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Nirvana: “Kurt Cobain tava numa depressão fodida, camiseta do cara escrita de caneta: ‘I Hate Myself. I Wanna Die’, veio ele e a Courtney Love pra mim e disse: ‘você tem heroína?'”, relembra João Gordo

O Nirvana teve uma fatídica passagem por São Paulo no ano de 1993 para tocar no Hollywood Rock. Na época, a banda de Seattle estava no auge da fama e o disco “Nevermind” era sucesso absoluto de vendas. Músicas como “Smells Like Teen Spirit”, “Lithium”, “Come As You Are” e “In Bloom”, tocavam sem parar nas FM’s e, principalmente, na MTV Brasil.



Mas esse show foi marcado por uma espécie de boicote vindo do líder do grupo, Kurt Cobain. Tudo aconteceu por conta do vocalista do Ratos de Porão, João Gordo, ter dito a Kurt que o festival não passava de propaganda de marca de cigarro. Isso, segundo a lenda, teria deixado Kurt muito irritado e ele certamente resolveu transformar a apresentação em um enorme ato de revolta contra o evento.

Esta história é bastante conhecida, mas muitos se perguntam: como que o João Gordo teve acesso aos membros do Nirvana? Como ele conseguiu se infiltrar nos bastidores do show?

Foto: Mark Seliger / Rolling Stone

Nesta semana, Gordo esteve presente no podcast Amplifica apresentado pelo guitarrista do Angra, Rafael Bittencourt. Questionado sobre como foi esse encontro, João Gordo contou com detalhes a história. Veja a transcrição feita pelo Mundo Metal:



“Em 89, o Ratos foi gravar o ‘Brasil’ e a gente emendou uma turnê tosca Punk. Fez shows na Itália e tals, e o último show da turnê foi em Amsterdã. Nós tocamos no domingo, no sábado tava tocando Scream no mesmo local. Quem é Scream? É uma banda de Boston, de Hardcore, que eu sempre gostei e tenho os discos deles até hoje. E eu tava feliz de poder ver, e quando eu cheguei lá o baterista do Nirvana tava lá vendendo uns merchandising. O cara viu o Ratos de Porão, achou legal, e eu não conheci o cara, e era o Dave Grohl.

Quando o Nirvana lançou o ‘Nevermind’, eu peguei o disco e falei, ‘eu conheço esse cara aqui, caralho’. Porra, é o Dave Grohl, que legal. Em 93, quando o Nirvana pintou em São Paulo, pra tocar no Hollywood Rock eu falei, ‘vou colar na banca, meu irmão’. Fui lá no Maksoud Plaza (hotel emblemático de São Paulo que fechou em 2021), cheguei lá dei de cara com um gordão, falei, ‘caralho, conheço esse gordão de algum lugar, mermão’. Aí perguntei, ‘você é o Big John?’. O cara era o guitarrista do Exploted, ele tinha gravado o ‘Punks Not Deat’ e o ‘Troops Of Tomorrow’. E não sei o que acontece, mas o mundo Punk é pequeno, ele já tinha ouvido falar de mim por umas minas inglesas e eu fiquei amigo do cara.

Esse cara era roadie do Kurt Cobain. Aí quando o Kurt Cobain chegou com a trupe, com todo mundo, eu já tava engendrado. Foi fácil. Parecia um sonho retardado, porque de um lado passando os Chilli Peppers, do outro L7, o Alice In Chains… vi todos esses shows do palco. Alice In Chains demolidor do ‘Dirt’, aquele disco é maravilhoso, vi o show dos Chilli Peppers com os caras com fogo na cabeça, aquele chapéu de fogo. Vi o show do L7 e foi maravilhoso também. E o dia do show do Nirvana foi uma bosta.

Não sei que cargas d’água, a gente mal falava inglês, até hoje eu não falo direito, mas a gente falou pro Kurt Cobain que o festival era marca de cigarro. Ele ficou puto, velho, ele ficou tipo, ‘Como assim, marca de cigarro?’. Ele achava que Hollywood tinha a ver com Hollywood, os estúdios lá de Los Angeles. E tanto que no Rio de Janeiro rolou, mas aqui em São Paulo foi uma bosta, ele acabou com o show, 100 mil pessoas desapontadas e ele tocando ‘Smells Like Teen Spirit’ desafinado.”



João Gordo ainda conta como foi a noitada que ele curtiu com Kurt Cobain, Courtney Love e demais pessoas envolvidas com o show do Nirvana:

“O Kurt Cobain tava numa depressão fodida, a camiseta do cara escrita de caneta, ‘I Hate Myself. I Wanna Die’, veio ele e a Courtney Love pra mim e disse: ‘você tem heroína?’. Eu falei, ‘Aqui no Brasil não existe isso. Mas eu sei onde tem cocaína!’. Aí levei eles lá pra buscar, foi uma balada em um Corcel dois azul claro e um passate. Tava lotado, tinha uma mina do Hole, a Courtney Love, o Flea tava junto, a hora que o Flea chegou no lugar e viu que tinha um monte de droga ele foi embora na hora. Virou as costas e foi embora.

Nós chegamos no lugar devia ser umas 3 da manhã, tava vazio, o cara da casa fechou a porta, quem entrou não sai e quem saiu não entra. E essa história virou maior lenda porque saiu no jornal e tudo. Eu mesmo, na hora de ir embora eles me deixaram ali na Santa Cecília, na Amaral Gurgel, meu amigo parou o carro pra mim descer e a Courtney Love viu, não sei se era uma travesti, um negão num tubinho cor de rosa com as tetas gigantes, ela desceu e ficou ‘ahhhhhhhhh, maravilhosa!’. E o travesti meio sem entender, uma gringa assim do nada, mas ela sacou da bolsa uns 300 dólares e enfiou na teta do travesti, no decote, o meu amigo falando, ‘não, é muito dinheiro!’. E eu fiquei ali, eles foram ainda pro Love Story, eu travadão, fui pra casa no metrô sem conseguir me mexer.”



Assista o episódio completo para ouvir esta e outras histórias:

Abaixo você pode assistir o show realizado no Rio de Janeiro, além de alguns momentos de insanidade do show de São Paulo:

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