Novembro de 1990: no dia 09 do referido mês, os americanos do Testament editavam “Souls Of Black”, quarto disco oficial da carreira.
Produzido por Michael Rosen (Vio-Lence, Vicious Rumors, Sadus, Läaz Rockit, Tesla, Death Angel, etc), substituindo Alex Perialas, que havia produzido os três primeiros trabalhos, o disco trazia mudanças na sonoridade do grupo que soava mais Heavy Metal, concluída no disco subsequente, “The Ritual”.
Com suas letras focadas em assuntos como política, religião, suícidio, megalomania, guerras e o cotidiano vivido pela sociedade, o disco atingiu a 35a posição da UK Albums Charts e a 73a posição da US Billboard 200.
Também em novembro e exatamente no mesmo dia, os norte-americanos do Slayer lançavam “Seasons In The Abyss”, quinto álbum de sua produtiva carreira.
Produzido por Rick Rubin ( The Cult, Danzig, Trouble, Tom Petty, Beasties Boys, AC/DC, etc) e Andy Wallace, o disco marcou a despedida do baterista Dave Lombardo que retornaria ao posto em “Christ Illusion”, lançado em 2006.
Bem recebido por fãs e críticos e contendo 10 faixas inéditas, o disco figurou nas paradas de países como Austrália, Áustria, Países Baixos, Alemanha, Suécia e Reino Unido.
Os números expressivos de vendas fizeram com que “Seasons In The Abyss” cravasse o nome do Slayer na 40a posição da US Billboard 200.
O álbum ainda contemplaria a banda com disco de ouro nos Estados Unidos e também no Canadá.
Enquanto isso, os mineiros do Kamikaze lançavam “Kamikaze II”, álbum oficial de estreia.
Formado em 1984, em Belo Horizone, Minas Gerais, a banda, composta por Guilherme Bizotto (vocais), Reginaldo Silva (guitarras), Gustavo Duarte (baixo) e João Guimarães (bateria), deu os primeiros passo com o auto intitulado “Kamikaze”, EP lançado em 1986, através do selo Tribo dos Solos.
Bem recebido, o disco ganhou destaque através da faixa “Machados de Guerra”, canção que invadiu as rádios tornando-se um verdadeiro hino do quarteto mineiro.
Em 1987, o grupo integrou a tracklist da “Rock Forte”, coletânea composta por bandas do cenário mineiro, onde participaram com as faixas “Metrópole” e “Machado de Guerra”. Esta, já conhecida pelo público.
Além do Kamikaze, a coletânea contou com a bandas: Pouso Alto, Agência Tass, Sexo Explicito, O Último Número e Serpente.
Algumas destas bandas mudariam de nome posteriormente, caso do Pouso Alto que se transformaria no Skank.
Produzida por Chico Neves, a coletânea apresentava nomes emergentes do Rock surgidos no cenário mineiro na época. Kamikaze era um deles.
O primeiro álbum completo chegaria às lojas em 1990, “Kamikaze II”, excelente registro contendo oito faixas inéditas distribuídas em apenas 36 minutos de duração, via Cogumelo Records.
Numa transição perfeita entre o Hard Rock e o Heavy Metal, o disco apresenta uma sonoridade que nos remete a grupos como Stress, Vid & Sangue Azul, Zona Abissal, Harppia,Salário Mínimo, Centúrias, Azul Limão, Platina, Anjos da Noite, Golpe de Estado, dentre outros, ao mesmo tempo em que bandas gringas como Rainbow, Whitesnake e Deep Purple, também, aparecem como referência e influências (ouça a faixa Guerra do Pó).
Em um disco onde a difícil missão de eleger uma faixa como favorita, visto que todas merecem destaques, é preciso enaltecer o brilhante trabalho de uma banda cujo line up é composto por músicos excepcionais, em especial Guilherme Bizotto, uma das grandes vozes do Hard’n Heavy nacional.

Os trabalhos seguintes vieram em 2002, “Kamikaze”, coletânea contendo faixas inéditas, seguido de “Kamikaze”, álbum de inéditas lançado em 2005, contendo 15 faixas, além de uma versão para “She Drives Me Crazy” da banda britânica Fine Young Cannibals.
Apesar do prestígio aquém do merecido, o Kamikaze integra a lista de bandas importantes no cenário brasileiro, compondo letras inteligentes, cantando com maestria e em bom português o bom e velho Hard/Heavy Metal.
Não por acaso, foram considerados uma das bandas mais importantes de Rock e Heavy Metal do país.
Após longos anos de estrada e trocas de integrantes, o quarteto permanece em atividade. Da formação clássica, apenas o guitarrista Reginaldo Silva permanece. Completam o line up: Samuel Chacon (baixo), Wesley Gama (bateria) e Germano Renan (vocais).
Aos amantes do bom e velho Hard’n Heavy… Vale a pena ouvir de novo.
Integrantes:
- Guilherme Bizotto (vocal)
- Reginaldo Silva (guitarra)
- Gustavo Duarte (baixo)
- João Guimarães (bateria)
Faixas:
- Jogo Sujo
- Blues De Ninguém
- Guerra Do Pó
- Viva Por Você
- Machado De Guerra
- Hey Amigo
- Roleta Russa
- You Can Blow It With Your Fingers
Redigido por: Geovani “Encostado pelo INSS” Vieira