Durante uma nova entrevista ao The Rockpit, o ex-vocalista do Sepultura, Max Cavalera discutiu sobre as regravações recentes dos clássicos “Bestial Devastation” e “Morbid Visions”. Max contou que sempre teve vontade de descobrir como esses discos soariam hoje com uma produção melhor e como seria legal trazer esses discos “de volta os mortos”.
“Nós fizemos as turnês… Você sabe, Return To Roots, Beneath The Remains, Arise… E fazendo isso nós meio que temos a chance de conversar, ouvir ansiosamente os discos e, nós sempre falamos muito sobre esses discos, eles são ótimos, são ótimas músicas, mas não soam bem porque simplesmente não conseguimos fazer direito.
Nós não tínhamos um bom engenheiro de som, éramos inexperientes, tínhamos estúdios ruins e não tínhamos dinheiro. Todos esses fatores fazem com que esses álbuns soem ruins. É claro que há um certo charme sobre eles, os originais. Eles têm um charme e uma sensação muito, muito legal. Mas como um músico, eu sempre fiquei intrigado em descobrir como eles soariam com um som realmente legal, um bom som de guitarra, uma bateria muito boa e uma produção muito boa. Seria incrível trazer esses álbuns de volta dos mortos, então foi meio que um desafio fazer isso primeiro e, segundo, fazer de uma forma que você mantenha o espírito vivo original, para que a agressão do original esteja toda lá na gravação.
Nós não mudamos isso, na verdade, não mudei a composição da música, não mudei um riff, tudo é exatamente igual como era, só que tocado melhor e gravado melhor. Eu acho que se você quiser comparar, é como e você tivesse um carro velho e colocasse um motor novo nele, ainda é um carro velho, mas com um motor novo nele.” [Risos]
Na mesma entrevista, Max também falou sobre a decisão de reativar o Nailbomb, que incluiu um show em 9 de novembro de 2024 no Marquee Theatre em Tempe, Arizona. Além disso, O Nailbomb já está confirmado para ofestival Alcatraz deste ano em Kortrijk, Bélgica e no festival Bloodstock Open Air no Catton Park em Derbyshire, Reino Unido. Max aproveitou para dar uma leve alfinetada em Andreas Kisser, guitarrista do Sepultura que tem criticado duramente as regravações dos irmãos Cavalera:
“O Nailbomb meio que surgiu do nada. Percebemos que já faz 30 anos que ‘Point Blank’ foi lançado, e foi lançado no mesmo ano que ‘Chaos AD’ [do Sepultura]. Então pensamos em comemorar também isso, porque o disco do Nailbomb é muito especial para mim. Ele me ensinou muito. Ele me ensinou sobre como ser mais livre no estúdio, ser menos medroso, experimentar diferentes sons e ideias sonoras e não ter medo de tecnologia e elementos industriais, e realmente combinar tudo isso. Então eu carrego esse disco do Nailbomb bem perto do meu coração de muitas maneiras. É um disco muito, muito legal que envelheceu muito bem também. Se você colocar o disco para tocar agora, ele soa incrível hoje como soava [naquela época]. E os tópicos são tão relevantes agora — ‘World Of Shit’ e ‘Religious Cancer’ e ’24 Hour Bullshit’ . É agora, cara. É o que o mundo está agora. É uma loucura que seja mais relevante agora do que quando fizemos o disco. Então, vamos trabalhar um pouco em turnê por alguns festivais na Europa com o Nailbomb.”
Ele acrescentou:
“‘Point Blank’ é “definitivamente um dos meus álbuns favoritos dos quais participei. E, sim, é legal que na minha carreira, eu possa fazer essas coisas. Para mim, é muito legal. Porque eu posso fazer novas músicas com Soulfly e Killer Be Killed e Go Ahead And Die, com os quais farei mais músicas. Mas também posso celebrar algumas das minhas coisas antigas. Eu também não me esqueço delas, porque elas são muito especiais. Então é legal. Eu realmente aproveito todas as forças criativas da minha vida e as coloco em ação. Em vez de apenas encará-las como algo que aconteceu no passado e não acontece mais, eu realmente posso fazer coisas com elas que tornam emocionante ser um músico.”
Assista a entrevista completa abaixo: