A nova polêmica no mundo do Rock parece realmente ser o uso de playback.
Enquanto algumas bandas e artistas condenam totalmente o uso do recurso, alguns nomes renomados e respeitados na cena parecem não estar nem aí sobre a utilização de truques de estúdio para mascarar performances ao vivo.
O último nome do Metal que caiu nesta polêmica foi o WASP e em uma nova aparição no programa ‘Trunk Nation With Eddie Trunk’, o frontman Blackie Lawless falou sem qualquer pudor sobre o que acha das reclamações de alguns fãs sobre o uso destas faixas de apoio (playback) ao vivo.
Ele disse o seguinte:
“Cerca de 10, 12 anos atrás, fizemos a turnê tocando ‘The Crimson Idol’ pela primeira vez em sua totalidade e com orquestração. Agora, antes disso, tínhamos acabado de fazer, eu chamo de versão ‘Live At Leeds’, Porque se você olhar no que o THE WHO fez com o ‘Live At Leeds’, que todos pensávamos ser ao vivo na época e agora percebemos que há overdubs também, como a maioria dos discos ao vivo.
bem, decidimos fazer uma abordagem em que tentamos fazer soar exatamente como no disco. E nunca tínhamos usado orquestração ou algo assim. Então fomos ao estúdio, pegamos todas as faixas do disco e usamos o máximo possível delas como orquestração, pegamos as faixas vocais de fundo, fizemos pistas duplas, fizemos tudo isso. E pegamos tudo e tentamos fazer soar o mais parecido possível com o disco.
Fiquei no meio da sala na primeira noite de ensaio e eu juro para você que foi como uma experiência fora do corpo. Eu nunca tinha ouvido nada parecido antes. Eu nunca tinha tocado com uma orquestra ao vivo antes. E então essa era a coisa mais próxima que você chegaria de fazer algo assim.”
Lawless continua:
“Ouça, eu entendo os dois lados dos argumentos sobre isso. Para mim, pessoalmente, quando estou lá em cima, estou cantando para caramba. Mas o que há de errado em ter melhorias para fazer algo soar exatamente como no disco? veja, você não vai conseguir uma banda como o QUEEN ou qualquer outra banda que faz grandes produções como essa…
Quatro caras não podem ir lá e reproduzir aquele disco. É impossível. Não vai acontecer. Então, você quer que soe como o disco ou quer que seja apenas uma performance comum ao vivo? E isso é uma questão de gosto. Se você vai começar a fazer discos com muita orquestração e coisas assim, é impossível fazer soar ao vivo como é aquele disco a menos que você tenha esse tipo de coisa.
E você também pode argumentar, que está acontecendo na Broadway nos últimos 20 anos, o sindicato dos músicos tem lutado ferozmente contra isso, mas a tecnologia continua seguindo adiante e não vai parar, eles não têm mais música ao vivo nas produções da Broadway… E o sindicato dos músicos teve um ataque sobre isso.
Bem, mesmo antes disso acontecer, quando você introduziu teclados que continham orquestras inteiras, você tem um cara agora substituindo cento e vinte pessoas diferentes. Então, onde você desenha essa ‘linha’?”
Lawless conclui:
“Como eu disse, entendo se alguém quiser uma experiência verdadeira e orgânica, mas da minha perspectiva, olhei para isso e disse… Assim que ouvi soar exatamente como o disco, pensei: ‘Não posso voltar atrás com isso’, Eu mencionei o THE WHO um segundo atrás sobre a abordagem ‘Live At Leeds’. O THE WHO usou fitas por anos até que eles começaram a contratar todos esses outros caras para sair e tocar com eles. Mas mesmo assim, muito do material do teclado, como ‘Won’t Get Fooled Again’, e coisas assim, tudo isso está gravado. Quando subo no palco, sinto muito orgulho desse dom que Deus me deu. E eu gosto de exibi-lo. vou ser totalmente honesto com você. Mas acho que as pessoas querem ver ou ouvir isso. Então, não acho que haja algo de errado com isso. Se você já tem um guitarrista que é muito, muito bom, as pessoas vão lá para ver isso. Mas, novamente, quando fui para os ensaios naquela noite e ouvi como soava quando se parecia totalmente como no disco, pensei: ‘Posso fazer isso e nunca voltarei atrás’. Como eu disse, foi uma experiência fora do corpo.”
