fazia parte disso. Quando começamos a turnê pela Europa com a banda de ‘Dead Winter Dead’, foi algo como, ‘Uau — tem algo especial nesta banda’. Isso não desapareceu. Acho que o fato de termos permanecido conectados na Trans-Siberian Orquestra nos manteve unidos e afiados. Provavelmente somos melhores músicos agora do que nunca, e agora estamos aplicando isso a este novo Savatage.”

“Dead Winter Dead” (1995) acabou aumentando a popularidade do Savatage na Europa. Talvez a temática do disco tenha ajudado nisso, já que retrata a Guerra da Bósnia, um assunto presente na mente dos europeus naquela época.

Jeff Plate falou sobre como foi chegar na Europa em meados dos anos 90 e receber uma recepção inegavelmente acima do esperado. Ele também assume que estão revisitando o disco neste retorno para, dessa forma, tocar algumas daquelas músicas ao vivo. Veja:

“Quando chegamos com essa nova formação e esse novo disco, a base de fãs de lá simplesmente adorou. A banda, nós éramos obviamente mais jovens e mais inexperientes, mas quando subimos no palco e tocamos, aquela formação simplesmente arrasou. Foi incrível. O público europeu, quando vai ver um show, quer ver, mas também está ouvindo atentamente, enquanto eu acho que talvez nos Estados Unidos, há uma atmosfera mais de festa em eventos ao vivo. Na Europa, as pessoas levam isso um pouco mais a sério.

Elas estão ouvindo, estão focadas nos músicos. Para mim, sempre senti que as pessoas estão lá menos para ficar bêbadas e se divertir. Elas estão lá para curtir a banda, mas também são muito críticas, então conseguem te manter alerta, quer você goste ou não. O conceito por trás de ‘Dead Winter Dead’ teve muito a ver com tudo isso, porque aquele álbum era sobre algo que estava acontecendo na Europa, então todos sabiam tão bem quanto qualquer um sobre o que o álbum era e o que ele significava.

Revisitando esse disco agora e reaprendendo coisas para os próximos shows, tem muita música boa ali.”

Sobre os motivos que fazem o Savatage romper tantas barreiras linguísticas e ter conseguido se solidificar em mercados difíceis como os da Alemanha, Grécia e Brasil, Jeff Plate refletiu:

“Acho que há uma sinceridade real na música. De ‘The Dungeons Are Calling’ atá ‘Poets And Madmen’, é simplesmente ótima música. Pode não agradar a todos, e tudo bem, mas quando você se senta e ouve esses álbuns — na verdade, qualquer um deles — todos são únicos e originais, e não soam artificiais. Até mesmo a formação de quatro integrantes — havia muitas bandas de Rock de quatro integrantes por aí, mas nenhuma delas soava como o Savatage.

E vou te dizer uma coisa: por que essa banda se conectou — Criss Oliva, um dos guitarristas de Rock/Metal mais singulares de todos os tempos. Havia algo muito real em seu jeito de tocar. Então, Jon Oliva, com sua composição musical — pode-se dizer que é simples, mas há uma emoção muito complexa nisso e realmente se reflete em seus vocais. Não há cantor que soe mais sincero, e há uma sensação de desespero e emoção na voz do Jon, algo que você não pode negar quando ouve.

‘When The Crowds Are Gone’, ‘Believe’ — quer dizer, meu Deus, quando você ouve ‘Believe’ e ouve o Jon cantar, como não se deixar levar por isso? É um cara cantando de coração. O coração dele está sangrando e soa assim no vocal. Não soa falso e acho que é por isso que essa música perdurou, e por isso que as pessoas simplesmente não desistem dela.”

Sair da versão mobile