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Resenha: Ozzy Osbourne – “Patient Number 9” (2022)

Com 73 anos de idade, John Michael Osbourne pode se gabar de possuir uma carreira invejável. Em 1970, estava lá quando o Black Sabbath mudou a história da música pesada para sempre, mas fez mais do que isso, mesmo depois de sua saída do gigante britânico soube se reinventar e também é dono de uma carreira solo repleta de sucessos inebriantes.



Se você é um amante do Rock/Metal por pelo menos alguns anos, não existe a menor possibilidade de nunca ter se deparado com hinos do porte de “NIB”, “Paranoid”, “Iron Man”, “War Pigs”, “Children Of The Grave”, “Sabbath Bloody Sabbath”, “Mr. Crowley”, “Crazy Train”, “Bark At The Moon”, “No More Tears” e tantos outros. Pode-se afirmar com total precisão que se existe uma habilidade ao qual Ozzy domina de forma excepcional é a de tecer hits inesquecíveis.

E é disso que se trata “Patient Number 9”. Se o álbum anterior, “Ordinary Man”, de 2020, recebeu algumas críticas ao trazer o madman se arriscando por terrenos musicais diferentes aos habituais, por trazer o produtor Andrew Watt tocando guitarras no lugar do sensacional Zakk Wylde e por ter participações especiais inusitadas como os rappers Post Malone e Travis Scott, além do cantor britânico Elton John, no novo registro, Ozzy traz sua sonoridade mais tradicional de volta e reune nomes do mais alto escalão do Rock/Metal para ajudá-lo na composição.

Reprodução

E vamos dar a mão a palmatória aqui, com caras da estirpe de Eric Clapton, Jeff Beck e Tony Iommi, além de Zakk Wylde de volta tocando em todas as músicas, não tinha como dar errado. E não deu.



“Patient Number 9” foi lançado no último dia 9 de setembro e é o décimo terceiro disco de estúdio da carreira solo de Ozzy. Musicalmente, podemos afirmar que o álbum traz um pouco da musicalidade presente em toda a carreira do lendário cantor, focando principalmente na capacidade hors-concours do músico em criar belas baladas. Com a idade avançada, diversos problemas de saúde e sabendo que, talvez, este seja o seu último registro de inéditas, Ozzy apostou em sua especialidade. Não faltam composições que podem ser comparadas com faixas marcantes do passado como “Goodbye To Romance”, “Shot In The Dark”, “Mama, I’m Coming Home”, “Road To Nowhere” e “I Just Want You”. Obviamente, não se trata de um disco de baladas, mas elas são predominantes e, antes que você torça o nariz, saiba que são ótimas baladas. Muito pouco ou quase nada no álbum pode ser classificado como descartável e o que parecia improvável se tornou realidade, aos 45 minutos do segundo tempo, Ozzy lançou um novo álbum com real potêncial para se tornar um clássico.

Reprodução/Facebook

Logo no início da audição com a faixa título, “Patient Number 9”, percebemos que temos aqui provavelmente uma daquelas músicas que, daqui para frente, vão frequentar as coletâneas de grandes hits do cantor. O guitarrista Jeff Beck rouba a cena nesta canção e despeja solos e linhas belíssimas, o refrão é daqueles em que depois de poucas audições você inevitavelmente vai estar cantando junto e, parafraseando nosso grande amigo Geovani Vieira, não posso deixar de constatar que estamos diante de uma “ótima faixa de abertura”. Se existe um ponto fraco neste álbum, são as duas próximas composições, “Immortal” e “Parasite”, ambas parecem que vão levar o álbum a um lugar comum já visitado por Ozzy em trabalhos como “Down To Earth” e “Black Rain”, mas assim que você ouve “No Escape From Now”, com participação de papai Tony Iommi, essa impressão se dissipa por completo. Aqui estamos diante daquela fórmula “sabática” infalível, com todo o peso costumeiro e os riffs apocalípticos do chefe da porra toda exalando enxofre para todos os lados. Somente esta música já faria o disco valer a pena e, não, isto não é nenhum exagero.

Depois de matar a saudade em ouvir uma nova música com Ozzy e Iommi juntos novamente, “One Of These Days” traz ninguém menos que Eric Clapton. Ouvir as duas músicas uma seguida da outra nos faz entrar em pensamentos profundos sobre a arte de tocar guitarra. Enquanto Iommi trabalha em cima do peso e tem seu estilo calcado na arte de criar bons riffs, Clapton é dono de uma suavidade incrível e, através de seu feeling incomparável, traz toda aquela veia do Blues Rock à audição. Uma grata surpresa. E por falar em guitarristas e na arte de manipular com precisão tal instrumento, “A Thousand Shades” traz novamente Jeff Beck para nos fazer mergulhar ainda mais neste universo. Se em “Patient Number 9”, Jeff já havia impressionado, nesta bela balada o guitarrista limita-se a ser um passageiro ilustre na embarcação comandada por Ozzy Osbourne. Mas faz isso com uma classe arrebatadora e nos ensina de maneira singela uma lição importante: as vezes o “menos” é “mais”.

“Mr. Darkness” é a primeira com Zakk Wylde que realmente empolga, aliás, é uma das melhores do disco. Quando ela inicia você pensa que se trata de uma nova balada, mas aos poucos a composição vai ganhando força e energia mostrando-se um Heavy Metal vibrante e imponente. “Nothing Feels Right” é como uma viagem aos anos 90 e lembra bastante a musicalidade presente em “No More Tears” e, principalmente, em “Ozzmosis”. Na pesada “Evil Shuffle”, temos um Zakk incorporando Tony Iommi à sua maneira, nos presenteando com riffs calcados no Blues e uma pitada de Southern Rock. O tipo de música que você passa batido nas primeiras audições e depois vai redescobrindo com um largo sorriso de satisfação no rosto.



Se estava bom até aqui, em “Degradation Rules” temos mais um daqueles fanservices que adoramos. A segunda participação de Tony Iommi no álbum vem com direito a viagem nostálgica só de ida diretamente ao debut homônimo do Black Sabbath, com gaita remetendo ao hino “The Wizard” e tudo. Um deleite aos fãs mais saudosistas. “Dead And Gone” é outra viagem, mas desta vez aos anos 80. A faixa lembra muito aquela fase mais Hard exibida em “The Ultimate Sin” e possui um refrão, no mínimo, excelente. Antes do fim, ainda há tempo para mais uma balada e “God Only Knows” me trouxe aquela aura mágica de “Blizzard Of Oz”, mas com um toque mais moderno utilizado na época de “No More Tears”. O disco finaliza com uma espécie de vinheta intitulada “Darkside Blues” e apaga toda aquele sentimento incômodo que o registro anterior havia deixado.

Devemos parabenizar Ozzy pela sabedoria ao recrutar esse time invejável de astros do Rock e por ter focado na sua sonoridade mais tradicional. Além de todas as participações descritas no texto, ainda devemos lembrar que temos Robert Trujillo (Metallica) e Duff Mckagan (Guns N’ Roses) no baixo, Chad Smith (Red Hot Chilli Peppers) na bateria e a participação de Mike McCready (Pearl Jam). O madman também merece todos os créditos pela força de vontade e pela gana em fazer mais um disco de inéditas mesmo passando por todos os problemas de saúde que vem passando.

Reprodução/Youtube

Em uma recente entrevista, Ozzy foi questionado sobre quais ambições ele ainda tem a esta altura da vida e ele respondeu sem titubear que queria mais um disco número 1 nas paradas de sucesso. Pois bem, os pedidos de Ozzy foram atendidos e nesta semana, “Patient Number 9” chegou ao número 1 da Billboard, coroando o lendário vocalista com sua melhor performance no chart em toda carreira. E o melhor, sem precisar se curvar a musicalidades modernas ou fora do Rock/Metal. O novo álbum de Ozzy é uma grata surpresa e deve fechar com chave de ouro uma jornada brilhante de mais de 5 décadas. A nós, só nos resta agradecer e reverenciar.

Obrigado John Michael Osbourne por todos os serviços prestados ao estilo que tanto amamos.



Nota: 9

Integrantes:

  • Ozzy Osbourne (vocal)

Músicos convidados:

  • Zakk Wylde (guitarra)
  • Tony Iommi (guitarra)
  • Erick Clapton (guitarra)
  • Jeff Beck (guitarra)
  • Mike McCready (guitarra)
  • Duff McKagan (baixo)
  • Robert Trujillo (baixo)
  • Chad Smith (bateria)

Faixas:

  1. Patient Number 9
  2. Immortal
  3. Parasite
  4. No Escape from Now
  5. One of Those Days
  6. A Thousand Shades
  7. Mr. Darkness
  8. Nothing Feels Right
  9. Evil Shuffle
  10. Degradation Rules
  11. Dead and Gone
  12. God Only Knows
  13. Darkside Blues

Redigido por Fabio Reis

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Comentários

  1. De jeito nenhum! Tanto este quanto o álbum anterior estão abaixo do medíocre, não chegam sequer a ser uma sombra do legado deixado por Ozzy. Sequer entremos no mérito dos péssimo resultado da associação entre ele o produtor, talvez a principal influência (negativa) por este e o fiasco anterior. Triste fim de uma lenda, hora de aposentar as chuteiras…

  2. Os caras falam como se um cantor como o Ozzy iria soltar algo que ele mesmo consideraria indigno de sua obra. Tanto no Ordinary Man o Ozzy parece estar mais tranquilo e experimentando coisas que toda sua fama possibilita. Aquela musica com o Elton John mesmo é uma obra prima.
    Então aos que acham que o cara tá gaga ou algo do tipo, vão se foder, vocês não apreciam o ozzy, são apenas “fãs” quando o cara hita.

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