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Biografia de AC Wild (Bulldozer): carreira e vida de um inconformado passadas a limpo

Alberto Emilio Contini é um italiano nascido em Milão em 1961 que estudou teologia na adolescência, mas que acabou se rebelando contra a religião prestes a se tornar padre e passou então a dedicar sua vida a música.

Uma história até então não tão diferente assim, porém, quem está por trás dela é AC Wild, codinome do baixista e vocalista do Bulldozer, um dos maiores nomes do Metal italiano e responsável por difundir o subestilo dentro do Metal que ficaria conhecido como Metalpunk.



Para contar sua vida, ele mesmo escreveu “Hereticvs: Bulldozer e outras heresias”, sua autobiografia. Lançada na gringa em 2014, somente chegou ao Brasil em 2024 pela Editora Denfire.

Enquanto muitos tornam-se fervorosos religiosos após um sonho revelador, AC relata que seu rompimento com a religião veio após um. Ainda nessa época quase eclesiástica, ele teve a experiência única de participar de um exorcismo de verdade. Isso acabou sendo narrado anos depois em “The Exorcism”, faixa que abre o disco “The Day Of Wrath” (1984), maior sucesso comercial do grupo.

O prego no caixão da sua religiosidade veio ao conhecer AC/DC e Motorhead. Essa última a responsável pelo desejo de aprender a tocar baixo e então se juntar ao Bulldozer, onde foi peça fundamental para que o grupo criasse sua polêmica – para a época – identidade lírica e visual.



Incompreendidos

A história do Bulldozer foi uma sucessão de problemas, roubadas e baldes de água fria. Hoje, “The Day Of Wrath” (1984), produzido por Algy Ward (vocais/baixo do Tank), é considerado um disco clássico do Metalpunk. Mas seu lançamento foi ignorado pela mídia especializada e até ridicularizado. Um resenhista da revista Kerrang!, o avaliou como “o pior disco que já ouvi na vida”. Esse mesmo resenhista se corrige logo depois na avaliação do EP “Apocalyptic Raids” (1984), obra-prima do Hellhammer. Ele afirma que esse sim seria o pior disco que já escutou na vida (tem uma imagem dessa resenha publicada no livro, impagável).

AC Wild conta os detalhes e faz um faixa a faixa de cada disco. Surgem algumas histórias bem legais, mas sempre fica a impressão que o Bulldozer nasceu para ser um “perdedor” (termo usado por ele mesmo algumas vezes). Independentemente do que fizesse, sempre eram relegados a um segundo plano. Foram chamados inclusive de clones do Venom (foi Cronos, baixista/vocalista do grupo, quem o apelidou de Wild). Inclusive, em uma coletânea de 1985, foram listados na contracapa como “Total clones do Venom – só que melhores produzidos”.

De precursor do Metal extremo a editor de Dance Music

A banda não emplaca e acaba sendo dispensada da gravadora Roadrunner Records e daí AC acaba dando uma guinada em sua vida: deixa o Bulldozer de lado e inicia uma bem-sucedida carreira como editor de dance music em uma pequena distribuidora europeia onde acaba lançando um compacto com guitarras e samples que, segundo ele, teria sido a centelha para que o Prodigy mudasse seu estilo musical e alcançasse logo depois o sucesso comercial mundial.

Um ponto bem interessante é a respeito da sua produção para “Lorenzo Arruga, Dave Lombardo & Friends – Vivaldi: The Meeting” (1999), disco que trouxe interpretações da música de Vivaldi e que contou com ele mesmo, Dave Lombardo (Fantômas, Mr. Bungle, ex-Slayer, ex-Grip Inc., ex-Suicidal Tendencies, ex-Testament). Assim como as obras do Bulldozer, o disco também recebeu o desprezo, dessa vez também pela purista mídia especializada em música clássica. Afinal, onde já se viu meter um baterista de Metal em temas de Vivaldi? Hereges! Fica minha sugestão para conferir o disco, bem interessante e um material desconhecido por muitos ainda hoje.



Lendo suas histórias e por seu testemunho final, percebe-se que Conti não é na essência um herético religioso (no caso, da religião católica), mas sim um contestador nato, um inconformado que não aceita as coisas porque elas são assim e pronto. Isso fica claro quando chegamos ao final do livro e juntamos casos como o da “vacina de borracha” quando era criança, da sua participação no movimento estudantil italiano nos anos 70 quando adolescente e seus valores a frente do Bulldozer na fase adulta.

Ainda furiosos

Há também uma menção referente a passagem do Bulldozer pelo Brasil em 2023 quando participaram da 15ª edição do Setembro Negro Festival, evento que contou também com… Hellhammer!

Pude ver AC Wild e banda ao vivo em Belo Horizonte em agosto de 2024, poucos meses antes do lançamento do livro. Mesmo fazendo shows esporádicos e sem lançar disco novo há anos, 4 décadas depois AC e Cia. continuam furiosos ao vivo.

“Hereticvs: Bulldozer e outras heresias” foi lançado no tamanho A5 com recheio em papel couchè 115g. Contém 120 páginas repletas de fotos de arquivo pessoal e de brindes traz um adesivo com a capa de “IX” (1987) e um cartão postal com a capa de “Neurodeliri” (1988).



Nota: 7

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