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Vale a pena ouvir de novo!: Dark Avenger – “Dark Avenger” (1995)

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Vale a pena ouvir de novo!: Dark Avenger – “Dark Avenger” (1995). Homenagem aos seis anos do aniversário de falecimento do vocalista Mario Linhares

Março de 1995:

O quarteto americano Death lançava “Symbolic”, sexto álbum da carreira. Aclamado pelo público e crítica, o disco é considerado por muitos como o maior álbum da banda, enquanto alguns o classificam como o melhor disco de Death Metal de todos os tempos.

“Symbolic” é o segundo e último trabalho a contar com o baterista Gene Hoglan. Em suas páginas, o webzine Metal Rules classificou o trabalho como o 7º maior álbum de Metal extremo de todos os tempos, e o 58º maior álbum de Heavy Metal.

Maio de 1995:

Os britânicos do My Dying Bride lançavam “The Angel and the Dark River”, terceiro álbum de inéditas, e o primeiro registro onde o vocalista Aaron Stainthorpe decide abandonar os vocais guturais. Por outro lado, os violinos e teclados passam a figurar com maior intensidade na sonoridade do grupo.

A qualidade musical do novo trabalho também chamou a atenção do baixista Steve Harris que após ouvir o disco, ligou para Andrew Craighan (guitarrista), convidando para ser a banda de abertura na turnê europeia do Iron Maiden.

De acordo com Craighan, Harris classificou “The Angel and The Dark River” como um “álbum assassino”.

Dark Avenger

Enquanto isso, os brasileiros do Dark Avenger lançavam “Dark Avenger”, álbum auto-intitulado e um dos melhores discos de Heavy Metal do chamado “Metal Nacional”. Após a excelente repercussão de “Choose Your Side…Heaven Or Hell”, demo tape contendo 4 faixas, editada em 1994, o grupo lança no ano seguinte seu primeiro full lenght.

“Dark Avenger” (o disco) contém doze temas inéditos calcadas no Heavy/Power Metal, incluindo as 04 faixas lançadas anteriormente na demo tape. O álbum apresenta a fórmula perfeita que rege o Heavy e o Power Metal, já que suas composições dispensam comentários, e sua qualidade musical é absurdamente perfeita.

O saudoso Mario Linhares

Apresentando um line up de (jovens) músicos excepcionais, o destaque em especial vai para o vocalista Mario Linhares, uma das melhores e maiores vozes do Metal brasileiro. Como poucos, Mário não era um excelente músico apenas em estúdio. Dono de uma voz única, atingia tons altíssimos e agudos estridentes. Suas performances e interpretações ao vivo eram excepcionais. Por vezes, inacreditáveis, já que seu alcance vocal era algo que ultrapassa a barreira da perfeição. A impressão, era que ele tentava superar suas performances (perfeitas) em estúdio, e tudo isso sem desafinar uma nota sequer. A verdade é que pouquíssimos vocalistas conseguem fazer ao vivo o que Mário Linhares conseguiu com maestria.

Photo By: Desiree Galeotti

Apesar de um disco perfeito, repleto de canções excepcionais e que certamente figura na lista dos melhores trabalhos lançados naquele ano, “Dark Avenger” não obteve o devido reconhecimento na época de seu lançamento. Embora esse “reconhecimento” tenha vindo anos mais tarde de forma tímida, e aquém do mérito, o qual a banda e seus trabalhos primorosos eram merecedores.

Tracklist perfeito

Em um disco composto por músicas perfeitas, é quase impossível destacar alguma música em especial, porém arrisco-me a dizer que “Armageddon”, “Die Mermaid”, “Who Dares To Care”, “Green Blood”, “Dark Avenger”, “Half Dead Eyes”, “Madelayne”, “Ghost Divinity” e “Morgana” são os destaques desta obra prima brasileira.

Vale lebra que na primeira prensagem, “Morgana” não aparece no tracklist, sendo incluída logo depois como faixa bônus, tornando-se uma das músicas mais pedidas nas apresentações da banda.

Além do Dark Avenger, Mario Linhares integrou as bandas Harllequin, Heaven’s Guardian e Khallice.

Mário Linhares faleceu no dia 22 de dezembro de 2017, após apresentar um quadro grave de dissecção da aorta, uma espécie de “ruptura”, na maior artéria do corpo e não resistiu.

Photo By: Desiree Galeotti

N do R: No país onde meia dúzia de bandas são exaltadas, e muitas vezes lançando trabalhos medianos e/ou dispensáveis, Dark Avenger definitivamente não obteve o reconhecimento o qual merecia, já que em sua trajetória musical, a banda jamais lançou um disco que não fosse grandioso. Como é normal em casos que envolvam a morte de um artista, Mário Linhares tornou-se um “querido” após seu falecimento, ao mesmo tempo em que todos começaram a elogiar seus trabalhos, e, principalmente, seus vocais. Infelizmente este reconhecimento veio tarde, já que o mesmo deveria ter acontecido enquanto ele (Mário) estava vivo ao lado de sua banda.

Aos amantes do bom e velho Heavy/Power Metal….Vale a pena ouvir de novo.

Integrantes:

Faixas:

Bônus:

Redigido por: Gigio “Villareal” Vieira

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