Vale a pena ouvir de novo!: Avec Tristesse – “Ravishing Beauty” (2002)

Junho de 2002: o guitarrista e vocalista Jerry Cantrell (Alice In Chains) lança “Degradation Trip”, segundo álbum de sua carreira solo.

Contendo 14 faixas inéditas, o disco obteve excelente repercussão perante fãs e críticos, destacando os singles “Angel Eyes” e “Anger Rising” (10º lugar no Mainstream Rock Tracks da Billboard), ultrapassando a marca de 100 mil cópias vendidas apenas no mercado americano.

Em 2019, a revista Rolling Stones classificou “Degradation Trip” com o 21º lugar na lista “50 Maiores Álbuns de Grunge”.

O disco foi dedicado ao vocalista Layne Staley (Alice In Chains), que faleceu dois meses antes do lançamento.

Novembro de 2002: O Royal Albert Hall recebia o “Concert For George”, memorial ao guitarrista (e também vocalista) George Harrison, um dos integrantes do quarteto de Liverpool, Beatles, falecido um ano antes.

Organizado por Olivia e Dhani Harrison, esposa e filho do músico, o evento contou com a direção musical do guitarrista Eric Clapton, um dos grandes amigos de Harrison e Jeff Lynne, guitarrista e co-fundador do Electric Light Orchestra.

Além dos já citados Clapton e Lynne, o concerto contou com a participação especial de nomes como Tom Petty, Billy Preston, Jim Capaldi, Ray Cooper, Ringos Star, Pául McCartney, dentre outros.

Toda a renda obtida foi destinada ao Material World Charitable Foundation, uma organização criada por Harrison.

Enquanto isso, os cariocas do Avec Tristesse estrearam com “Ravishing Beauty”, excelente debut lançado em novembro do referido ano, bem como um dos melhores trabalhos da banda.

Contendo 07 faixas distribuídas em curtos 32 minutos, o disco apresenta uma sonoridade voltada ao chamado Dark Metal, já que suas melodias descrevem sentimentos como amor, tristeza e sofrimento, mergulhando claramente nas harmonias densas, melancólicas e soturnas das bandas de Gothic, Black, Folk, Doom e Symphonic Black Metal.

Apresentando em sua essência uma amálgama de estilos, “Ravishing Beauty” nos remete a grupos como Katatonia, Opeth, My Dying Bride, Paradise Lost, Darkseed, Anathema, Trail Of Tears, Cradle Of Filth e Borknagar.

Em um disco onde todas as faixas merecem destaques, é preciso destacar também as participações especiais de vozes femininas em canções como “The Crown of Uncreation” , “De Sombre Amour Et Souffrances” e “Paen”, mostrando a fusão perfeita entre o Gothic Metal e o Black Metal, arquitetados por uma banda que trilhava o mesmo caminho dos grupos supracitados e todos em ascensão.

Com um excelente trabalho de divulgação aliado a qualidade musical de um trabalho extremamente bem construído, Avec Tristesse recebeu na época o apelido de Borknagar Brasileiro, bem como o título de Banda Revelação.

Justo, diga-se de passagem.

*Abrindo um parêntese, é preciso destacar o excelente trabalho gráfico, já que “Ravishing Beauty” dispõe de uma arte belíssima estampando sua capa.
*Formado em 2000, na cidade do Rio de Janeiro, o quinteto na época formado por Pedro Salles (vocais, guitarras, teclados), Alexander Woden (guitarras), Rafael Gama (baixo), Bruno Campbell (teclados) e Nathan Thrall (bateria, backing vocals), lançou, em maio de 2004, “How To Innocence Dies”, segundo e excelente trabalho, agora como um trio.

Após um hiato de longos nove anos, mudanças no line up e retornando outra vez como quinteto, lançam “Use & Control”, terceiro e desde então seu mais recente trabalho de inéditas.

Aos fãs do bom e velho Metal Extremo…Vale a pena ouvir de novo.

Integrantes:

• Pedro Salles (vocal, guitarra, teclado)
• Alexander Woden (guitarra)
• Rafael Gama (baixo)
• Bruno Campbell (teclado)
• Nathan Thrall (bateria, vocal)

Faixas:

1. Ravishing Beauty Pt.1
2. She, the Lust
3. Ravishing Beauty Pt.2 (Instrumental)
4. The Crown of Uncreation
5. De sombre amour et souffrance
6. In Vain I Cry
7. Paean

Redigido por: Geovani “Ancião da Crypta” Vieira