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Resenha : Vio-lence “Let The World Burn” (2022)

Metal Blade Records



Não é exagero constatar, que estamos em uma das melhores épocas para o Thrash Metal mundial. Mesmo com uma infeliz pandemia global e diversas restrições impedindo que grandes bandas pudessem se apresentar ao vivo e continuar na estrada, verdadeiros clássicos modernos foram lançados nos últimos anos, tanto por parte dos incansáveis veteranos, mas também pela nova safra, o que é algo altamente estimulante, especialmente para um músico do gênero.


Após 16 anos como membro do Machine Head ao lado de Robb Flynn, Phil Demmel (guitarra) deixa a banda e um grande legado erguido em novembro de 2018. Apenas alguns meses depois, no inicio de 2019, é confirmado oficialmente a reunião do Vio-lence, trazendo em seu line-up um terço de sua formação original, contando com o próprio Demmel, Sean Killian nos vocais e Perry Strickland na bateria.

Reprodução / Facebook / Vio-Lence

Para alguns leitores que talvez desconheçam (o que eu acho muito difícil) este capitulo da história da evolução e consolidação do Thrash Metal, um pouco de contexto histórico:




Formada no ano de 1985, em San Francisco/CA, o Vio-lence foi simplesmente uma das bandas responsáveis por definir e, posteriormente, redefinir a sonoridade do Thrash Metal old school, em especial, o Thrash da Bay Area, com seu álbum de estreia, “Eternal Nightmare”, de 1988, contando com Robb Flynn (Machine Head) na guitarra, muito antes dele se enveredar por outros rumos musicais.

Eternal Nightmare/Megaforce Records

O debut é marcado por um Thrash Metal altamente alucinado, veloz e frenético, marcas registradas nos maiores clássicos do gênero, feitos na década de 80. Eles ainda lançariam dois ótimos registros entre 1990 e 1993, antes de se separarem em 93, porém, entraremos em mais detalhes sobre estes discos mais adiante.

Voltando aos dias atuais, quase 30 anos sem nenhum material novo, o mais novo EP, intitulado “Let The World Burn”, contém cinco faixas matadoras, estando entre nós via Metal Blade Records, e de quebra, duas aquisições honorárias completam o line-up oficial da nova era do Vio-lence. Ninguém menos que Bobby Gustafson (ex-Overkill) nas guitarras e Christian Olde-Wolbbers no baixo (ex-Fear Factory). Robb Flynn Infelizmente demostra zero interesse nesta reunião do Vio-lence, o que é uma pena, pois seria interessante vê-lo participar deste retorno as raízes com a banda, independente de seus ressentimentos e razões.

Reprodução/Robb Flynn/Phil Demmel

E o que temos então, após 29 anos de espera ? Uma verdadeira masterclass de Thrash Metal, é isso que nós temos aqui, meus caros. Apesar de conter apenas cinco faixas ao todo, são faixas de tirar o chapéu, com poder de destruição de um álbum completo.



Um fator interessante é como as expectativas para um novo material de uma banda como o Vio-lence são diferentes. Considerando que, em sua primeira era, eles começaram fazendo um Thrash alucinado e maníaco e terminaram fazendo um Thrash extremamente Groovado e cadenciado, foi criada uma expectativa ambígua no ouvinte.

Vio-lence/reprodução

Escutando os primeiros singles disponibilizados, afirmei que a banda seguiria os rumos de seus dois últimos “Opressing The Masses” (1990) e “Nothing To Gain” (1993), visto que é basicamente inviável lançar algo com mesmo nível de vitalidade e ódio presente em “Eternal Nightmare”. Porém, é inegável que existem marcas registradas em seu DNA que estão presentes em todas as composições, então podemos dizer que apesar de seguir suas formulas, a sonoridade não soa desgastante e repetida em momento nenhum.

Reprodução

No final do ano passado, Phil Demmel entrou em alguns detalhes sobre o processo de composição:


“Cara, nos 16 anos em que estive no MACHINE HEAD, teve momentos de thrash, mas no final não teve. E eu tinha escrito. Eu sempre tenho riffs, mas foi emocionante… Porra, música de thrash. Eu queria capturar alguns momentos de ‘Eternal Nightmare’ , e há algumas assinaturas do VIO-LENCE que eu queria perpetuar e continuar.”



“Flesh From Bone” foi o primeiro single divulgado pela banda em formato de lyric vídeo, e nele já podíamos ouvir o que estava por vir. Um dos aspectos que mais me agrada neste novo registro é como Sean Killian mudou sua abordagem vocal. Em vez de soar como uma paródia irritante de Mike Muir (Suicidal Tendencies), a voz de Killian envelheceu muito bem, dando um tom obscuro em certos momentos, ainda soando como um lunático.


“Screaming Always” é aquela faixa que que aparenta não ter freio, é um petardo na orelha constante e pungente, destaque aqui para o Sr. Perry Strickland descendo o braço sem dó da caixa da bateria, mostrando que ainda tem uma pegada muito firme e pesada.


“Upon Their Cross” é onde o peso e a cadencia de “Nothing To Gain” (1993) são retomados com força. Mas se engana quem acha que o ritmo tenha se perdido aqui, na metade da faixa temos uma sequencia insana de solos de guitarra muito criativos, mostrando a união musical de Bobby Gustafon e Phil Demmel de maneira bem assertiva.



“Gato Negro” é uma faixa tão divertida, quanto agressiva, lembra muito o Exodus em sua fase “Fabulous Disaster”. Aqui tenho que dar alguns créditos para o desempenho do Sr.Christian Wolbers, que mantém o pulsar firme das quatro cordas presente o tempo todo, uma característica fundamental, desde os primórdios do gênero e algo que agrada muito este humilde escrivão.

Finalizando este breve petardo,”Let The World Burn”, faixa título e segundo single liberado, representa o registro como um todo. Diferente das anteriores, aqui existe uma pegada obscura da metade para o final, dando uma identidade interessante para a conclusão e com um conselho muito bom para os dias de hoje…”Deixe o mundo queimar!”

Há algumas semanas atrás, o guitarrista Phil Demmel disse o seguinte:



“EU GOSTARIA DE FAZER OUTRO EP EM VEZ DE UM ÁLBUM, E JÁ ESTAMOS TRABALHANDO NAS MÚSICAS PARA ISSO, E ESPERO QUE POSSAMOS GRAVAR NO PRÓXIMO OUTONO. QUEREMOS ESTAR CONSTANTEMENTE LANÇANDO MÚSICA E CONSTANTEMENTE FAZENDO SHOWS. NESTE ESTÁGIO, ESTAMOS EMPOLGADOS POR TODOS QUE AINDA ESTÃO EMPOLGADOS COM ESSA BANDA. A ELES, AGRADEÇO POR AINDA NOS OUVIRem E NOS APOIARem. ESTAMOS EMPOLGADOS PARA SAIR POR AÍ E TOCAR, ENTÃO ESPALHEm A PALAVRA DO VIO-LENCE.”

Temos então um material novo, que demonstra muito potencial para o futuro da banda, mesmo que realmente lancem mais um EP nos próximos meses, um full-lenght seria mais do que bem vindo, pois esta nova formação está altamente afiada.



Nota: 8,2

Integrantes:

  • Phil Demmel (guitarra)
  • Sean Killian (vocal)
  • Perry Strickland (bateria)
  • Bobby Gustafson (guitarra)
  • Christian Olde Wolbers (baixo)

Faixas:

  • 1.Flesh From Bone
  • 2.Screaming Always
  • 3.Upon Their Cross
  • 4.Gato Negro
  • 5.Let The World Burn



Redigido por: Giovanne Vaz






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