“X” é o décimo full lenght da banda romena, Trooper.
Enfim, quatro anos após “Ștefan cel Mare – Poemele Moldovei”, a tradicional banda romena de Heavy Metal, Trooper, lançou o seu décimo full lenght, “X”, no último dia 20 de maio, em formato independente.
Portanto, “X”, que em algarismos romanos significa “Dez”, em romeno se diz “Zece”, é um disco que mistura vários elementos ao Heavy tradicional. Folk, Prog e até Speed Metal podem ser citados como ingredientes que ajudam a compor essa obra.
Line-up Competente
Todos os músicos que integram o quinteto são muito competentes, porém destaco em especial o vocalista Alin “Coiot” Dincă por sua afinação e suas variações vocais.
A minha única referência de música pesada vinda da Romênia, até então, era o Iris, tradicional banda de Hard & Heavy da cidade de Bucareste, a qual eu aprecio bastante, porém, a música do Trooper me surpreendeu bastante e decidi fazer audições mais cuidadosas de seu mais recente registro.

Assim como o Iris, as letras das canções do Trooper são em romeno. Confesso que no início tive um pouco de dificuldade em me acostumar com esse idioma incomum ao Rock e Metal, porém a qualidade das composições facilitou a minha adaptação.
O nome Trooper, ao que me parece, realmente, é uma homenagem a canção do Iron Maiden contida no clássico “Piece Of Mind”, todavia está redondamente enganado quem achar que a sonoridade é uma cópia da Donzela ou que ela é a única referência que pode ser encontrada nas nove faixas desse disco.
“Dansul Cu Focul”, que é puramente Heavy tradicional, foi muito bem escolhida para ser a abertura do álbum. Além da já mencionada voz de Alin, destaco o trabalho da dupla de guitarristas, Laurenţiu Popa e Aurelian “Balaurul” Dincă, a qual sabe muito bem trabalhar riffs e solos, que são lindos e convincentes. Em seguida,“Lumea s-a stins” é Heavy mais cadenciado e pesado, a participação do tenor Alin Stoica é a cereja do bolo, dando a canção uma atmosfera sensacional.
Alin Dinca demonstra que também é muito bom nos agudos.
“Rădăcini de dor” é a canção mais trabalhada do full lenght, sendo repleta de elementos Folk e Prog, os quais lhe tornam sensacional. São dezoito minutos que passam sem que possam ser percebidos, pois ela não se torna enfadonha em um segundo sequer. Suas várias mudanças, seu instrumental e a temática de sua letra. Tudo e perfeição e ela é uma obra de arte dentro de outra obra de arte.
Incrivelmente, mágica.
“Quando o mundo morre sob seus pés, dói.”
“ E você sente que ele quer gritar, mas não consegue.”
“ De que outra forma podemos fazer a diferença? “
“Uma coisa é certa – eu me perdi. E o país em que vivemos não é mais nosso, e a língua que falamos é cada vez mais falsa. Essa história será apagada em um instante, porque temos medo há décadas!”
“ Através de sombras antigas, o que mais encontramos pontos de referência.”
“ Agora está na moda ver como tudo o que é melhor perece, tudo o que é belo, tudo o que tem alma fica para trás, apenas um grito trágico.”
“ Quão difícil! Temer! Trevas! Chuva! Quando rimos, o coração chora em nós!”
“ Por muito tempo ficamos imóveis e entorpecidos, observando em silêncio enquanto nos separamos…”
O Heavy com pegada mais tradicional dá as caras novamente em “Fără masca”. Eu poderia repetir os mesmos elogios feitos para a canção de abertura, pois, ambas tem fórmulas semelhantes, porém, cada qual com sua particularidade. Aproveito para elogiar o belo trabalho da cozinha formada pelo baixista Ionuţ “Oscar” Rădulescu e pelo baterista Ionuţ “John” Covalciuc. “Spune-mi ceva” cadencia novamente o andamento, porém essas alternâncias rítmicas funcionam perfeitamente para a audição, pois, somos pegos de surpresa a cada nova introdução. Para resumir, eis uma balada maravilhosa. “Când ești doar un simplu om” é outra música com veia Prog que intensifica o deleite da audição. Ela alterna de dedilhados a riffs como em um passe de mágica e todo esse arranjo musical funciona divinamente bem.
São onze minutos de puríssimo êxtase com ares épicos.

“Dragoste falsă” é uma balada intensa com um excelente arranjo de teclado que dá a calmaria para a tempestade que vem a seguir, o single “Rupi tăcerea”. Eis a canção mais rápida e pesada do disco, mesclando elementos que beiram Speed/Thrash. Algo totalmente inesperado para esse momento da obra e que surpreendeu quem achava que não viria mais nada muito pesado adiante.
O disco encerra com a melancólica, mas bonita, “Ruinele” (Ruínas em português), que é somente piano e voz, encerrando um disco que merece toda a atenção por sua qualidade musical impecável.
Felicitări Trooper pentru albumul excelent, voi afla mai multe despre trupă, mai târziu, a fost grozav să vă descopăr munca.
Nota 8,8
Integrantes:
- Ionuţ “Oscar” Rădulescu (baixo e vocal)
- Laurenţiu Popa (guitarra, vocal)
- Alin “Coiot” Dincă (vocal)
- Ionuţ “John” Covalciuc (bateria)
- Aurelian “Balaurul” Dincă (guitarra, teclado, vocal)
Faixas:
- Dansul Cu Focul
- Lumea s-a stins
- Rădăcini de dor
- Fără mască
- Spune-mi ceva
- Când ești doar un simplu om
- Dragoste falsă
- Rupi tăcerea
- Ruinele
Redigido por Cristiano “Big Head” Ruiz
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