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Twisted Sister: “de muitas maneiras, foi a declaração de independência para a geração dos anos 80”, diz Dee Snider sobre “We’re Not Gonna Take It”

Photos: Scott Dudelson/Getty Images; Paul Natkin/Getty Images

Algumas bandas conseguem compor alguns hits radiofônicos que ficam marcados em sua história e, às vezes, conseguem até mesmo furar a bolha do Rock and Roll ou Heavy Metal e se destacar de forma mais ampla.

Mas poucas bandas conseguem compor hinos que representem toda uma geração. O Twisted Sister foi um desses raros casos e podemos dizer que duas de suas canções mais celebres são como gritos de guerra para os jovens que cresceram nos anos 80.

É claro que estamos falando de “We’re Not Gonna Take It” e “I Wanna Rock”. E foi sobre estas duas músicas que o vocalista do Twisted Sister, Dee Snider, falou no AXS TV. Dee esmiuçou cada uma das composições e explicou seu ponto de vista sobre quando ele as compôs. Ele começou falando sobre “I Wanna Rock”:

“O Twisted Sister tem algumas músicas que resistiram ao teste do tempo, ‘We’re Not Gonna Take It’ e ‘I Wanna Rock’.

Em ‘I Wanna Rock’ é apenas aquela declaração atemporal que, você sabe, eu estava apenas gritando com meu pai pela milésima vez. Mas aparentemente todo mundo quer gritar isso para alguém e isso tem passado de geração para geração. Não importa onde eu vá, no minuto em que eu grito ‘I Wanna Rock’, é como uma sensação incontrolável, todo mundo não consegue se conter, as pessoas tem que gritar em resposta: ‘Rock’! está no DNA delas.

Ninguém nunca me perguntou o que significa ‘Rock’, muitos dos músicos e muitas das bandas que eu assisto na TV e em shows nunca me perguntaram. E significa, ‘deixe-se levar’, significa permitir-se essa sensação de liberdade, sentir que você pode se expressar vocalmente e fisicamente da maneira que quiser, sem medo de ser ridicularizado ou menosprezado.”

Photo: Michael Putland/Getty Images

Sobre o outro grande clássico do Twisted Sister, “We’re Not Gonna Take It”, Dee Snider começa dizendo o seguinte:

“Em 1984, minha banda Twisted Sister lança ‘We’re Not Gonna Take It’. E com isso, finalmente, chegamos ao mainstream. finalmente tivemos um disco de sucesso. É uma música que tem décadas de longevidade, se tornou um hino para todas as idades. As pessoas me perguntam o que há na música que a torna tão épica.

Como escritor, é um pouco egoísta falar isso nesses termos, mas eu vou começar de cima para baixo, eu fui o locutor da banda marcial na minha escola e eles costumavam sair para uma cadência de bateria toda vez que entravam para se apresentar. Isso simplesmente aumentava a emoção e eu disse ao falecido AJ Pero, nosso baterista, eu quero que essa música comece com uma cadência de bateria como as bandas marciais. Não apenas uma batida de bateria, eu queria que fosse ‘a cadência’, e AJ Pero era um baterista muito talentoso e ele voltou no dia seguinte e disse, ‘o que você acha disso’ (nesse momento Dee faz o início de We’re Not Gonna Take It com a boca). Isso começou a aumentar a excitação e eu reagi com um grande ‘Sim!’, e continua a aumentar a partir daí.

‘We’re Not Gonna Take It’ entrou na lista das 15 músicas dos imundos do PMRC, foi aquela coisa de censura, e foi uma das 15 músicas junto com músicas de AC/DC, Bruce Springsteen, Prince, Madonna, nós estávamos nessa lista. E nós estávamos ali por que eles viam isso como uma música violenta. Claramente, as pessoas que fizeram a lista tinham assistido ao videoclipe que tinha violência de desenho animado nele, mas como eu disse quando estava em Washington, ninguém podia negar isso, ‘We’re Not Gonna Take It’ não é mais violenta que a declaração de independência. E de muitas maneiras a música foi a declaração de independência para a geração dos anos 80.”

“We’re Not Gonna Take It” soou como um hino de rebelião daqueles jovens. Desse modo, a canção até hoje é utilizada em diversas ocasiões onde é necessário se opor e não aceitar determinada situação imposta.

Snider mencionou a crítica mais idiota que a música já sofreu na visão dele. Ele conta:

“A crítica mais idiota que ‘We’re Not Gonna Take It’ sofreu veio do Village Voice. Eram três palavras: ‘What from who?’ (‘o que e de quem?’). Foi isso que eles escreveram. ‘Que fofo, que irônico, que idiota’, eles não eram inteligentes, esse era o ponto. Como compositor, eu mantive isso bem inespecífico porque enquanto eu estava cantando sobre meu pai, meus professores, meus chefes e coisas assim, eu queria que as pessoas lessem o que quisessem na letra.

E essa música se tornou uma música política, é um hino do Rock and Roll, eu vi no protesto dos professores e as pessoas colocam as suas próprias situações. E é isso, coloque sua própria situação, você está chateado com sua esposa, com seus filhos ou o que for, cante alto e orgulhoso. Eu escrevi isso para você!”

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