Em uma entrevista para a Guitar Wolrd em 2009, o vocalista/guitarrista James Hetfield e o guitarrista Kirk Hammett do Metallica, discutiram sobre os desafios no processo de composição de “Fade To Black”, faixa do clássico “Ride the Lightning” de 1984.
Segundo James Hetfield, havia a percepção de que os fãs do Metallica se assustariam com a balada, por outro lado, eles não queriam se limitar musicalmente por conta do que os fãs iriam pensar. Além disso, James estava deprimido e a “canção suicida” recebeu muitas críticas na imprensa musical. Entretanto, crianças e jovens abraçaram fortemente a canção:
“Essa música foi um grande passo para nós. Foi praticamente nossa primeira balada, então foi desafiador e sabíamos que isso assustaria as pessoas. Bandas como Exodus e Slayer não fazem baladas, mas eles se colocaram nessa posição, o que é algo que nunca quisemos fazer; limitar-se para agradar seu público é besteira.
Gravando aquela música, eu aprendi o quão frustrante um violão acústico pode ser. Você podia ouvir cada rangido, então eu tinha que ter cuidado. Eu escrevi a música na casa de um amigo em Nova Jersey.
Eu estava muito deprimido na época porque nosso equipamento tinha acabado de ser roubado e fomos expulsos da casa do nosso empresário por quebrar coisas e beber todo o seu armário de bebidas.
É uma canção suicida, e recebemos muitas críticas por ela, [como se] crianças estivessem se matando por causa da canção. Mas também recebemos centenas e centenas de cartas de crianças nos contando como elas se identificaram com a canção e que ela as fez se sentir melhor.”
Kirk Hammett também compartilhou suas memórias de “Fade To Black”:
“Eu ainda estava usando o Flying V preto, mas em Fade to Black usei o captador do braço da minha guitarra para obter aquele som quente. Toquei com um pedal wah-wah todo na posição “para cima”.
Nós dobramos o primeiro solo, mas era mais difícil dobrar o segundo solo no meio porque era lento e havia muito espaço nele. Mais tarde, percebi que o harmonizei de uma forma estranha – em terças menores, terças maiores e quintas.
Para o solo estendido no final, eu não tinha certeza do que tocar. Estávamos na Dinamarca há cinco ou seis meses, e eu estava ficando com muita saudade de casa. Também estávamos tendo problemas com nossa administração.
Como era uma música sombria, e nós todos estávamos chateados de qualquer forma, pensei em coisas muito deprimentes enquanto fazia o solo, e isso realmente ajudou. Toquei alguns arpejos sobre a progressão GAB, mas não dobramos a faixa daquele solo. Quando terminou, voltei e fiz as partes limpas da guitarra atrás do verso. James tocou uma figura arpejada enquanto eu arpejava acordes de três notas. Acabamos obtendo um som bem do tipo Dire Straits.”