Em entrevista ao Stereogum, o vocalista do Iron Maiden, Bruce Dickinson, falou a respeito do seu retorno à banda em 1999, assim como o retorno do guitarrista Adrian Smith, logo depois do lançamento do álbum solo de Bruce “The Chemical Wedding”.
Bruce foi indagado se eles conversaram em particular a respeito de retornarem ao Maiden e se tomaram juntos a decisão de regressar à banda. Além disso, ele relembrou uma reunião que teve com Steve Harris:
“Ah, não, não, não. Na Guerra Fria, você tinha o Checkpoint Charlie em Berlim, e você tinha que mostrar sua identidade para passar, e então eles te colocavam em uma sala secreta nos fundos e faziam perguntas. Honestamente, era um drama. Eles disseram: ‘Você vai ter uma reunião com Steve Harris’. Eu disse: ‘Ah, legal. Nós vamos tomar um café ou ir ao pub’. E eles disseram: ‘Não, não podemos fazer isso em público!’ Eu disse: ‘Sério? OK’. Então era uma boate antiga que estava fechada, e eles organizaram para que fossemos só eu e Steve neste bar enorme, apenas conversando um com o outro. Eu pensei: estou tendo uma experiência fora do corpo aqui. Isso não está acontecendo. Isso é como algo de um romance de Kafka, sabe? Mas quando eles me ligaram e disseram que você tem que ir até Brighton e ter essa reunião, eu disse: ‘Ah, legal. Devo levar Adrian?’ Eles disseram: ‘Não, não, não! Não traga Adrian! Vai ser tudo separado!’ Então, não tenho ideia de como isso aconteceu com Adrian.”
“Vocês chegaram praticamente ao mesmo tempo, certo? “, perguntou o entrevistador.
“Sim, absolutamente. Para todos os efeitos, absolutamente.”
O Iron Maiden passou por várias mudanças de formação entre 1980 e 1993 e, desde que Bruce Dickinson retornou ao Maiden, não houve mais mudanças, com exceção da entrada recente baterista Simon Dawson após a aposentadoria de Nicko McBrain dos shows ao vivo. Indagado sobre o porque a dinâmica do grupo ainda funciona tão bem tendo os mesmos caras há 25 anos, ele respondeu:
“Acho que todos nós crescemos o suficiente para apreciar que éramos todos indivíduos separados que se reuniam para tocar músicas do Iron Maiden. Acho que o que irritou Adrian, e a mim até certo ponto, foi essa ideia de que éramos apenas essa massa homogênea que era o Iron Maiden. Que éramos um único bloco de concreto. Adrian se rebelou contra isso. Eu também não gostei particularmente da ideia. Porque era como, “Não somos indivíduos então?” E então era, “Até certo ponto”. Bem, não. Agora nos juntamos novamente. A razão pela qual nos juntamos novamente é porque queríamos, então é uma escolha. E foi realmente nossa escolha. Foi um pedido, e foi nossa escolha nos juntar novamente. E agora, tendo feito isso, vamos ter relacionamentos mais adultos entre todos. Ficou muito mais fácil se dar bem com todos, muito mais fácil falar mais honestamente e abertamente sobre as coisas. E também, não se irrite com as coisas, com alguém que teve um dia ruim ou que se tornou um megalomaníaco esta tarde. Simplesmente vá embora, porque amanhã de manhã, eles não estarão assim. Enquanto nos anos 80, nós teríamos uma discussão do caralho sobre isso, ou as pessoas teriam ido embora e ficariam de mau humor por semanas. E isso só gera ressentimento e descontentamento e coisas assim.
Estamos no estado agora onde a banda é realmente bem-sucedida, e todos nós nos damos bem, provavelmente porque — com exceção de Dave Murray e Adrian Smith, que moravam na mesma rua quando eram crianças — nenhum de nós teria se conhecido se não fosse pelo Iron Maiden. Eu nunca teria conhecido Nicko McBrain. Eu nunca teria conhecido Steve. O que nos une é o Maiden. Então, este é um ótimo lugar para se estar. Somos provavelmente uma das maiores bandas de heavy metal do mundo. Significamos muito — e eu entendo isso — para milhões de pessoas ao redor do mundo. E o que há para não amar em ainda poder fazer isso?”
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