Durante uma nova entrevista ao El Pacto Producciones do México, o ex-guitarrista do Sepultura, Jairo “Tormentor” Guedz (atual The Troops of Doom), foi indagado sobre o que achou das regravações de “Bestial Devastation” e “Morbid Visions” dos irmãos Cavalera.
Veja o que disse Jairo Guedz:
“Estou muito orgulhoso disso. Estou muito, muito orgulhoso disso, porque estávamos lá começo, e nós estávamos tentando apenas fazer algo que amávamos e nós não tínhamos… E talvez fosse o mesmo no México, não sei, mas acho que era a mesma coisa, não tínhamos bons estúdios ou produtores, a música metal era como pessoas criminosas para os outros, para toda a sociedade ou para nossa família às vezes. [risos]
Então era muito, muito difícil de fazer, cada passo que dávamos era uma coisa difícil. Estou orgulhoso disso. ‘Bestial Devastation’ nós gravamos melhor aquele split para a Cogumelo porque eles tinham a banda Overdose, mas nós não tínhamos muitas músicas e eles também não tinham muitas músicas, então a Cogumelo decidiu fazer um split. Foi uma grande experiência para nós, ninguém queria os garotos do Sepultura no estúdio, então quando nós fomos para o estúdio em Belo Horizonte e o dono do estúdio, o produtor e todo mundo estava tipo ‘Urgh… Crianças, vamos fazer isso o mais rápido que pudermos.’ Eu acho que nós gravamos em seis horas o ‘Bestial Devastation’ e nós voltamos no outro dia só para fazer a mixagem, e então saímos do estúdio e nunca mais voltamos.”
A difícil gravação de “Morbid Visions” e a saída de Jairo
“Nós éramos como persona non grata em alguns lugares, mas eu entendo agora, eu os perdoo [risos]. Começamos a lutar para fazer a melhor turnê, e começamos a escrever as músicas do ‘Morbid Visions’, e foi ótimo, uma experiência enorme. Éramos amigos muito próximos e nós nos respeitamos. Eu tenho muito respeito por eles, pelo Max e pelo Iggor. Paulo e Andreas e todos os outros… E eles não têm problemas comigo também, e isso é bom.
Ainda mantemos contato às vezes, eu falo com Andreas uma vez por mês, algo assim, mas quando nós conseguimos o acordo e o contrato para o ‘Morbid Visions’, nós tínhamos um orçamento melhor e fomos para São Paulo, para um estúdio muito profissional, mas não tínhamos ninguém naquela época… Ninguém entendia o que estávamos fazendo, quero dizer, Death Metal e Thrash Metal, ninguém entendia.
Nós tínhamos Rock and Roll no Brasil, mas eles não conheciam o metal extremo até o Sepultura, então foi muito difícil gravar o ‘Morbid Visions’. Mas foi uma experiência muito boa também. E depois disso, durante a turnê do ‘Morbid Visions’, começamos a escrever o álbum ‘Schizophrenia’, e escrevemos três ou quatro músicas ou algo assim, e eu deixei a banda, eu não gravei.”