Mick Box, guitarrista Uriah Heep, refletiu sobre a decisão recente dos ícones do rock progressivo de aposentar dos palcos embarcando na turnê de despedida “The Magician’s Farewell”, que inclui sete sete shows no Reino unido em fevereiro. Evidentemente, alguns membros do Uriah Heep já sentem o peso da idade, mas não é só isso.
Mick Box também abordou as dificuldade de se fazer turnês pela Europa após o Brexit. Soma-se a isso, os custos cada mais elevados das turnês que, segundo Mick Box, “triplicaram”.
Veja a declaração de Mick a Indie Power TV:
“Eu diria que foi em parte o fato de que não estamos ficando mais jovens. Mas a outra grande parte é que está se tornando impossível organizar essas turnês agora, as longas turnês que costumávamos fazer. Especialmente na Europa, com o Brexit e depois da COVID e coisas assim, ficou muito, muito difícil, porque antes podíamos viajar livremente pela Europa, mas agora não podemos por causa do Brexit. Então, agora temos que ter carnets [alfândega internacional e documentos temporários de exportação e importação] para que o equipamento passe por todos os territórios, que eles só precisam ficar retidos em um território, e você perde o show. Coisas assim.
Com o advento do mundo como ele é hoje, os preços dos ônibus triplicaram, os preços dos caminhões triplicaram, tudo triplicou. Quero dizer, para dar um exemplo também com as companhias aéreas, além do custo delas ir às alturas, tivemos 11 voos no mês passado e cinco deles foram cancelados. Então está ficando cada vez mais difícil. Então, em cada show, você tem que ir um dia antes só para compensar qualquer coisa que possa acontecer. Então está ficando muito difícil montar essas turnês longas. Então, meio que tudo chegou a um ponto crítico, se você preferir.”
Após o Brexit (quando o Reino Unido deixou de ser um Estado-Membro da União Europeia em 31 de janeiro de 2020), as barreiras enfrentadas pelos artistas para se apresentar pela Europa se tornaram maiores:
“Sim, bem, infelizmente, o governo não reconhece o quão importante a música é para o mundo. Temos todas essas restrições. Há até uma restrição de que você só pode ficar fora por 90 dias em 180 e coisas assim. Todas essas coisas simplesmente te deixam de lado quando você tenta montar uma série inteira de datas de turnê como costumávamos fazer por nove meses do ano. É muito difícil.”
Contudo, Mick Box declarou que não irá deixar de fazer shows ao vivo:
“Sim, sempre tocaremos em festivais, sempre faremos coisas assim, porque está no nosso sangue continuar tocando. Mas isso é um encerramento total ao longo de dois a três anos. E quando você considera que você e eu tocamos em 64 países, temos muito o que voar. [ Risos ] Mas esperamos chegar a todos que pudermos com este hurra final, se você preferir. Mas não é tão final, porque, como dizemos, continuaremos tocando provavelmente em grupos em vez dessas longas turnês que agora são impossíveis por muitas, muitas razões que acabei de discutir.”
O guitarrista foi questionado se as turnês pela América também se tornaram mais difíceis, e ele respondeu:
“Sim, o lado do visto é muito caro, claro. E então se você tem uma [equipe de pessoas trabalhando para você], que nós temos com nossa equipe, você tem os voos e tudo mais a considerar antes mesmo de tocar uma nota. Então, essas coisas são difíceis, mas não intransponíveis.
Eu acho que na América, é muito melhor equipado, com os ônibus de turismo e tudo mais, para tornar isso possível. Então, sim, eu não acho que seja tão ruim porque você não tem, como nós temos na Europa, para ir a cada território, você tem um carnet, como eu disse, para todo o nosso equipamento ser liberado, enquanto na América você pode simplesmente continuar indo. [Risos]”
