É muito interessante notar como algumas bandas conseguiram ultrapassar barreiras antes instransponíveis. No início dos anos 80, seria difícil de acreditar que uma banda surgida nos porões do underground e com sonoridade nada comercial, poderia alcançar o status de mainstream. Mas isso aconteceu com diversos nomes e, certamente, o Metallica é o maior representante de todos.
No podcast ‘Conan O’Brien Needs a Friend’, o baterista Lars Ulrich falou sobre como a banda trouxe o Thrash Metal do underground para o mainstream na década de 80 e sobre como isso ainda é difícil de mensurar. Ele revelou:
“Naquela época, o negócio da música era muito estereotipado, era dessa forma. Alguém dizia: ‘É assim que você deve fazer’, Você assinava com uma gravadora, ganhava uma boa grana, Então você fazia um disco nos termos deles, pela fórmula e diretiva deles, e então eles te promoviam como achavam que deveriam te promover, e blá blá blá blá blá.
claro, não estávamos interessados nisso, não estávamos acreditando nisso, não pensávamos que nada disso seria uma possibilidade, então começamos a fazer nossas próprias coisas, fazendo algumas fitas, enviando-as para as pessoas na Europa. E muito lentamente começamos a perceber que havia muito mais pessoas com ideias semelhantes, fãs de música como nós, que não queriam que sua música viesse daquela fórmula mainstream que a gravadora meio que oferecia.
Eu já disse isso antes, é a mesma coisa, quando você vai a um restaurante e eles lhe dão um menu e dizem: ‘O que você gostaria?’, Mas ainda está limitado ao que está no menu. E então percebemos que muitos fãs de música queriam algo que não estava no menu na época, quem queria seu rock mais ousado e com uma estética, linguagem e cultura diferentes, ficou apegado com isso. E lentamente, quando começamos a fazer discos e tocar em toda a Europa e em toda a América, esse número cresceu a um ponto em que todos nos tornamos parte do mainstream.”
Lars conclui:
“E por falar em mindblow, esse foi um mindblow louco que ninguém poderia prever que iria acontecer. Não é que todas as bandas que eram ousadas se moveram em direção ao mainstream, foi o mainstream que mudou para encaixar todas as bandas ousadas. E 10 ou 20 anos depois, todas essas coisas malucas que todo mundo estava fazendo se tornou o novo mainstream. E eu ainda meio que luto um pouco com isso. Com toda a seriedade, eu ainda tenho dificuldade… Permanentemente sinto que somos estranhos, porque foi assim que crescemos. Então, quando todas essas grandes coisas estão acontecendo, tudo ainda parece momentâneo ou alguém vai dizer: ‘Ok, agora abra espaço para os caras de verdade que vão entrar e fazer isso corretamente’, ou sei lá. E então eu penso, ‘Puta merda, Ainda não sentimos que pertencemos ao mainstream’, não importa o quão bem-sucedidos sejamos.”