Os músicos brasileiros estão, cada vez mais, sendo reconhecidos internacionalmente. Já tivemos integrantes brasileiros em bandas como Manowar, WASP, Megadeth e, obviamente, com a chegada de Eloy Casagrande ao Slipknot, isso ficou ainda mais evidenciado.
Eloy foi o baterista do Sepultura de 2011 à 2023, mas já havia tocado anteriormente na banda solo do saudoso vocalista André Matos. O músico sempre demonstrou ter um enorme talento e chamava a atenção de qualquer um que o visse tocando.
Em fevereiro de 2024, Eloy se desligou oficialmente do Sepultura, que se encontra realizando uma turnê de despedida, para se juntar ao renomado Slipknot.
Em uma nova entrevista concedida ao ProMark Drumsticks, Eloy explicou como foi a sua entrada na banda norte americana e quais foram os desafios que enfrentou. Ele disse:
“Recebi uma ligação do empresário. Ele me perguntou se eu estava interessado em fazer um teste para entrar na banda. Então, vim para os EUA e passei 10 dias com a banda. Estávamos apenas tocando para verificar se havia algum tipo de química entre nós. Passamos, tipo, quatro ou cinco dias apenas gravando coisas novas. Acho que eles queriam verificar se eu era capaz de compor algumas partes de bateria e verificar se eu também era capaz de gravar bateria no estúdio, porque esse é um universo totalmente diferente. Então, foi uma audição muito completa. E depois desses mesmos dias, voltei para o Brasil. E eles me ligaram dois dias depois dizendo que eu estava na banda, que eu tinha conseguido. Isso foi super legal.”

Eloy Casagrande ainda seguiu com uma reflexão sobre a audição minuciosa que passou para conseguir a vaga de baterista do Slipknot. Ele disse:
“Eu tive, tipo, 15 dias para aprender as músicas. Eles me deram uma grande lista de músicas que eu deveria aprender. Todos os dias no ensaio, nós tentávamos músicas diferentes, escolhendo coisas diferentes de álbuns diferentes. Mas, é claro, eu já sabia como tocar algumas das músicas deles.
Lembro-me do primeiro dia em que estive lá. Estava me aquecendo no estúdio. Tinha, tipo, o meu pad, baquetas, pedais. E os rapazes da banda começaram a chegar ao estúdio e eu estava em choque. Quando tocamos a primeira música, cometi vários erros, eu estava em choque ao ver todos eles na minha frente. E não conseguia pensar. Não conseguia sequer respirar. Mas eles disseram, tipo, ‘ok, compreendemos que você está numa situação difícil agora. Entendemos o seu lado. Então relaxa e se diverte. Estamos aqui apenas para ver a vibe’. E depois, a partir do segundo dia, acho que tudo melhorou. Estava mais relaxado para tocar bateria e deixar a música fluir.”
O baterista brasileiro ainda se lembrou de quando era criança e como o Slipknot foi importante para sua formações musical. Ele disse:
“Eu ouço Slipknot desde que era adolescente e isso foi muito importante para minha formação musical. E aqui estamos agora, depois de alguns meses, estamos aqui. Quando eu tinha, não sei, uns 12 anos, assistindo-os na MTV tocando ‘Duality’, isso me deixou impressionado. É uma honra estar aqui agora.
Eu nunca imaginei que isso fosse algo possível. Há a diferença de países, eu moro no Brasil, e é uma banda americana. Não vamos nos esquecer que eu tive sorte de estar no momento certo no lugar certo. Então, fui convidado para estar aqui.”