“Whoosh!” é o vigésimo e primeiro álbum da lendária banda de Hard Rock britânica Deep Purple, sucessor de “Infinite” de 2017, além disso, o terceiro a contar com o produtor Bob Ezrin.
Deep Purple foi a minha porta de entrada para o Rock/Metal quando eu tinha apenas 15 anos, porém eu jamais imaginava que eu estaria comentando seu novo lançamento trinta e dois anos depois. Sendo assim, para mim é uma honra estar escrevendo essa resenha, ainda que o Deep Purple não esteja passando por décadas brilhantes quanto foram suas primeiras.
Primeiras análises de “Whoosh!”
Antes que eu comece a falar sbre as faixas do novo disco, tenho que destacar alguns importantes pontos desse trabalho. Para começar, “Whoosh!” foi o disco no qual Don Airey fez a sua melhor participação desde que substituiu o saudoso maestro Jon Lord.
Em segundo, dos álbuns da era Steve Morse, ele é o terceiro que realmente me agrada, já que o debut do guitarrista na banda, “Purpendicular”, é sensacional; “Abandon” é fraco; “Bananas” é o mais fraco da banda em minha opinião; “Rapture Of The Deep” é bom; enquanto “Now What?” e “Infinite” são medianos.
“Whoosh!” buscou resgatar, mesmo que de forma sutil, sonoridades que a banda, comumente, utilizava nos anos 70.

“Throw My Bones”, uma abertura magnífica
O álbum abre com a fantástica “Throw My Bones”, a qual foi single, assim como tema de videoclipe. Surpreendentemente, sem nenhum medo de estar exegerando, incluo essa canção entre minhas favoritas do Deep Purple.
O riff dela remete ao melhor da década de 70, ao passo que Ian Gillan, embora esteja longe de ter o vocal potente que tinha nos primórdios da banda, canta divinamente. Fora isso, “Throw My Bones” tem um refrão muito envolvente e um solo de guitarra que faz jus ao brilhantismo do Sr. Steve Morse.
Outras faixas que buscam o passado
Continuando a análise, “Drop The Weapon” me faz lembrar “Mary Long” do “Who Do We Think We Are”, pois tem algo da pegada característica daquele disco. Em seguida, “We’re All The Same In The Dark”, por sua vez, tem riff e ritmo contagiantes. Nela, Ian Paice se destaca pela sua competência, contudo é claro que isso não é surpresa alguma. Ela não é tão boa quanto à faixa de abertura, mas está no time das melhores do disco.
Logo depois, “Nothing At All” parece uma “brincadeira musical” entre Morse e Airey, intercalando, dessa forma, arranjos que mesclam progressivo e Fuzzion a sonoridade Rock’N’Roll da música. O solo de Morse é mais Blues/Rock, já o de Don Airey, segue a mesma linha dos arranjos desde que a canção inicia até seus segundos finais.
“No Need To Shout” tem a ver com a sonoridade que o Deep Purple vem mantendo em seus últimos lançamentos, porém com uma pegada bastante interessante.

Deep Purple também soa sombrio
Os teclados de Airey dominam as ações em “Step By Step”, que é sombria, mas também é envolvente. Esse elemento mais assustador passou a ser adotado pelo Deep Purple em alguns momentos entre seus lançamentos mais atuais, pois isso funciona muito bem. Melhor exemplo do que mencionei é a canção “Vincent Price” do álbum “Now What?”, aliás, a melhor música daquele disco.
A próxima canção, “What The What”, é um puro e legítimo Rock’N’Roll, destacando o arranjo de piano de Don Airey. Quanto a faixa “The Long Way Around”, ela tem, novamente, uma pegada setenteira, só que ainda mais Hard Rock. Don Airey é, da mesma forma, destaque nessa composição, reforçando o que eu disse sobre ele no segundo parágrafo da resenha.
Parte final
“The Power Of The Moon” mescla a veia Hard Rock/Progressiva com a atmosfera sombria, se destacando pelos lindos solos de Morse e de Airey, este último, se parecendo muito com o saudoso Jon Lord.
“Remission Possible” é um pequeno e bonito tema instrumental, o qual serve de passagem para o segundo single do álbum que vem logo após, “Man Alive”. Essa canção mistura elementos psicodélicos com o peso do Hard Rock. A temática de “Whoosh!” se revela principalmente através de um momento narrado e outro cantado por Gillan. Essa faixa é uma verdadeira viagem pra refletir sobre o que vivemos atualmente.
“Depois de alguns milhares de anos/ Menos do que a menor ingestão de ar imaginável/ Os mais sábios da evolução da humanidade/ Tornaram-se extintos/ Mãe natureza adora vácuo/ E assim, a terra foi limpa/ Como nunca havia sido/… Todas as criaturas grandes e pequenas/ Pastoreiam em solo vermelho-sangue/ E a grama que cresce nas ruas da cidade/ Tem sido uma cidade tranquila/ Até que souberam/ Que aquilo que apareceu na praia/ É um homem vivo”.
A próxima é mais um tema instrumental, “And The Adress”. A fim de abrilhantar o disco, uma regração da primeira faixa do debut da banda. Ou seja, uma homenagem aos primórdios A banda busca, inegavelmente, pelas raízes de sua sonoridade, abrindo mão das modernidades que foram produzidas nos tempos atuais. Ela pode, sim, ainda que poucos concordem, fazer parte do mesmo time que “Wring That Neck” e “’A’ 200”.
Encerramento
O álbum encerra com “Dancing In My Sleep”, que embora seja uma canção com bons ingredientes, acredito que foi desnecessária em um contexto que já estava muito bom. Ainda assim, nada que comprometa o disco como um todo, pois como eu disse, não é ruim.

Terá sido o derradeiro álbum do Deep Purple?
Talvez provavelmente, eu acabei de resenhar o derradeiro disco do Deep Purple. Pois, com os anos que eles têm de estrada e a idade avançada dos membros, qualquer registro de agora em diante pode ser o último da banda.
Estou comprando “Whoosh!” por gosto e não por coleção, como fiz com alguns álbuns passados do Deep Purple. Para se ter uma ideia, “Rapture Of The Deep” de 2005 foi o último álbum que eu havia comprado por gosto e não por simples item de colecionador.
Aprovado e indicado, portanto, para fãs do bom e velho Rock’N’Roll, principalmente, Deep Purple.
Nota 8,5
Integrantes:
- Ian Gillan (vocal)
- Don Airey (teclado)
- Roger Glover (baixo)
- Ian Paice (bateria)
- Steve Morse (guitarra)
Faixas:
- 1. Throw My Bones
- 2. Drop The Weapon
- 3. We’re All The Same In The Dark
- 4. Nothing At All
- 5. No Need To Shout
- 6. Step By Step
- 7. What The What
- 8. The Long Way Around
- 9. The Power Of The Moon
- 10. Remission Possible
- 11. Man Alive
- 12. And The Adress
- 13. Dancing In My Sleep
Redigido por Cristiano “Big Head” Ruiz